Remédios para diabetes não são iguais. Tire suas dúvidas

A administração de remédios para diabetes é uma das principais estratégias para o controle da glicemia (a taxa de glicose no sangue), principalmente nos casos em que mudanças de estilo de vida, como adoção de alimentação equilibrada e práticas regulares de atividade física, não são suficientes.
Entendendo brevemente os tipos de diabetes
Existem duas formas principais da condição: tipo 1 e tipo 2. A primeira é caracterizada pela incapacidade do organismo de produzir insulina, exigindo assim, o uso contínuo de hormônio sintético.
Enquanto a segunda ocorre quando o corpo não consegue usar adequadamente o hormônio que produz, levando à necessidade de remédios para diabetes orais ou injetáveis, dependendo do grau de regulação glicêmico alcançado.
A importância da administração correta

Para ambas as categorias, ter compromisso sério com o tratamento é essencial para manter os níveis de glicose em faixas seguras, evitando tanto a baixa (hipoglicemia) quanto a alta (hiperglicemia), condições que resultam em complicações graves, incluindo crises agudas e danos crônicos a diferentes órgãos.
Além disso, a supervisão médica constante, aliada ao uso de diferentes aparelhos para medir o diabetes, como o glicosímetro e sensores de monitoramento contínuo, permite ajustes finos na dosagem e evita reações adversas.
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Remédios para diabetes tipo 1
Nesse tipo, o gerenciamento é baseado principalmente na insulina exógena (de fora do corpo), uma vez que o organismo não a produz. A escolha varia conforme o perfil glicêmico do indivíduo:
- de ação rápida: usadas antes das refeições para controlar picos de açúcar no sangue;
- de ação intermediária ou prolongada: mantém os níveis estáveis ao longo do dia e da noite;
- pré-misturadas: combinam as de ação rápida e prolongada.
Em algumas situações, como no caso do diabetes gestacional ou de internações hospitalares, o uso do hormônio também pode ser indicado temporariamente para o controle de condições que afetam os indicadores, por exemplo, infecções graves ou cirurgias.
No caso de grávidas, a assistência de um obstetra é essencial para a segurança da gestação.
Principais classes de remédios para diabetes tipo 2
Nesse caso, o tratamento farmacológico é amplo e abrange diferentes mecanismos de ação:
Biguanidas
Entre os mais prescritos está a metformina, que reduz a produção de glicose pelo fígado e melhora a sensibilidade à insulina nos músculos.
É indicada como primeira linha de conduta terapêutica, inclusive em quadros de pré-diabetes, com potencial para evitar a progressão para o diabetes tipo 2.
Sulfonilureias
Esses compostos estimulam o pâncreas a liberar mais insulina. Apesar de eficazes, tem o risco de hipoglicemia e ganho de peso, especialmente em adultos mais velhos ou com alimentação irregular.
Inibidores da DPP-4
Prolongam a ação de hormônios naturais que regulam o açúcar no sangue pós-refeição. São bem tolerados e oferecem menor probabilidade de que ocorra hipoglicemia.
Agonistas do receptor de GLP-1
Promovem saciedade, reduzem o apetite e retardam o esvaziamento gástrico, contribuindo para a manutenção da massa corporal. Alguns também têm ação cardioprotetora e são recomendados para pessoas com alterações cardiovasculares associadas.
Inibidores de SGLT2
Favorecem a eliminação de glicose pela urina, com impacto positivo na pressão arterial e na perda de peso. Também são indicados em casos de doença renal crônica ou insuficiência cardíaca.
Tiazolidinedionas (TZDs)
Melhoram a ação da insulina nos tecidos. Apesar de efetivas, causam retenção de líquido e aumento do perigo de insuficiência cardíaca.
Outras opções
Classes como inibidores da alfaglicosidase, agonistas da dopamina-2 e sequestrantes de ácidos biliares também estão disponíveis, embora sejam menos comuns. Em geral, essas opções são utilizadas em casos específicos ou combinadas a outras substâncias terapêuticas.
Supervisão e ajuste do tratamento
Manter um acompanhamento regular por meio de exames como glicemia em jejum e hemoglobina glicada (HbA1c), por exemplo, é crucial para ajustar as doses dos remédios para diabetes e evitar complicações.
O automonitoramento permite maior precisão e segurança no uso de medicamentos aplicáveis, principalmente os injetáveis. Além disso, também é fundamental saber o que não fazer no diabetes, como se automedicar, deixar de tomar os remédios para diabetes ou não informar o médico sobre outros fármacos utilizados.
Recentemente, as canetas de insulina inteligentes surgiram como um recurso adicional, permitindo registrar as doses aplicadas e sincronizar com aplicativos de vigilância, otimizando a supervisão glicêmica de forma mais precisa e segura.
A combinação também é comum, levando em conta os diferentes mecanismos de ação, bem como o objetivo terapêutico de cada paciente. Por isso, o endocrinologista deve avaliar, com base em exames clínicos e laboratoriais, a necessidade de ajuste ou troca de terapia.
O risco do uso de remédios para diabetes com foco em emagrecimento
Nos últimos anos, compostos originalmente desenvolvidos para controle da glicemia vêm sendo usados com finalidades estéticas.
Embora alguns deles, como os agonistas do GLP-1, tenham efeito sobre o apetite e a medida corporal, o uso sem orientação pode gerar efeitos colaterais significativos. Náuseas, vômitos, distensão abdominal, diarreia, e até hipoglicemia estão entre as reações mais comuns.
A automedicação com o intuito de emagrecimento não é segura e mascara condições como pré-diabetes ou provoca desequilíbrios em pessoas que ainda não têm um diagnóstico confirmado.
Por isso, a avaliação profissional é indispensável antes de iniciar qualquer medicação, mesmo que seja com objetivo de perda de peso. O uso consciente e bem orientado é o caminho mais seguro para promover o cuidado e evitar complicações.
O diabetes ainda não tem cura, mas tem tratamento. A chave está no zelo constante, no acesso à informação, bem como no suporte de profissionais especializados.
Fontes: