Quando a urina com espuma deve despertar a atenção

A ocorrência de urina com espuma costuma despertar preocupação, principalmente se a intensidade disso cresce a cada ida ao banheiro. Embora várias explicações justifiquem esse fenômeno, ele pode ser um sinal de alerta para a saúde dos rins, cujo bom funcionamento é fundamental para o bem-estar.
O processo de formação da urina com espuma
Os rins têm uma atuação essencial no organismo. Por meio de suas estruturas bastante complexas, filtram as impurezas que circulam junto ao sangue, eliminando tudo que não tem mais utilidade.
Por outro lado, nem tudo que está na corrente sanguínea deve ser excluído. Normalmente, os compostos mais importantes são retidos e não saem na urina. Esse é o caso de várias proteínas. Entre elas, a que tem mais destaque é a albumina, que desempenha diversas funções no corpo.
Entretanto, se houver lesões nos rins, os filtros necessários para impedir a saída dela apresentam defeitos. A partir disso, o xixi despejado tende a apresentar uma aparência espumosa.
É claro que existem outras explicações: um fluxo maior que agita a água até resíduos de produtos de limpeza na privada podem passar a impressão de que há algo errado.
Além disso, é possível que circunstâncias específicas aumentem a concentração proteica ainda que temporariamente. É o que acontece, por exemplo, em quadros de desidratação ou diante da necessidade de esforço físico intenso.
Dessa forma, observar bem a característica e frequência com que o xixi se altera é uma medida interessante.
Condições associadas ao aumento da urina com espuma
O nome desse acúmulo de proteínas é proteinúria. Em geral, ela está associada a complicações de saúde que atingem os rins e prejudicam seu funcionamento. Portanto, entram na lista:
- diabetes;
- hipertensão arterial;
- infecções causadas por vírus e bactérias, como a hepatite;
- doenças autoimunes;
- uso constante de determinados medicamentos (como os anti-inflamatórios);
- cistos ou tumores renais;
- intoxicação por substâncias que prejudicam a filtragem dos rins.
Para cuidar de condições crônicas da maneira adequada, o Cartão dr. consulta oferece descontos em consultas com especialistas e em diversos exames, garantindo assim um melhor acompanhamento em todas as etapas da vida.
A identificação da presença de proteínas na urina

Não é simples determinar por conta própria a hora certa para buscar orientação especializada diante dessa queixa. Para isso, vale considerar quando a formação é volumosa e persistente. Uma boa forma de avaliar é, após terminar de urinar, deixar o conteúdo no vaso por alguns minutos sem dar descarga.
Se houver uma formação por conta das proteínas, é provável que ela não tenha desaparecido por completo nesse intervalo. A aparência que lembra um colarinho bem formado em um copo de cerveja é uma boa referência.
Para pessoas com quadros crônicos (sobretudo o diabetes), mesmo pequenas quantidades de espuma na urina já podem indicar comprometimento que precisa ser analisado, o quanto antes, pelo especialista dedicado aos cuidados com os rins, o nefrologista. Junto do exame clínico e perguntas sobre o histórico o profissional pode solicitar testagens para entender melhor a função renal.
O mais comum deles é o exame de urina tipo 1, também chamado de EAS. Por meio de uma pequena porção de xixi colocado em uma tira de papel, é possível identificar rapidamente se existem proteínas acima do ideal:
Exames adicionais para medir a quantidade de proteínas na urina
Se o primeiro resultado for positivo, outros testes são solicitados. Nessa etapa, os testes complementares buscam identificar qual o montante e o tipo de material indesejado presente na urina. Para isso, os recursos mais comuns são:
- urina de 24 horas;
- avaliação da relação entre proteína e creatinina;
- avaliação da relação entre albumina e creatinina.
Todos dependem da coleta de amostras de urina e alguns exigem preparo específico, como a urina de 24 horas, em que todo o volume do dia é armazenado seguindo as orientações fornecidas pelo laboratório.
Com o resultado em mãos, o médico consegue compreender com mais precisão o que está se passando e orientar os próximos passos.
Outros sintomas de uma possível complicação renal
Nas circunstâncias em que a proteinúria é leve (e muitas vezes passageira ou imperceptível), nenhum desconforto é notado. Nessas situações, a disfunção só aparece nos resultados laboratoriais.
Porém, à medida que o prejuízo avança, além do acúmulo de espuma na urina, outros sinais e sintomas aparecem. Entre os mais frequentes estão:
- inchaço nas pernas e ao redor dos olhos;
- aumento da pressão arterial;
- diminuição no fluxo de urina;
- cansaço que não passa;
- taquicardia e falta de ar;
- perda de apetite e queda involuntária de peso.
Diante de tudo isso, o apoio de um médico nefrologista se torna ainda mais relevante para analisar corretamente o que desencadeou o quadro.
O controle da formação de espuma na urina
Salvo exceções, o prejuízo na filtragem não tem tratamento específico ou cura para reverter o dano já causado.
No entanto, é possível controlar suas causas. Quem tem diabetes, por exemplo, demanda um acompanhamento para evitar picos nos níveis glicêmicos. Periodicamente, exames para avaliar o estado dos rins também são indispensáveis.
Algo similar é aplicável para quem tem pressão elevada. Utilizar os remédios indicados, praticar exercícios físicos e manter uma dieta saudável (com pouco sal) ajudam a manter os níveis controlados, evitando tais complicações. Eventualmente, são prescritos medicamentos para reduzir o volume de proteínas eliminadas.
O risco de Doença Renal Crônica
Sem o devido cuidado, a tendência é que a função renal seja cada vez mais afetada. Com isso, esses órgãos perdem progressivamente sua capacidade de eliminar as impurezas.
Em determinado estágio, isso caracteriza a chamada Doença Renal Crônica (ou DRC), que tem como principal característica a redução significativa da funcionalidade de cada rim (número calculado através da chamada taxa de filtração glomerular).
No fim, casos mais graves fazem com que o indivíduo precise de sessões de diálise (onde o sangue é filtrado por uma máquina específica) ou ainda dependa de um transplante para reparar a insuficiência total.
De acordo com o Ministério da Saúde, 6.200 brasileiros receberam um novo rim ao longo do ano de 2023. Em paralelo, estima-se que mais de 150 mil cidadãos dependam da diálise, conforme aponta o Censo Brasileiro sobre o tema, publicado pela Sociedade Brasileira de Nefrologia.
Cuide da saúde dos seus rins e de maneira geral preventivamente. Não espere adoecer para buscar ajuda especializada. Conte com o dr.consulta.
Fontes:
[…] caracterizada pela hipertensão arterial (pressão sanguínea igual ou superior a 140/90 mmHg) e proteinúria (presença de proteína na urina maior que 0,3 g a cada 24 horas), indicando um funcionamento […]