Saiba o que a creatinina alta diz sobre a saúde dos rins
Avaliar a condição de funcionamento dos rins é importante diante da suspeita ou do diagnóstico de diferentes condições de saúde, algumas delas potencialmente graves. Nesse sentido, um exame que mostra a creatinina alta pode sugerir que há algo de errado nesses órgãos.
Porém, não há número absoluto sobre a eliminação desse elemento pela urina ou uma concentração ideal no sangue, já que esse indicador varia bastante conforme uma série de fatores. Com isso, a avaliação profissional se torna indispensável para orientar as medidas necessárias em cada caso.
O que é e de onde vem essa substância
A creatinina é resultado da degradação da creatina (um tipo de aminoácido que pode dar origem a novos compostos proteicos) dentro dos músculos. Esse processo é naturalmente esperado em qualquer pessoa e faz parte do aproveitamento das proteínas ingeridas durante a alimentação.
A partir da sua produção, a creatinina passa a circular na corrente sanguínea até ser filtrada pelos rins e eliminada na urina. A questão aqui é que a partir do momento em que esses órgãos deixem de funcionar adequadamente, pode haver dificuldade em remover o excesso dessa e de outras substâncias.
Assim sendo, é por isso que a creatinina alta no sangue pode ser um indicador relevante para uma série de alterações nos rins. Quando isso acontece há possível perda da função renal e menos dela passa a ser eliminada pela urina.
No sentido oposto, um indivíduo também pode apresentar baixos níveis de concentração do elemento no sangue, embora seja mais raro. Quase sempre isso acontece diante do comprometimento significativo da massa muscular ou como consequência de uma perda de peso muito acentuada (geralmente provocada pela desnutrição).
Exames disponíveis para avaliar a concentração da creatinina
Em geral, exames de avaliação da concentração da creatinina podem ser solicitados por um clínico geral, um urologista ou um nefrologista como parte de acompanhamento de rotina ou diante de alterações que possam exigir uma avaliação da função renal.
Exame de creatinina sérica (no sangue)
Nessa abordagem, uma amostra de sangue é coletada por meio de uma agulha e enviada para análise laboratorial.
O exame é bem simples e o processo de coleta não dura mais do que poucos minutos. De qualquer modo, é preciso observar alguns cuidados antes de ir ao laboratório:
- manter jejum de pelo menos quatro horas;
- suspender o uso de determinados medicamentos (que tenham em sua composição ácido ascórbico, cefoxitina, cefalotina, frutose, glicose, levodopa, metildopa, nitrofurantoína e piruvato), conforme orientação médica.
Depois de pronto, o resultado da avaliação deve ser analisado pelo profissional que a solicitou. A referência para o que é considerada uma creatinina alta, baixa ou normal não é algo tão simples de ser determinada.
Tal patamar varia conforme sexo, idade, composição muscular, alimentação, entre outros aspectos que devem ser avaliados caso a caso.
Exame de creatinina na urina de 24 horas
Embora possa ser feito com apenas uma coleta (de preferência na primeira ida ao banheiro pela manhã), a análise da concentração de creatinina no volume de urina eliminado ao longo de um dia tende a ser um recurso mais utilizado pelos médicos.
Tal opção torna possível considerar as oscilações do índice ao longo das 24 horas. Para isso, o indivíduo será orientado a coletar todo o seu xixi desse período dentro de um recipiente específico.
Em alguns casos, ele pode ser orientado a descartar a primeira urina e sobre como armazenar o material em ambiente refrigerado até ser levado ao laboratório.
No mais, pode ser indicada a suspensão do uso de medicamentos à base de captopril, corticosteroides, ácido ascórbico, cefoxitina, levodopa, metildopa e anabolizantes esteroidais, sempre conforme orientação profissional.
Clearance de creatinina
O objetivo dessa avaliação é estimar a taxa de filtração glomerular (TFG), que indica a capacidade dos rins de filtrar determinadas substâncias, especialmente em relação à sua concentração no sangue.
Com ele, é possível analisar a funcionalidade dos órgãos e o tamanho de um eventual comprometimento. O exame pode ser feito de duas formas:
- na primeira opção, o médico coleta uma amostra de sangue e a urina de 24 horas. Com os resultados em mãos, ele compara quanta creatinina está circulando na corrente sanguínea e quanto dela está sendo eliminada no xixi;
- quando essa não é uma alternativa viável, o número obtido com o exame sanguíneo pode ser utilizado em equações matemáticas que calculam a taxa de filtração glomerular. Para isso, é preciso que os dados sobre a condição física do paciente sejam os mais precisos possíveis.
Situações normalmente associadas às alterações nesse indicador
De modo geral, a alta concentração de creatinina no organismo é mais um sintoma de outra condição do que uma doença em si. Entre alguns dos possíveis quadros que podem desencadear oscilações na substância no corpo estão:
- doença renal crônica;
- lesões, inflamações e infecções nesses órgãos ou algum grau de falência renal;
- bloqueios no trato urinário;
- redução no fluxo da urina, muitas vezes causada por quadros graves de desidratação;
- alterações que comprometam a integridade dos músculos (como a rabdomiólise ou rotinas muito intensas de exercícios);
- uma dieta com excesso de proteínas, sobretudo àquelas de origem animal;
- possíveis complicações em gestantes (como a hipertensão arterial ou quadros de eclâmpsia);
- evolução de condições crônicas capazes de afetar o trabalho dos rins, como o diabetes e a hipertensão arterial.
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O que pode ser feito a partir do teste de creatinina
A partir dos resultados dos exames, o médico responsável pelo acompanhamento poderá solicitar novas avaliações ou ainda determinar algumas recomendações de acordo com a condição que explique os prejuízos na função renal.
Vale sempre ressaltar que muitos quadros que afetam os rins duram por toda a vida e precisam de atenção específica para prevenir complicações mais sérias.
Esse é o caso da doença renal crônica, que em estágios iniciais pode ser controlada com o uso de medicamentos e de dietas pobres em proteínas e em sal, além da supervisão de enfermidades como a pressão alta e o diabetes.
Contudo, apesar da creatinina alta e das alterações das taxas de filtração glomerular serem indicadores importantes de falhas nos rins, muitas vezes eles evoluem de forma silenciosa. No longo prazo, sem o devido acompanhamento, eles podem exigir as chamadas terapias de substituição renal (como as diálises e os transplantes do órgão).
Fontes:
[…] Pacientes diabéticos que usam metformina (presente em medicamentos para controle de diabetes) devem interromper a medicação por 48 horas após o exame, caso a taxa de filtração glomerular seja inferior a 30 — a TFG é uma estimativa baseada nos níveis de creatinina no sangue e outros fatores, e pode ser obtida a partir dos resultados do teste de creatinina. […]
[…] pode se dar em várias circunstâncias, muitas delas que não necessariamente tem relação com a saúde renal. Entre algumas dessas condições […]
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