Emergências com crianças: o que fazer?
Procurar o pronto-socorro pode ser necessário, mas há casos em que uma consulta ao pediatra pode ser mais eficiente
Quando se fala sobre emergências com crianças, o primeiro pensamento que ocorre é levar ao pronto-socorro, onde o atendimento é rápido. Infelizmente, a realidade não é bem essa.
O tempo de espera pode ser grande para um problema que poderia ser resolvido com mais facilidade com a ajuda de um pediatra. Mas há casos em que só o atendimento de emergência pode ajudar. Veja quais são eles!
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Quando levar a criança ao pronto-socorro
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) orienta que as crianças sejam levadas ao pronto-socorro apenas em casos de emergências verdadeiras:
- febre muito alta;
- criança abatida ou com ruídos de dor;
- vômitos que não param;
- diarreia líquida seguida de dor de cabeça súbita e forte;
- falta de ar;
- crise asmática forte;
- acidentes e traumas;
- intoxicação.
Mesmo após esse atendimento de emergência, é importante que você comunique o ocorrido ao pediatra que acompanha a criança. Assim, o profissional pode orientar a continuação do tratamento mais adequado para o caso.
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A criança se engasgou. E agora?
Quando o engasgo é parcial, ainda há passagem de um pouco de ar e surgem sintomas como tosse rouca e chiado no peito. Levar a criança ao pronto-socorro é a melhor opção.
No caso de engasgo total, as vias respiratórias estão completamente obstruídas e a criança não consegue falar, nem tossir e os lábios ficam arroxeados pela falta de ar. Então, é preciso iniciar as medidas de emergência em casa mesmo. Veja a recomendação dos especialistas:
Crianças de até 1 ano
- segure-a (de bruços) com o rosto voltado para baixo e com a cabeça mais baixa que o tórax;
- sustente a cabeça com firmeza no seu antebraço;
- Aplique cinco golpes energéticos no meio das costas (usando o punho da mão com os dedos estendidos);
- vire a criança (de barriga para cima) firmemente, apoiando a cabeça dela e a mantendo mais baixa do que o corpo;
- se o objeto não sair com essas manobras, aplique cinco compressões rápidas no tórax (utilize três dedos para aplicar as compressões no meio do tórax, entre a linha dos mamilos);
- se esse procedimento ainda não for suficiente para expulsar o objeto, ligue para a emergência (SAMU 192);
- repita os procedimentos acima até a chegada do serviço de atendimento.
Crianças maiores de 1 ano
- ao reconhecer um engasgo, posicione-se atrás da criança de forma que você fique na mesma altura que ela;
- abrace o tronco da criança, envolvendo-o com os dois braços;
- feche uma das mãos e coloque a parte plana (onde está o polegar) na “boca do estômago”, que fica logo acima do umbigo;
- segure o punho com a outra mão e realize cinco compressões rápidas (apertando para dentro e para cima);
- encoraje a criança a tossir durante a manobra;
- se o objeto não sair mesmo após duas manobras ou se a criança estiver pálida, com lábios arroxeados, ligue para a emergência (SAMU 192);
- continue a manobra até a chegada do atendimento.
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Cuidado com os medicamentos!
Todos os dias, cerca de 37 crianças e adolescentes (com idades de zero a 19 anos) sofrem os efeitos da intoxicação pela exposição inadequada a medicamentos. Mais da metade dos casos registrados (53%) se referem a acidentes com crianças de 1 a 4 anos de idade, de acordo com a SBP.
Os especialistas comentam que esse número é alarmante e revela a necessidade de cuidados redobrados, especialmente com as crianças menores, que são naturalmente muito curiosas e querem colocar tudo na boca.
Além de armazenar medicamentos e outros produtos tóxicos longe do alcance das crianças, é importante evitar a automedicação.
A SBP explica que a intoxicação pode acontecer, inclusive, no momento em que os pais decidem medicar seus filhos sem uma prescrição médica ou com base em conselhos de amigos. Então, vale evitar e sempre consultar um pediatra antes de administrar qualquer medicamento (até os que parecem mais inofensivos).
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Prevenção, sempre!
Lembrando que as consultas periódicas ao pediatra são essenciais para a prevenção de problemas. De acordo com o Ministério da Saúde, até 6 meses de idade, a consulta deve ser mensal; de 6 meses a 1 ano, deve acontecer de 2 em 2 meses; de 1 a 2 anos de idade, a cada 2 meses; de 2 a 3 anos, a cada 3 meses; de 3 a 5 anos, a cada 6 meses; e de 5 a 13 anos, a consulta ao pediatra deve ser anual.
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