Você sabia que o seu pulmão pode sofrer com as cicatrizes das doenças que atingem o seu organismo? Essas cicatrizes podem desencadear a fibrose pulmonar e dificultar o funcionamento adequado do órgão.
Entenda a seguir o que é essa doença, suas causas, sintomas e tratamentos e veja também os sinais de atenção para saber quando recorrer ao médico especialista.
O que é a fibrose pulmonar?
A fibrose pulmonar é parte de um grupo de condições que afetam o pulmão chamadas de doenças intersticiais pulmonares (DIP). Elas são crônicas e progressivas, caracterizadas pela inflamação nos alvéolos do pulmão que deixa cicatrizes.
A fibrose pulmonar é a doença mais comum desse grupo, pois é justamente a substituição do tecido pulmonar normal pela fibrose, ou seja, tecido cicatricial. Esse processo prejudica a oxigenação do sangue devido ao endurecimento do tecido dos pulmões.
Conforme a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a estimativa é que de 10 a 20 em cada 100 mil pessoas no mundo desenvolvem a doença na forma idiopática.
Os casos idiopáticos significam que não são decorrentes de outra patologia. Nessa forma em específico existem fatores que podem aumentar a chance da doença aparecer como, por exemplo, predisposições genéticas ou tabagismo.
Causas comuns
Segundo a Mayo Clinic, existem fatores de diferentes naturezas que podem influenciar o desenvolvimento da fibrose pulmonar.
Os fatores ambientais estão geralmente relacionados às condições profissionais. Isso porque incluem a exposição prolongada à poeira de sílica, metal, carvão, grãos, fibras de amianto e/ou excrementos de animais.
Pacientes em tratamentos de outras doenças, em especial o câncer, também estão no grupo de risco.
Uma quantidade excessiva de radiação, principalmente se combinada à quimioterapia, ou o uso de determinados medicamentos às vezes prejudicam os tecidos do pulmão.
Existem outras condições de saúde que também podem resultar nesse quadro clínico. Entre o que causa fibrose pulmonar, é possível citar:
- dermatomiosite;
- polimiosite;
- lúpus;
- artrite reumatoide;
- sarcoidose;
- esclerodermia; e
- pneumonia.
Outras ações dos indivíduos também podem agravar o desenvolvimento da doença tal qual o tabagismo. Afinal, quando uma pessoa tem predisposição genética para alguma condição de saúde, escolhas prejudiciais elevam os riscos da confirmação de novas doenças.
Em casos pós-Covid-19
As sequelas da Covid-19 foram descobertas conforme os estudos do comportamento da doença no organismo se desenvolviam durante a pandemia. Uma delas é justamente a possibilidade de se desenvolver fibrose pulmonar.
Isso porque a Covid-19 deixa marcas nos pulmões que podem evoluir para o tipo de cicatrização da fibrose pulmonar.
Por isso, em casos pós-Covid-19 o acompanhamento com um médico pneumologista é fundamental para avaliar essa cicatrização.
Quais os sintomas de fibrose pulmonar?
A doença pode demorar anos para apresentar sintomas. Porém, entre os mais característicos estão:
- falta de ar, principalmente após exercícios físicos e mais tarde, quando o quadro se agrava a ponto de atrapalhar tarefas rotineiras;
- tosse seca frequente;
- fadiga;
- pressão no tórax;
- falta de apetite;
- emagrecimento repentino e sem explicação;
- deformação dos dedos e extremidades por falta de oxigenação.
Vale lembrar que a avaliação médica vai olhar para o conjunto desses sintomas, já que eles isolados não fecham de fato um diagnóstico.
Como é feito o diagnóstico?
A realização de check-ups médicos com frequência é a melhor forma de prevenção. E, além disso, conhecer os sintomas já citados é essencial para saber quando buscar ajuda.
É normal que as pessoas primeiro busquem consultas com um Médico Clínico Geral e daí recebam o encaminhamento para o especialista. Nesse caso, após a triagem, o primeiro profissional direcionará o paciente para um Pneumologista.
Por ser o profissional especializado na saúde dos pulmões, o diagnóstico virá também por exames próprios para identificar o bem-estar torácico.
Assim, o primeiro passo para o diagnóstico é a entrevista com o paciente (anamnese), junto do exame físico, na tentativa de compreender seu histórico de saúde, se há causas aparentes para o desenvolvimento da doença e sobre o aparecimento dos sintomas.
Em seguida, a próxima indicação, quando há suspeitas de fibrose pulmonar, é, normalmente, o pedido de um exame de imagem, geralmente a tomografia computadorizada de alta resolução, para identificação dos tecidos.
Com a imagem em mãos e conhecimento, tanto do histórico de saúde quanto do exame físico, o médico poderá solicitar uma biópsia das cicatrizes do pulmão, se necessário.
Em caso de confirmação da doença, o próximo passo será a identificação dos estágios da fibrose pulmonar para escolher o melhor tratamento.
A fibrose pulmonar tem cura? E tratamento?
A fibrose pulmonar não tem cura. O tratamento para essa patologia é voltado para o alívio dos sintomas, de acordo com seu aparecimento e o estágio em que o paciente se encontra.
Dessa forma, as recomendações são:
- uso de medicamentos receitados para aliviar a tosse;
- remédios para aliviar as dores (podendo ser necessário recorrer à morfina em casos mais graves desde que com orientação médica);
- aplicação de corticoides para diminuir inflamações;
- oxigenioterapia em casos de falta de ar grave.
Além do tratamento medicamentoso, há casos com possibilidade do médico recorrer à escolha do transplante pulmonar. Mas tudo dependerá da análise clínica do paciente.
Como funciona o transplante?
Em caso de possibilidade de transplante o paciente é colocado em uma fila de espera que dependerá do seu estado clínico e da compatibilidade dos órgãos doados.
Se o transplante for realizado, o acompanhamento clínico deverá ser mantido com regularidade para os cuidados necessários com os novos órgãos.
Em todo caso vale lembrar que os check-ups de saúde são fundamentais para o bem-estar e para a saúde de qualquer pessoa.
A Medicina Preventiva é essencial, junto com o acompanhamento de um especialista, logo no aparecimento dos primeiros sintomas.
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FONTES: