Apesar de a vacina ter sido inventada na década de 60 e fazer parte do Calendário Básico de Vacinação brasileiro há muitos anos, ainda é comum acontecerem surtos ou pequenas epidemias de caxumba no país — especialmente durante os meses finais do inverno e começo da primavera.
Causada por um vírus da família Paramyxovirus (o mesmo do sarampo), a doença afeta principalmente crianças — em adultos, porém, as chances de complicações aumentam. Por isso, é importante conhecer os sintomas da caxumba, as formas de transmissão e, principalmente, como se prevenir.
Confira tudo que você precisa saber para proteger sua família dessa doença altamente contagiosa:
Causas da caxumba
O vírus responsável pela caxumba é o Myxovirus Parotidis — e seu período de incubação é de cerca de 3 semanas.
Isso significa que podem se passar até 21 dias entre o contágio e o aparecimento dos sintomas. Porém, 1 semana antes dos primeiros sinais físicos e até 8 dias depois, a pessoa se torna extremamente contagiosa.
O vírus da caxumba é transmitido por via aérea, por meio de gotículas de saliva. Por isso, é possível contrair a doença de diversas formas. Confira os principais meios de contágio:
1. Pelo contato direto com a pessoa contaminada
Uma das formas mais comuns de transmissão da doença — especialmente entre familiares e pessoas próximas — é por meio do contato direto: abraços, beijos ou contato com secreções das vias aéreas da pessoa que porta o vírus.
O uso de máscaras e a lavagem frequente das mãos pode diminuir o risco.
2. Pela proximidade da pessoa contaminada
Em muitos casos, apenas estar próximo a uma pessoa que carrega o vírus — em uma conversa, por exemplo — é suficiente para transmitir a doença.
Além disso, tosse e espirros podem lançar gotículas de saliva no ar. Nesse caso, a única maneira de se prevenir é manter distância de pacientes com a doença.
3. Compartilhando objetos contaminados
Talheres, copos, pratos ou qualquer objeto que entra em contato com as secreções contaminadas e não é higienizado corretamente também pode ser uma fonte de contágio.
Portanto, separar os objetos de uso pessoal é essencial para evitar o contágio.
Prevenção da caxumba
A forma mais eficiente de prevenção contra a caxumba é a vacina, produzida com o vírus vivo e atenuado.
No Brasil, estão disponíveis duas variações de vacinas que protegem contra essa doença:
- a tríplice viral (MMR): contra sarampo, caxumba e rubéola;
- a tetraviral: contra sarampo, caxumba, rubéola e catapora.
O esquema de vacinação exigido pelo Ministério da Saúde consiste em 2 doses: a primeira aos 12 meses de idade (com reforço após 3 meses) e a segunda entre os 4 e 6 anos.
Além disso, adultos que nunca contraíram a doença e não foram imunizados na infância também devem tomar a vacina.
A única ressalva é para pacientes imunodeprimidos e gestantes — já que a vacina pode oferecer risco ao bebê.
Sintomas da caxumba
O diagnóstico da doença é feito, principalmente, por meio de exame clínico e observação dos sintomas — mas existem exames de sangue que ajudam na identificação dos anticorpos contra o vírus.
Entre os principais sintomas da caxumba, podemos citar:
- inchaço e dor nas glândulas salivares (embaixo da mandíbula);
- febre moderada;
- dor de cabeça;
- dor ao mastigar e engolir;
- sensação de fadiga ou fraqueza muscular;
- perda de apetite.
Alguns sintomas menos frequentes podem indicar complicações da doença, e exigem atenção médica imediata:
- quando houver dor ou inchaço nos testículos ou na região dos ovários, sugerindo orquite ou ooforite;
- em caso de náuseas, vômitos e dores no abdome, sinalizando uma possível pancreatite;
- no surgimento de rigidez na nuca e prostração, quando deve ser investigada a possibilidade de meningite.
Não existe tratamento para a caxumba, mas podem ser receitados medicamentos que controlam a intensidade dos sintomas.
Além disso, é recomendado repouso e isolamento do paciente para evitar o contágio. Como a grande maioria das infecções virais, a caxumba é uma doença autolimitada e as complicações são relativamente raras.
O diagnóstico precoce é essencial para afastar a suspeita de outras doenças. Por isso, na ocorrência de sintomas da caxumba — tanto em crianças quanto em adultos — é importante procurar um clínico geral para a realização dos exames clínicos ou laboratoriais que identificam a doença.