Escarlatina: conheça a doença e saiba como proteger as crianças
Divulgada como um novo surto pela Secretaria de Estado da Saúde, em 2023, a escarlatina costuma atingir, principalmente, crianças em idade escolar.
Por ser transmitida através do contato direto com secreções respiratórias de uma pessoa infectada, como gotículas de saliva, ela se espalha rapidamente em ambientes fechados, incluindo, justamente, escolas e creches.
A doença estava controlada nos últimos anos e apresentou uma alta agora. De acordo com dados, enquanto 2022, São Paulo registrou 4 surtos dessa patologia, em 2023, de janeiro a outubro, foram notificados 31 surtos da doença bacteriana.
Para que você conheça a escarlatina e saiba como proteger as crianças, o dr.consulta preparou este conteúdo. Continue com a gente!
O que é a escarlatina?
Causada pela bactéria estreptococos (Streptococcus pyogenes) do tipo A, a escarlatina é uma doença infecciosa aguda contagiosa que surge a partir da reação alérgica às toxinas que a bactéria produz, ou seja, pela hipersensibilidade.
Esse micro-organismo é responsável também por outras infecções como a amigdalite, o impetigo e erisipela, que afeta a garganta e a pele respectivamente.
O diagnóstico pode decorrer:
- do resultado de um exame laboratorial simples, realizado a partir da coleta de uma amostra de secreção da garganta com o “cotonete” swab; ou
- da avaliação clínica, conforme os sintomas relatados e visíveis.
Sintomas e tratamento
O período de incubação pode durar de 1 a 10 dias e entre os sintomas da escarlatina, é possível observar:
- febre alta e calafrios já nos primeiros dias;
- dor de garganta (que pode variar de intensidade e frequência);
- dor de cabeça, corpo e barriga sem explicação aparente;
- mal-estar, náuseas e vômitos;
- falta de apetite;
- manchas ásperas na pele na cor vermelhas-escarlate;
- inchaço e alteração do aspecto da língua (chamada “língua de framboesa”).
Tratamento
Por se tratar de uma infecção, o tratamento, normalmente, é feito com antibióticos sob supervisão de um pediatra, no caso das crianças.
Antialérgicos, anti-histamínicos e medicamentos para dor e febre também podem ser indicados, mas não devem ser tomados sem orientação ou por conta própria.
Manchas na pele
Manchas avermelhadas, conhecidas como exantemas ou rashs cutâneos, tomam o corpo no início da febre.
Esse pode ser um importante indicativo da escarlatina, uma vez que:
- ocorrem de maneira mais rápida;
- são caracterizadas por manchas menores, porém, em maior volume;
- ficam localizadas em regiões de dobras do corpo como pescoço, axilas, atrás dos joelhos, virilha e cotovelos. Outra particularidade é que não aparecem ao redor da boca, por exemplo.
As áreas costumam ficar mais ásperas, como uma espécie de “lixa” — e pode levar à coceira. O cuidado, neste caso, é não coçar para não machucar, lesionar mais ou abrir espaço para uma nova infecção bacteriana.
“Língua de framboesa”
Alterações na língua também podem indicar escarlatina. Após desenvolver uma camada esbranquiçada e de aparência espessa no início, o órgão da boca fica inchado, com um tom vermelho arroxeado e com as papilas gustativas muito evidentes, dando a aparência da framboesa — por isso o nome.
É recomendado que durante esse período, devido à dor de garganta também, que o paciente coma alimentos leves, fáceis de engolir e faça a ingestão de muito líquido.
Transmissão
A transmissão se dá pelo contato direto com a saliva, gotículas de saliva, secreção nasal ou com as lesões. Locais fechados e com muitas pessoas, como creches e escolas, favorecem o contágio em massa.
Eventualmente, alimentos e água também ocasionar surtos de estreptococcias (grupos C, D e G, principalmente), mas esses são casos raros. Já poeiras, roupas e utensílios contaminados não têm papel relevante no contágio da escarlatina, de acordo com o Centro de Vigilância Epidemiológica Prof. Alexandre Vranjac (CVE).
Além disso, nem todas as pessoas são alérgicas e vão apresentar sintomas, sendo, portanto, assintomáticas. Apesar de não ser tão comum, elas ainda podem passar a infecção para as outras. Assim, continua sendo importante que quem tem contato com a bactéria faça o exame para confirmar o diagnóstico para tomar os devidos cuidados, se necessário, e evitar novas transmissões em massa.
Novo contágio
Com o tempo, o organismo vai se tornando mais resistente. Contudo, é importante ressaltar que ter tido uma vez escarlatina não garante imunidade. Ou seja, é possível pegar novamente.
Evitar o contato com pessoas infectadas, quando possível, e higienizar as mãos frequentemente pode ajudar na prevenção de um novo contágio.
Por que a escarlatina é mais comum na primavera e entre as crianças?
É durante a primavera que, normalmente, as doenças alérgicas e infecciosas se tornam mais intensas. Assim, pacientes que já têm rinites, por exemplo, costumam ficar com o quadro mais “atacado”.
Isso se deve à maior proliferação de pólen (que em contato com a mucosa nasal, desencadeia uma reação inflamatória) e devido ao tempo seco e baixa umidade (que resseca as vias aéreas, incluindo o nariz, facilitando a entrada de vírus).
Por terem menos anticorpos, que são os mecanismos de defesa contra as infecções bacterianas, as crianças acabam sendo mais vulneráveis. Um organismo mais fraco e com baixa imunidade pode facilmente contrair quadros virais, que está relacionado com o quadro da escarlatina.
Esse é o motivo da doença ser mais comum na idade escolar (entre 5 e 18 anos), embora possa atingir pessoas de qualquer idade e sexo.
É grave? Saiba quais são as possíveis complicações
As complicações da escarlatina podem ocorrer em dois momentos, após o desaparecimento dos sintomas iniciais:
- fase aguda da doença;
- infecções tardias.
No primeiro momento, ou seja, na fase aguda, a doença pode se espalhar pelo organismo e provocar outras patologias, como otite, sinusite e meningite.
Após semanas sem sintomas da escarlatina, quando a pessoa parece estar recuperada, há o risco de surgirem outras complicações como reumatismo infeccioso e problemas renais.
Embora pareça assustar, os riscos maiores são os de não identificar e não fazer o tratamento da escarlatina. Portanto, as consultas regulares com o pediatra, bem como a realização de exames de rotina, ajudam a diagnosticar qualquer doença antecipadamente.
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Proteja as crianças contra a escarlatina: 6 dicas
Escolas e creches são canais relevantes para a transmissão de doenças infecciosas. Além de reunir muitas pessoas em um único local, como salas de aulas, nesses ambientes, as crianças interagem frequentemente com outras crianças e nem sempre adotam as práticas de higiene recomendadas. Assim, vírus e bactérias conseguem se espalhar rapidamente.
Por isso, quando diagnosticada a escarlatina, o afastamento escolar deve ser imediato. O retorno acontece, normalmente, um dia após o início do tratamento com antibiótico, desde que a criança esteja se sentindo bem, é claro.
Pais e responsáveis devem orientar as crianças, professores, orientadores e profissionais de educação sobre os sintomas da doença e os cuidados necessários para minimizar as possibilidades de contágio. As boas práticas incluem:
- não compartilhar objetos pessoais como copos, pratos, talheres e itens de higiene pessoal, como toalhas;
- cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir;
- evitar coçar o nariz e levar a mão à boca;
- lavar sempre as mãos;
- não coçar as áreas atingidas;
- dica extra: mantenha as unhas das crianças cortadas e mais curtas.
Seja na primavera, outono, verão ou inverno, não descuide da saúde. A escarlatina não é perigosa, mas omitir seus sintomas e seguir sem um tratamento pode trazer complicações que podem impactar a vida da criança (ou a sua) a longo prazo.
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Fontes: