A infecção pulmonar acontece quando algum tipo de fungo, vírus ou bactéria se multiplica nos pulmões, causando uma inflamação no órgão.
Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), estima-se que entre janeiro e agosto de 2021, 417.924 casos de pneumonia foram registrados no Brasil. Em 2019, a mesma condição chegou a matar mais de 2,5 milhões de pacientes.
Porém, os números não param por aí, afinal, além da pneumonia, existem outros tipos de infecção pulmonar. Ou seja, a quantidade de pacientes que apresentam quadros da doença é ainda maior.
Por isso, os esforços para combater essas condições só aumentam, e o primeiro passo é fazer com que você saiba mais sobre elas.
Quais são os tipos de infecção pulmonar?
Essa condição é transmitida de uma pessoa para outro por meio de gotículas que são expelidas ao tossir, espirrar ou falar.
Em idosos, indivíduos com doenças crônicas ou aqueles que tomam remédios imunossupressores, as infecções fúngicas são mais prevalentes.
Normalmente, os fungos presentes no ar não afetam pessoas saudáveis, mas podem provocar inflamações sérias nos pulmões se a imunidade estiver baixa.
As infecções pulmonares variam conforme a área afetada do pulmão e os sintomas correspondentes. Confira:
Pneumonia
Essa é uma condição médica que afeta a área encarregada das trocas gasosas essenciais ao corpo humano.
A pneumonia compromete a capacidade do pulmão de processar oxigênio e dióxido de carbono eficientemente, o que pode diminuir a saturação de oxigênio no sangue, prejudicando as funções vitais do organismo.
Geralmente, é causada por microorganismos como as bactérias Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae, Mycoplasma pneumoniae, ou por vírus, incluindo o da influenza.
Para as formas agudas virais da doença, o tratamento pode incluir antivirais, embora frequentemente se opte por terapias de suporte — que podem incluir administração de oxigênio para ajudar na saturação sanguínea e hidratação.
Sem o devido acompanhamento e tratamento desde o início, a pneumonia pode levar à morte.
Estatísticas do Sistema Único de Saúde (SUS) revelam que, no Brasil, ocorrem mais de 71 mil óbitos anualmente em indivíduos acima dos 60 anos devido a esse tipo de infecção pulmonar.
Bronquite
Conhecida por mais de 210 milhões de pessoas que sofrem direto com a doença, segundo dados do MS, a bronquite representa 4,8% dos óbitos em todo o mundo.
Esse tipo de infecção atinge as principais vias aéreas do pulmão, chamados de brônquios. Essas estruturas funcionam como canos e transportam o ar limpo (rico em oxigênio) para dentro e o ar sujo (rico em gás carbônico) para fora dos pulmões, durante a respiração.
A bronquite pode ser aguda, ou seja, um processo inflamatório passageiro, ou crônica, que acompanhará o paciente por toda a sua vida.
Quando aguda, a doença é geralmente precedida por uma infecção das vias aéreas superiores e acontece com mais frequência no inverno — a causa mais comum para esse tipo de doença é o vírus da gripe ou bactérias como Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia pneumoniae ou Bordetella pertussis.
Já a bronquite crônica surge após anos de exposição prolongada a agentes inalatórios nocivos, como:
- fumaça de cigarro,
- produtos de limpeza,
- gases tóxicos e
- poluição.
Como esse tipo não tem cura, é recomendado fazer um tratamento médico para alívio dos sintomas e evitar que o quadro piore.
Bronquiolite
Essa infecção pulmonar é um alerta para os pais, já que apesar de atingir pessoas de qualquer idade, os quadros mais graves acontecem em crianças menores de 2 anos.
Diferente das demais, a bronquiolite é causada apenas por um agente: o vírus sincicial respiratório (VSR).
Segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 3.600 casos foram notificados no Brasil nos primeiros quatro meses de 2022.
A doença caracteriza-se pela inflamação dos bronquíolos, pequenos canais do sistema respiratório que levam o ar para os pulmões. A presença do VSR pode levar a uma produção excessiva de muco, dificultando a respiração.
Bebês prematuros, com menos de 28 semanas de gestação, ou aqueles com cardiopatias congênitas, ou problemas pulmonares crônicos estão mais suscetíveis a desenvolver formas graves da bronquiolite.
10 sintomas que podem indicar uma infecção pulmonar
Sentiu algum sintoma respiratório e não sabe se ele faz parte da lista de sinais que indicam uma inflamação no pulmão?
Identificar qual das doenças comentadas está presente pode ser difícil mesmo, já que os sintomas são, muitas vezes, parecidos entre si e até mesmo com os de uma gripe.
Confira abaixo os principais sinais, em quais condições estão presentes, e procure um médico de algum deles for observado.
1. Tosse
Esse é um dos indicativos mais comuns de que algo pode não estar bem com o seu pulmão. A tosse está presente na maioria das infecções pulmonares, de diferentes formas: seca, com catarro, e até mesmo com sangue.
Ainda que não seja uma regra, o padrão observado nesse sintoma é:
- pneumonia: tosse seca, com catarro esverdeado ou com sangue;
- bronquite: tosse seca ou com catarro;
- Covid-19 e bronquiolite: tosse seca.
2. Peito chiando
Já reparou que é comum, em consultas médicas, os médicos auscultarem (escutar com estetoscópio) o pulmão enquanto pedem para que você respire e solte o ar? Essa é uma forma de analisar se o paciente apresenta ou não chiado no pulmão.
Esse pode ser um sintoma de infecções do sistema respiratório e de algumas doenças pulmonares, como bronquiolite e bronquite.
3. Febre
Esse também é um forte indicativo da presença de infecções, inclusive pulmonar. Em maior ou menor temperatura, ela está presente em algumas das doenças mencionadas, tendo a Covid-19 e a pneumonia mais comumente acompanhadas de febre de 38ºC ou mais.
No caso da bronquite a febre pode aparecer, mas não ocorre em todos os casos. Já a bronquiolite não apresenta febre como um dos seus sintomas.
4. Dificuldade para respirar
A principal função do pulmão é captar oxigênio e livrar-se do dióxido de carbono. Uma vez atingido por infecções, seu desempenho é comprometido, causando alterações na respiração. Confira a seguir o que acontece em cada tipo de infecção pulmonar:
- pneumonia: falta de ar e respiração acelerada;
- bronquite: respiração acelerada;
- bronquiolite: dificuldade para respirar;
- Covid-19: falta de ar.
5. Dor no peito
Esse incômodo é causado, principalmente, pela dificuldade na respiração. Este sintoma acontece em casos de pneumonia e bronquite e pode causar muito desconforto a paciente.
No entanto, é importante ressaltar que a dor no peito pode ter diversas causas, por isso o mais indicado é procurar por um clínico geral, inicialmente. Depois, se necessário, é feito um encaminhamento para a especialidade correta.
6. Suor noturno
Esse sintoma de infecção pulmonar costuma ser comum em pacientes com pneumonia. Ele acontece na tentativa do corpo de regular a sua temperatura interna enquanto uma pessoa dorme.
7. Dor de cabeça
Tanto a Covid-19 quanto a pneumonia, podem causar dor de cabeça constante. No entanto, esse sintoma também pode aparecer em infecções respiratórias mais leves, como sinusites, por exemplo.
8. Dor muscular
Esse é um outro sinal comum entre a Covid-19 e a pneumonia. A dor muscular pode ser intensa em ambos os casos e se localizar em qualquer região do corpo, principalmente nas costas e nas pernas.
9. Falta de apetite
A falta de apetite pode aparecer tanto na bronquite, quanto na bronquiolite. Inclusive, esse é um dos primeiros sinais que os bebês dão quando apresentam a doença.
10. Congestão nasal
Muitas pessoas acham que toda infecção pulmonar causa congestão nasal. No entanto, esse sintoma é mais comum na Covid-19 que, além de entupir o nariz, também pode fazer com que o paciente perca o paladar e o olfato.
Como confirmar um quadro de infecção pulmonar?
Para diagnosticar essa condição o médico fará, além do exame físico, exames complementares, como os de sangue e raio-x do tórax, por exemplo, podendo solicitar tomografia em alguns casos.
Uma vez constatada a infecção pulmonar, é importante identificar o agente causador para adoção do melhor tratamento. Uma das formas de fazer isso é com a análise microbiológica do escarro.
É possível reverter essas doenças com o tratamento correto, desde que não seja uma condição crônica. As demais podem ser controladas em casa sob orientação médica, ou então, por internação, dependendo do grau de cada caso.
De maneira geral, sintomas como febre tendem a desaparecer nas primeiras 48 horas. Porém, a tosse e mal-estar como um todo podem permanecer até a sua recuperação final, que leva de uma semana a um mês.
O tratamento é feito com medicamentos que atuam diretamente contra o agente causador. Ou seja, antibióticos, antifúngicos e antivirais.
Além disso, outras medicações para dor e febre podem ser utilizadas para controlar os sintomas. Alguns pacientes também precisam do apoio de oxigênio durante a fase mais crítica da doença.
Infecção pulmonar não é brincadeira. Caso apresente algum dos sintomas, procure ajuda médica.
Conte com o Cartão dr.consulta para facilitar o acesso ao cuidado da sua saúde. Com ele, você tem descontos em consultas, exames e na compra de medicamentos em farmácias parceiras.
É possível, ainda, incluir mais quatro dependentes. Assim, eles também podem ter acesso aos nossos serviços com mais vantagens.
É possível prevenir esse tipo de condição
Algumas medidas de proteção podem diminuir as chances de ser pego de surpresa com alguma infecção pulmonar. Confira:
Vacinas
A vacinação é uma das formas mais eficazes de prevenir infecções pulmonares. Vacinas contra a gripe, pneumonia e Covid-19 estão disponíveis e ajudam a proteger contra os agentes mais comuns causadores dessas condições
Higiene
Manter boas práticas de higiene é fundamental para evitar a disseminação de doenças, incluindo as pulmonares.
Lave as mãos regularmente com água e sabão, use álcool em gel quando necessário e evite tocar o rosto com as mãos não higienizadas.
Minimizar o contato com poluentes
É importante evitar a inalação prolongada de substâncias nocivas, como fumaça de cigarro, gases tóxicos e produtos químicos irritantes
Se você trabalha em ambientes com exposição a esses agentes, use equipamentos de proteção adequados.
Manter o sistema imunológico forte
Adotar um estilo de vida saudável pode ajudar a fortalecer o sistema imunológico e, consequentemente, aumentar a proteção contra a infecção pulmonar.
Isso inclui uma alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos, sono de qualidade e a gestão do estresse.
Ambientes ventilados
Manter os ambientes bem ventilados ajuda a reduzir a concentração de micro-organismos no ar, diminuindo o risco de infecções respiratórias.
Por fim, lembre-se do velho ditado: prevenir é melhor que remediar.
Fontes: