A síndrome de tourette é uma doença neurológica, na qual o paciente realiza tiques de diversos tipos de forma impulsiva e repetitiva.
Apesar de ser retratada em diversos seriados internacionais de forma cômica e divertida, a síndrome de tourette é uma doença que pode prejudicar a qualidade de vida do paciente, bem como o seu processo de aprendizado e socialização.
É comum que o paciente com tourette realize movimentos repetitivos com os braços, mãos, pernas e até mesmo se manifeste oralmente de maneira impulsiva em qualquer ambiente ou situação. À primeira vista, os tiques realizados pelo portador podem provocar estranheza em quem está ao redor, mas é preciso entender a sua condição e forma de agir.
Basicamente, o paciente com tourette não consegue se auto controlar. Muitos deles relatam que o desejo de realizar um tique é involuntário e parecido com uma compulsão, gerando uma sensação de alívio após realizado.
Por não entender a doença, muitas pessoas, e até mesmo familiares, tendem a ficar irritados com as manifestações do indivíduo, castigando-o rotineiramente. Além de ser uma prática não recomendada para a sua saúde mental, o ato de castigar é injusto e pode desencadear ainda mais tiques por conta do estresse provocado.
Segundo especialistas, os primeiros sinais da doença costumam surgir logo na infância, entre os 5 e 7 anos de idade. Os tiques tendem a se manifestar de forma mais intensa entre os 8 e 12 anos e, raramente, se estendem para a fase adulta quando tratados adequadamente.
Ainda não se sabe exatamente a causa da síndrome de tourette, mas especula-se que a doença esteja relacionada à demais condições psicológicas como, por exemplo, o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), o TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo) e o Transtorno de Ansiedade. Cientistas acreditam que a doença também possa ter origem genética.
Quais são os sintomas da Síndrome de Tourette?
Dependendo do grau de estresse do paciente, as manifestações podem ocorrer diversas vezes por dia. Porém, quando ele está estável, pode ficar meses sem manifestar qualquer tipo de tique.
Apesar de haver alguns tiques característicos, não é possível prever a manifestação seguinte. A intensidade, a frequência e o tipo de tique podem ser alterados de forma involuntária de tempos em tempos.
Fique atento aos principais sinais abaixo:
- Sinais Motores: piscar os olhos, tocar o nariz, fazer caretas, movimentar os braços, pernas e os dedos, fazer gestos obscenos, encolher os ombros, bater no peito, movimentar a cabeça e dar chutes.
- Sinais Vocais: repetir palavras e sílabas, xingar, soluçar, tossir, cuspir, gritar, fungar, uivar, gemer e usar diferentes tons de voz.
Para que você não provoque estresse no paciente e o ajude a lidar com toda a situação, é recomendado não dar atenção aos tiques. Fingir que nada está acontecendo ajuda a normalizar a condição e evitar maior desgaste emocional.
Como é feito o diagnóstico da Síndrome de Tourette?
O diagnóstico é realizado a partir da observação dos sinais do paciente a longo prazo. Em alguns casos, pode ser solicitado um exame de ressonância magnética apenas para verificar a possibilidade de ser alguma outra doença com sintomas parecidos.
A Síndrome de Tourette tem tratamento?
Apesar de não apresentar cura, a doença tem tratamento e deve ser orientada por um neurologista.
Em casos mais brandos, é recomendado apenas sessões de terapia com um psicólogo. Já em casos mais intensos, além da terapia, é orientado o uso de medicamentos específicos que visam controlar os atos de impulsividade.
Por necessitar de um acompanhamento médico, é importante que o paciente realize consultas periódicas com o seu neurologista e não deixe de seguir à risca todas as recomendações.
É possível que o paciente com tourette tenha uma boa qualidade de vida. Basta entendermos como funciona a sua mente e, o mais importante, não discriminá-lo nem excluí-lo socialmente.