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Estou perdendo a audição? Descubra o que é a perda auditiva

Idoso usando aparelho auditivo após ser diagnosticado com perda auditiva.

A perda auditiva é caracterizada pela impossibilidade ou dificuldade de ouvir. Essa surdez pode ser tanto uma condição temporária e reversível, como uma condição permanente, em que não é possível restabelecer a capacidade auditiva do paciente. 

São muitas as causas e tipos de perda auditiva, e algumas de suas classificações incluem surdez súbita, congênita, e até mesmo surdez unilateral, quando apenas um ouvido é acometido. Assim como as demais funções do nosso corpo, precisamos ficar atentos à saúde auditiva. Por isso, no conteúdo de hoje, vamos falar especificamente sobre  esse assunto. 

O que é perda auditiva? Quais os tipos de surdez? Quais os sintomas e causas? Tudo isso e muito mais você descobre a seguir. Acompanhe e boa leitura! 

O que é a perda auditiva? Como sei se tenho?

Perda auditiva, surdez ou hipoacusia. Todos eles são termos médicos utilizados para indicar que um paciente não consegue escutar sons e ruídos, seja porque nasceu com essa condição ou porque foi perdendo a audição gradual ou subitamente. 

A surdez pode ser temporária e reversível, sendo recuperada após o final de um tratamento, mas também pode ser uma condição permanente. Em alguns casos, é dada a opção do uso de aparelhos auditivos, se a pessoa desejar.

A perda auditiva pode ocorrer nos dois ou em um único ouvido (surdez unilateral), e pode ser classificada como ligeira, média, severa e profunda. 

Além disso, apesar de ser uma condição que atinge a audição, a surdez, dependendo do seu grau, também pode prejudicar o desenvolvimento da linguagem oral e da fonética. 

Mas, se existem tantos graus de surdez, você pode estar se perguntando: quando é considerado perda auditiva? A perda auditiva é considerada desde o menor grau, quando as palavras são ouvidas, porém, certos elementos fonéticos escapam ao indivíduo. Conheça os graus de perda auditiva:

Ligeira

Esse é o grau mais leve de perda auditiva. Aqui, a palavra é ouvida, mas alguns elementos fonéticos não. Esse grau de surdez não provoca atrasos na linguagem, mas a pessoa apresenta dificuldades em ouvir sons de pássaros, vento e já pode ter alguma dificuldade para compreender uma conversa no dia a dia.

Média

Neste grau, as palavras só são ouvidas a uma intensidade muito forte, e é necessário leitura labial para a compreensão do que é dito. Ocorrem dificuldades na aquisição da linguagem, principalmente na articulação das palavras. 

Severa

Na surdez severa, a palavra em tom normal não é nem ao menos percebida. Para ter alguma sensação auditiva, é necessário gritar. Com isso, a necessidade de leitura labial é intensa e as perturbações na voz na fonética são bastante acentuadas. 

Profunda

Esse grau de perda auditiva não apresenta nenhuma percepção auditiva, o que causa incapacidade de aquisição da linguagem oral, com muitas perturbações na fala. Pessoas com esse nível de surdez aprendem e se comunicam através da língua de sinais. 

A leitura labial ou a língua brasileira de sinais (LIBRAS) são opções que a pessoa não ouvinte tem para se comunicar sem a língua falada (o português). Existe a possibilidade de aprender a língua oral mesmo para quem não escuta, mas é necessário muito treinamento e investimento. 

No final das contas, a pessoa com algum grau de surdez vai escolher a forma com a qual mais se identifica para se comunicar, seja a leitura labial, a língua de sinais, a linguagem oral  ou ainda colocar o aparelho auditivo para recuperar a audição, se a sua condição permitir.

Aqui vale um lembrete: o termo surdo-mudo está incorreto para se referir a pessoas surdas. A mudez se refere à impossibilidade de emitir sons de forma oral, o que não é o caso de pessoas surdas, que podem dar risadas, gritar e até mesmo vocalizar algumas palavras. 

Outra curiosidade interessante: a LIBRAS foi reconhecida como legítima em 2002, sendo um marco importantíssimo para comunidade surda do Brasil. Ah, e vale lembrar que a língua de sinais, assim como a língua escrita, difere em cada país.

Caso não seja uma condição congênita, na maioria dos casos, o paciente não percebe que está perdendo a audição. Normalmente, a dificuldade começa na percepção de alguns sons da fala, como os agudos, mas que podem passar despercebidos, graças à incrível capacidade que o ser humano tem de se adaptar. 

Então quais os sintomas da perda auditiva além da incapacidade de ouvir sons? Para identificar uma possível perda auditiva, é necessário ficar atento a alguns sinais, como: 

Uma vez notado alguns dos sintomas acima, o primeiro passo é ir em busca de uma avaliação profissional. Um médico otorrinolaringologista está apto para fazer essa investigação e pode solicitar ainda avaliação complementar de outros especialistas. 

Só existe um tipo?

Imagem ilustrativa (iStock)

Muitas pessoas não sabem, mas existem diferentes tipos de perda auditiva, considerando a localização do problema no ouvido e o comprometimento da função. 

Saber exatamente qual o tipo de surdez que acomete o paciente é fundamental para os médicos, pois só assim eles conseguem indicar se existem tratamentos, e quais são eles, se o paciente desejar. 

Os 4 tipos de perda auditiva

  1. perda auditiva condutiva;
  2. perda auditiva neurossensorial;
  3. perda auditiva mista;
  4. perda auditiva neural ou retrococlear

1 – Perda auditiva condutiva

Como o próprio nome já diz, a perda auditiva condutiva diz respeito a um problema na condução do som. Ela acontece quando existe alguma dificuldade para receber ou encaminhar o som de forma adequada pelo ouvido externo e ouvido médio (de fora para dentro do ouvido). 

Para simular esse tipo de perda auditiva, basta tapar as orelhas e você terá um efeito bastante similar. Esse tipo de surdez pode ser reversível em muitos casos. Geralmente, ela ocorre quando o tímpano é perfurado, há presença de infecções ou até mesmo por obstruções causadas por excesso de cera, por exemplo. 

Os pacientes acometidos relatam que a fala pode ser compreendida, mas o volume não é alto o suficiente. 

2 – Perda auditiva neurossensorial

Na perda auditiva neurossensorial o problema está no ouvido interno, que apresenta danos parciais ou totais das células sensoriais (células que captam o som)

Nessas situações, o ouvido externo e médio podem estar em perfeito funcionamento, mas o som não é ouvido, já que falta quem codifique os sinais sonoros para o nervo auditivo. 

A surdez neurossensorial geralmente é irreversível e pode ocorrer em casos de alterações congênitas (desde o nascimento) e genéticas, ou durante a vida, devido à exposição a sons muito intensos ou envelhecimento natural do ouvido. 

Os sintomas relatados para este tipo de perda auditiva são dificuldades em entender a fala mesmo quando soa alto o suficiente e de localizar de onde os sons vêm, além de ouvir ruídos de fundo.

3 – Perda auditiva mista

Na perda auditiva mista, há combinação de perda condutiva e neurossensorial. Ou seja, neste tipo de surdez, há problemas tanto no ouvido externo e/ou médio, quanto no ouvido interno. 

Os sons podem se apresentar mais baixos em volume e mais difíceis de entender. De maneira geral, a alteração na condução do som pode ser reversível com medicações ou cirurgias

4 – Perda auditiva neural ou retrococlear

Este tipo de perda auditiva se dá quando o nervo auditivo é inexistente, ou está danificado

Sem ele, há grande dificuldade na transmissão dos sinais sonoros ao cérebro, por isso, trata-se de uma condição permanente, na qual nem mesmo aparelhos auditivos e implantes cocleares podem ajudar, já que o nervo não é capaz de levar as informações sonoras ao cérebro.

O que causa? Tem tratamento?

Imagem ilustrativa (iStock)

Como você pôde ver anteriormente, existem diferentes tipos de perda auditiva, em diferentes graus. Mas, o que provoca a perda auditiva? As causas também são muitas, e variam se a surdez é congênita ou adquirida posteriormente. Vamos entender melhor! 

Se uma criança nasce surda, a causa pode ser herdada dos pais, adquirida durante a gestação (por exemplo, por infecção da gestante) ou ainda genética. 

As principais causas nesses casos são: viroses maternas durante a gravidez, como rubéola e sarampo, doenças tóxicas da gestante, como sífilis e toxoplasmose ou ainda, ingestão de medicamentos tóxicos e consumo de álcool ou drogas pela grávida.

Já em pacientes que a perda auditiva acontece ao longo da vida (adquirida ao longo da vida), podem ser citadas algumas causas, como: 

Ao notar qualquer sintoma de perda auditiva, procure um médico especialista no assunto. Em consulta com o otorrinolaringologista, além de examinar diretamente o ouvido, ele poderá solicitar a audiometria, uma avaliação audiológica que determina a integridade do sistema auditivo e define o tipo e grau de surdez, caso exista. 

A quantidade de perda auditiva em relação à audição normal é avaliada conforme a idade e o sexo de uma pessoa. 

Uma vez constatada a perda auditiva, seu tipo e grau, o médico irá avaliar se ela é temporária ou não, se existem chances de regressão do quadro, e qual o melhor tratamento. 

Cada tipo de surdez tem um tratamento e, como já apresentamos, a perda auditiva condutiva pode ser tratada com medicamentos ou cirurgia, conforme o caso. De forma geral, os resultados são satisfatórios e a surdez é reduzida ou, até mesmo, curada.

Já a surdez neurossensorial é definitiva e o tratamento requer acompanhamento médico, adequado à intensidade dos sintomas apresentados. Em alguns casos, pode-se recorrer a aparelhos auditivos para ajudar a recuperar parte da capacidade auditiva do paciente, se ele o desejar. 

O implante coclear, um dispositivo eletrônico que oferece uma sensação auditiva bem próxima à fisiológica, pode ser uma boa opção para pacientes com surdez neurossensorial profunda.

Se você desconfia que pode estar sofrendo com algum tipo de perda auditiva, não espere mais. Agende uma consulta com o otorrino em uma das unidades do dr.consulta e realize os seus exames em um mesmo lugar. 

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