Na linguagem médica, o sufixo ‘’ite’’ indica a presença de inflamação da estrutura anatômica citada no radical da palavra. Assim, bronquiolite, por exemplo, significa inflamação nos brônquios. O mesmo acontece com a pericardite, problema relacionado à inflamação do pericárdio.
O pericárdio é um tipo de estrutura sacular (em forma de saco) que envolve o coração. Ele possui duas lâminas: a externa é chamada de parietal e é constituída por feixes de colágeno.
A camada interna, chamada de lâmina visceral, tem duas funções: manter o coração na posição fisiológica e impedir que o fluxo sanguíneo expanda além de sua capacidade.
Quando alguma dessas estruturas — ou ambas — sofre um processo de inflamação decorrente de alguma doença, surge a pericardite. Saiba mais sobre as causas, sintomas e como tratar essa doença. Boa leitura!
Quais são as causas de pericardite?
Em grande parte dos casos, a causa da pericardite se mantém obscura. No entanto, sabe-se que ela pode ser causada por:
- infecções por bactérias;
- doenças autoimunes;
- trauma na região torácica;
- febre reumática;
- miocardite;
- insuficiência renal crônica,
- AIDS;
- tuberculose;
- câncer.
Quais são os sintomas?
A pericardite pode ser aguda — ou seja, acometer o paciente rapidamente— ou crônica, de início gradual, sem muitas manifestações. Entre os sintomas mais comuns, estão:
- tosse seca;
- fadiga (cansaço);
- ansiedade;
- dificuldade na respiração, que piora ao deitar e possui melhora quando sentado;
- dor no peito aguda ou contínua.
Como é feito o diagnóstico?
Primeiramente, deve-se afastar a hipótese de outras doenças cardiovasculares que possuam os mesmos sintomas. Sendo assim, o diagnóstico é clínico (após a ausculta dos sons cardíacos e pulmonares) e baseado na história do paciente.
Além disso, os principais exames utilizados para auxiliar o diagnóstico são:
- eletrocardiograma;
- ressonância magnética;
- tomografia computadorizada;
- radiografia do tórax;
- ecocardiograma.
Em alguns casos de pericardite, pode ocorrer acúmulo de líquido no pericárdio. A ressonância magnética é um bom exame para concluir o diagnóstico adequadamente.
Quais são as opções de tratamento?
Os casos leves, em que há basicamente dor associada ao quadro, podem ser tratados com medicamentos anti-inflamatórios para deter o processo de inflamação que está causando a doença. Se o processo inflamatório foi causado por bactérias, o paciente também deve fazer o uso de antibióticos.
Pacientes que evoluíram para derrame pericárdico ou que possuem doenças graves devem ser internados e tratados com mais cautela.
No entanto, como na maioria das vezes não se sabe a causa do problema, a conduta é expectante.
Ou seja, o médico monitoriza o paciente e diminui a inflamação com medicamentos até descobrir a etiologia (a origem) da doença. Raramente, a pericardite pode evoluir para fibrose e restringir o coração em seus batimentos. Nesse caso, pode ser indicada cirurgia de correção.
A evolução da pericardite depende da causa da doença. Assim, não é possível delimitar riscos e possíveis condições.
Podemos concluir que os sintomas de pericardite são extremamente parecidos com os sinais de doenças cardiovasculares e pulmonares. Dessa forma, caso sinta algum desse sinais, é necessário procurar um médico cardiologista e marcar uma avaliação!