Quando o diabetes não está controlado, diversas complicações à saúde podem ser desencadeadas. Uma delas é a neuropatia diabética, segundo o Ministério da Saúde.
Entender o que é essa condição, os sintomas e como preveni-la é essencial para quem busca mais qualidade de vida.
O que é e quais são os tipos de neuropatia diabética?
Considerada pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) uma das complicações mais comuns e incapacitantes geradas pelo distúrbio metabólico, o quadro ocorre quando os níveis elevados de glicose no sangue (hiperglicemia) danificam o funcionamento do sistema nervoso – responsável por funções motoras, sensoriais, cognitivas, entre outras.
Além da hiperglicemia, o Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais (NIDDK, na sigla em inglês) dos Estados Unidos aponta que outros fatores contribuem para a neuropatia diabética, como triglicerídeos elevados (ou seja, compostos de gordura no organismo), excesso de peso, tabagismo (hábito de fumar) e hipertensão (pressão alta).
Existem quatro variações da condição:
- neuropatia periférica: afeta os pés e as pernas, e às vezes os braços e mãos. Atinge entre um terço e metade dos pacientes com diabetes;
- neuropatia autonômica: atinge funcionamento de órgãos internos, como coração, bexiga e intestinos, podendo desencadear complicações cardíacas e ligadas à pressão arterial;
- neuropatia focal: os danos ocorrem em nervos específicos, geralmente nas mãos, cabeça, tronco ou pernas. A síndrome do túnel do carpo é um exemplo comum dessa complicação;
- neuropatia proximal: tipo mais raro e incapacitante. Gera prejuízos às funções de coxas, quadris e nádegas. Normalmente, os danos ocorrem em apenas um lado do corpo.
Complicação também pode surgir em quadros de pré-diabetes
Embora esteja muito relacionada a pacientes que já foram diagnosticados com o distúrbio metabólico, a neuropatia pode ocorrer em pessoas no estágio anterior a ele.
De acordo com estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a neuropatia autonômica ocorre em situações de distúrbio metabólico tanto do diabetes quanto do pré-diabetes.
Por isso, é essencial monitorar as alterações nos níveis de glicemia, a fim de prevenir uma possível progressão para o diabetes tipo 2 e outras complicações associadas.
Como evitar neuropatia com 5 dicas práticas
É possível prevenir a neuropatia diabética com a adoção de algumas medidas que ajudam a reduzir outros fatores de risco. Confira:
- controle da glicose no sangue;
- observar os sintomas;
- buscar orientação médica;
- atenção aos pés;
- tratamento de base.
1. Controle da glicose no sangue
Manter os níveis de açúcar no sangue dentro dos valores recomendados é a melhor maneira de prevenir a neuropatia diabética (e outras complicações da diabetes).
Isso pode ser feito pelo monitoramento regular da glicose, com a ajuda de dispositivos contínuos ou pontuais, ajustes no tratamento conforme necessário e a adoção de hábitos saudáveis, como:
- manter alimentação saudável;
- praticar exercícios físicos regularmente;
- evitar o tabagismo;
- controlar a pressão arterial e o colesterol.
2. Observar os sintomas
Detectar a neuropatia diabética precocemente pode evitar complicações graves. Para ajudar nesse objetivo, é importante observar possíveis sinais do corpo, como:
- dor que surge de repente, constante e que não passa;
- dor excessiva sentida a partir de um estímulo pequeno, como uma picada de alfinete ou o contato da pele com outra pessoa;
- sensação de queimadura e ardência;
- formigamento.
3. Buscar orientação médica
Importante lembrar que o diagnóstico só deve ser realizado por um médico, como o clínico geral. A atenção aos sintomas é útil para que, na consulta, o profissional de saúde seja informado, investigue o quadro e, após a avaliação, encaminhe o paciente para outro especialista, se necessário.
Com o Cartão dr.consulta é possível acessar diferentes especialidades médicas e exames. Além disso, a linha de cuidados do programa Viva Bem, exclusiva para quem tem o cartão, oferece suporte ao paciente para o tratamento e prevenção de agravamento de condições como a diabetes, hipertensão e colesterol alto (dislipidemia).
4. Atenção aos pés
A recomendação é válida uma vez que a neuropatia está associada a outra complicação: o pé diabético. Ele ocorre quando a falta de sensibilidade das extremidades e pela dificuldade de cicatrização de feridas – o que pode levar a amputação.
Por isso, as principais recomendações da SDB são:
- inspeção diária, verificando os pés em busca de cortes, bolhas, vermelhidão ou inchaço. Em caso de lesões, é necessário observar atentamente a evolução dos sintomas e procurar ajuda médica;
- higienização com água morna. Importante secar bem, especialmente entre os dedos;
- hidratação para evitar rachaduras na pele. Não deve ser feita entre os dedos.
- unhas sempre cortadas, preferencialmente retas. Calos e cutículas não devem ser removidos sem a orientação de um profissional;
- calçados adequados e confortáveis, de preferência fechados, que não apertam os pés;
- não usar meias com elásticos apertados para não prejudicar a circulação sanguínea.
5. Tratamento de base
Uma vez estabelecida, a neuropatia costuma ser irreversível. Por isso, a SBD recomenda o cuidado e o manejo de comorbidades (condições coexistentes) e hábitos não saudáveis que potencializam sua ocorrência e agravamento – como a hipertensão, o colesterol alto, o tabagismo e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
Seguindo essas orientações, é possível prevenir a neuropatia diabética e outras complicações. Conte com o dr.consulta para cuidar da sua saúde.
Fontes: