A ideia de que uma menina vá começar, em algum momento de sua história, a ter vida sexual ativa é algo que dá arrepios em muitos pais. Por isso, adiam a primeira visita ao ginecologista. Porém, esse é um erro que pode custar caro.
Mesmo sem uma vida sexual ativa — e até longe de começá-la —, a menina deve ter um acompanhamento especializado com um médico ginecologista. Hoje, vamos entender por que essa primeira consulta é tão importante e quando ela deve ser realizada. Boa leitura!
Qual a idade ideal para a primeira visita ao ginecologista?
A idade talvez seja uma medida pouco precisa para estabelecer quando deve ser essa a consulta. O ideal é que a menina tenha seu primeiro encontro com o especialista assim que tiver a menarca (primeira menstruação).
A puberdade é um período que costuma levar cerca de três anos. Normalmente, ela se inicia entre os 9 e os 12 anos. Assim, se as primeiras mudanças no corpo da criança surgirem aos 10 anos, significa que a primeira menstruação, provavelmente, será por volta dos 13
Então, essa será a melhor idade para a primeira consulta.
Com qual regularidade a menina deve ir ao médico?
Assim como as mulheres adultas, as adolescentes também devem realizar consultas de rotina com o ginecologista uma vez ao ano. A maior diferença entre os dois tipos de consultas é o papanicolau.
sse exame que analisa células do colo do útero da paciente, começa a ser feito a partir do início da vida sexual da mulher. Assim, meninas que ainda não tiveram sua primeira relação não precisam fazer o papanicolau.
Quais doenças podem ser prevenidas ainda na adolescência?
Nas primeiras consultas com o ginecologista, as questões que surgem, geralmente, são mais fisiológicas do que relacionadas a doenças. A menina tem dúvidas sobre o ciclo menstrual, dores nas mamas, o desenvolvimento do corpo, como lidar com todas as mudanças etc.
O profissional tem o papel de orientar a adolescente e esclarecer todas essas questões para que o desenvolvimento seja saudável do ponto de vista físico e psicológico. Também é importante que a jovem comece a conhecer melhor seu ciclo menstrual e seu corpo — e o ginecologista vai ajudá-la nesse processo.
Outro assunto bastante frequente entre as adolescentes são as cólicas. Com o útero ainda pequeno e o orifício por onde passa a menstruação mais fechado, elas são quem mais sofrem com as dores. Mesmo assim, em alguns casos, as cólicas podem ser o primeiro indício da endometriose. Por isso, é importante o acompanhamento desde cedo.
Mas, quando falamos em prevenção, o mais importante a ser destacado são as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). A adolescência é a fase em que as meninas e os meninos devem se conscientizar sobre a importância da proteção nas relações sexuais — e isso precisa virar um hábito.
Nas primeiras consultas, o ginecologista terá o papel de iniciar (ou reforçar, caso os pais já façam) essa conscientização.
A faixa etária entre os 9 e os 13 anos também é a mais indicada para que a menina tome a vacina contra o vírus HPV. Sexualmente transmissível, o HPV é a maior causa do câncer de colo do útero, quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.
Se a sua filha está na puberdade ou menstruou recentemente, marque uma consulta com o ginecologista, especialista indicado para orientar as adolescentes nessa fase de mudanças no copo e muitas dúvidas sobre a saúde da mulher.