Como proceder em caso de alergia nos olhos

Muito comum em indivíduos que frequentam ambientes com bastante poluição ou durante épocas do ano em que o pólen está em alta, a alergia nos olhos pode causar complicações sérias se não for tratada da forma correta.

Além de favorecer o surgimento de outras patologias oftalmológicas, o quadro ainda atrapalha a rotina e a qualidade de vida.

O que provoca a alergia nos olhos e sintomas

Quando a superfície ocular entra em contato com os chamados alérgenos (ácaros, poeira, pelos de animais, maquiagem etc.) uma resposta do sistema imunológico é desencadeada. As substâncias podem parecer inofensivas para a maioria, mas provocam reações em pessoas sensíveis.

Costuma acontecer em quem tem predisposição genética a enfermidades alérgicas, especialmente se dermatite atópica, rinite ou asma? já foi diagnosticada, explica artigo publicado na revista Arquivos de Asma, Alergia e Imunologia.

Os sintomas variam de acordo com o organismo de cada um e a intensidade da exposição. No entanto, alguns são bem característicos:

• coceira intensa (prurido);
• olhos vermelhos (hiperemia);
• lacrimejamento excessivo;
• sensação de areia ou corpo estranho;
• inchaço nas pálpebras (edema);
• secreção aquosa.

Em muitos casos, aparecem de forma bilateral (nos dois lados) e estão associados a outros sinais respiratórios, como espirros ou nariz entupido?.

Embora grande parte dos pacientes recorra à automedicação (o que inclui o uso de colírios sem prescrição), a conduta não é recomendada. A análise por um oftalmologista ou alergista é indispensável, principalmente quando:

• as manifestações persistem por mais de uma semana;
• há comprometimento da visão;
• existe um histórico de alergias respiratórias.

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Tipos de alergia ocular e de diagnóstico

Diferentes formas da condição podem ocorrer, de acordo com artigo da revista Arquivos de Asma, Alergia e Imunologia. São elas:

• conjuntivite alérgica sazonal: surge em determinadas épocas do ano, geralmente na primavera, devido ao aumento de pólen no ar;
• conjuntivite alérgica perene: frequente o ano todo, pois é associada a ácaros e pelos de animais;
• queratoconjuntivite vernal e atópica: quadros mais graves que podem afetar também a córnea e demandam acompanhamento especializado.

Baseado nos sintomas e nos relatos do paciente, o diagnóstico da alergia nos olhos é quase sempre simples, por meio apenas de uma avaliação clínica. 

No entanto, exames complementares podem ser solicitados para confirmar a sensibilização a alérgenos, como:

• testes cutâneos;
• dosagem de IgE específica no sangue;
• provocação ocular, realizada em ambiente controlado.

O objetivo é detectar a substância responsável pela reação e orientar uma abordagem mais eficiente?.

Alergia nos olhos pode gerar complicações

Se não for tratada adequadamente, essa enfermidade, que normalmente é considerada leve, pode acarretar até dificuldades para enxergar.

Entre os riscos indicados no estudo da Revista Brasileira de Oftalmologia, o principal é o desenvolvimento de alterações na córnea, como o ceratocone, que afina e deforma a estrutura, prejudicando a nitidez visual. Mais associado a pacientes que coçam excessivamente a região.

Tratamentos disponíveis e controle

A boa notícia é que a alergia nos olhos, na maioria das vezes, necessita de cuidados simples. Primeiro é preciso identificar e limitar os alérgenos. Conforme a gravidade, o profissional também pode indicar:

• medidas não farmacológicas, como higienizar as mãos e o rosto com frequência e utilizar compressas frias;
• colírios antialérgicos, que aliviam rapidamente o prurido e a vermelhidão;
• estabilizadores de mastócitos, feitos para prevenir crises;
• corticoides tópicos, apenas para quadros avançados e por curto prazo, devido aos efeitos colaterais;
• imunoterapia com alérgenos, forma de dessensibilização progressiva ao agente causador.

Apesar de nem sempre ser possível driblar completamente a exposição aos elementos desencadeantes, algumas medidas ajudam a reduzir os riscos:

• manter a casa limpa e ventilada;
• lavar roupas de cama constantemente;
• evitar o contato com animais de estimação (se for o caso);
• usar óculos escuros em dias de muito vento ou pólen elevado;
• não esfregar os olhos.

Um acompanhamento médico adequado, aliado a um bom diagnóstico e a um plano de tratamento eficaz, é fundamental para viver sem desconfortos e garantir o bem-estar e a saúde ocular.

Fontes:

• Arquivos de Asma, Alergia e Imunologia;
• Revista Brasileira Oftalmologia;
• REVISTA PORTUGUESA DE IMUNOALERGOLOGIA.