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Saúde financeira e mental: como as duas estão ligadas?

Mulher de pele clara e cabelos castanhos e curtos sentada na mesa, trabalhando com papéis e computador. Suas mãos estão apertando seus olhos em sinal de preocupação.

Você coloca a cabeça no travesseiro e, ao invés de descansar, começa a pensar na sua saúde financeira? Se pergunta como irá pagar aquela conta ou se o banco irá te ligar para cobrar de novo? E como fica sua saúde mental depois disso?

Um estudo realizado pela Serasa Experian com o Instituto Opinion Box mostrou que 83% dos participantes têm dificuldade em adormecer quando pensam em dinheiro. 

Além disso, 78% dessas pessoas têm pensamentos negativos, 74% sentem dificuldade de concentração em atividades diárias, 61% vivenciam crises de ansiedade e 53% descrevem tristeza e medo do futuro por conta das finanças.

Os números apenas demonstram o quanto o bem-estar psicológico pode ser afetado pelas dívidas. Por isso, preparamos este conteúdo para mostrar formas de melhorar esse cenário.

O que é saúde financeira?

Trata-se de um termo utilizado para representar o momento em que uma pessoa tem controle dos seus gastos, consegue pagar as contas e poupar para possíveis emergências. Assim, não cria dívidas e tem condições para momentos de lazer.

Uma boa relação com o dinheiro não significa ter muito na conta, mas sim saber como utilizar bem o valor que você ganha para cobrir as despesas.

Porém, depois de anos de crise econômica e com os impactos da pandemia de Covid-19 as finanças dos brasileiros se encontram em um estado delicado. 

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) realizada pela FecomercioSP revelou números alarmantes. O levantamento mostra que 77% das famílias no Brasil estão endividadas – em 2016, eram 60,2%. Em relação à inadimplência (quando estão com as dívidas em atraso), são 28,9%. 

Quais as causas do desequilíbrio nas finanças?

Seria muito fácil dizer que o descontrole financeiro está relacionado apenas à desorganização ou causas voluntárias. É preciso ter sensibilidade para entender o cenário enfrentado no País. 

No Brasil, a década de 2010 não foi fácil. Foram anos de baixo desenvolvimento econômico e até recessão (situação em que o país deixa de crescer). Já em 2020 e nos dois anos seguintes enfrentamos uma pandemia que, além de todos os impactos na saúde física e mental, também afetou a ocupação de muitas pessoas.

Em 2019, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), a taxa de desempregados brasileiros era de 11,9%. No ano seguinte passou para 13,5% e, por fim, em 2022, vemos uma leve melhora, com 9,3%.

No entanto, a taxa Selic (taxa de juros nacional) aumentou assustadoramente: de 2% para 13,75% – o que deixou a obtenção do crédito mais cara. E, claro, não podemos esquecer da inflação.

Em 2022, como mostra o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ela totalizou 5,79% nos 12 meses do ano. Quando verificamos apenas os preços dos alimentos, a taxa foi bem maior, de 11,64%.

Como podemos ver, a situação é bastante complexa.

Todas essas porcentagens são números técnicos mas que a população sente diariamente, seja no supermercado, na conta de energia, no aluguel, no transporte e na qualidade de vida. 

Como isso influencia a saúde mental?

Imagem ilustrativa (iStock)

Todo o nosso corpo é impactado pelo que nos rodeia. Por exemplo: ao vivermos em um ambiente com ar muito poluído a probabilidade de termos diagnósticos respiratórios é maior. O mesmo acontece na relação entre saúde financeira e saúde mental.

Quando estamos em situações de tensão e estresse por conta das dívidas a mente é afetada diretamente. Quando isso acontece a ansiedade e a depressão podem se manifestar, quase instantaneamente.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é um país adoecido mentalmente cuja população tem muitos fatores ansiogênicos, ou seja, que causam ansiedade. Se associarmos esse panorama com o contexto macroeconômico podemos compreender o quanto as dívidas impactam em outros aspectos.

Por isso, é importante analisar de maneira prática a sua relação com o dinheiro, colocando todas as possibilidades e saídas no papel se for necessário resolver alguma questão financeira.

Equilibrando os pratos

Mas nessa altura você deve estar se perguntando: como encontrar uma solução para a saúde financeira quando a ansiedade e estresse tomam conta?

Vamos mostrar algumas táticas que podem ajudar.

Planeje-se sempre que possível

Com um bom planejamento financeiro você poderá entender quais as maiores fontes de custos que podem ser reduzidos para economizar. Pesquisar e comparar preços em diferentes estabelecimentos pode ser útil. Você conhece as promoções no supermercado perto de você? 

Anote num caderno e confira todos esses gastos mensalmente. Verifique quais itens podem ser cortados do seu orçamento e quais deles são imprescindíveis manter. Imprevistos poderão aparecer e o importante é se organizar para lidar com eles.

Você não precisa abrir mão de tudo, mas é necessário repensar sua relação com o dinheiro e suas finanças se quiser ser financeiramente mais saudável.

Busque ajuda de um profissional de finanças pessoais

A situação está tão complicada que, mesmo com o planejamento, você não consegue ver “uma luz no fim do túnel”? 

Então pode ser o momento de procurar ajuda de um profissional de finanças pessoais. Pesquise bastante para encontrar uma pessoa que é, verdadeiramente, especialista na área. 

Opte por renegociar 

Outra dica é renegociar as dívidas com os credores. Dependendo do tipo de dívida, os juros podem ser responsáveis por triplicar o valor total devido.

Grandes empresas preferem receber um valor menor do que não receberem. Então, essa é uma tática para ser utilizada por quem está com questões na saúde financeira.

Busque os feirões de renegociação que ocorrem periodicamente nas cidades. Neles você poderá conseguir descontos. Caso não tenha nenhum evento do tipo no local onde você mora procure diretamente os seus credores. 

Tente a regra 50-30-20

Essa regra consiste em dividir a sua renda mensal em três partes: 50%, 30% e 20%. Metade do valor você destina para o pagamento de gastos fixos, aqueles que existem todo mês, como aluguel, energia, água, internet e alimentação.

Os 30% são para as despesas variáveis, ou seja, aquelas que não podem ser previstas. Por exemplo, comer fora ou comprar uma roupa.

Os 20% restantes são para poupar. A reserva te oferecerá mais segurança em momentos de emergência, com a capacidade de aliviar a ansiedade financeira

Viva de forma realista

Mesmo com todas as dicas que você pode obter de especialistas, tenha pensamentos racionais sobre o que é possível fazer com foco na sua saúde financeira, mas também na realidade em que você vive.

Nem sempre será viável poupar 20% do salário e está tudo bem! Caso você consiga guardar R$ 10,00 já será um começo para esse processo.

Também é relevante revisar seu estilo de vida. Se você comprar exageradamente produtos que não precisa, por exemplo, é interessante mudar o comportamento durante o período financeiro mais delicado.

Foque no futuro, mas também no presente

É preciso ter atenção constante, mesmo não estando endividado. Isso porque é com controle e planejamento de longo prazo que podemos evitar apertos.

No entanto, não deixe o presente de lado. Comemore momentos especiais com amigos e familiares, como aniversários, Páscoa, Natal e outras ocasiões. Encare isso como um autocuidado que irá ajudar na sua saúde mental. 

Lembre-se de que quando estamos felizes o nosso bem-estar financeiro é influenciado positivamente. É uma via de mão dupla.

Imagem ilustrativa (iStock)

Cuide do seu psicológico

Para lidar com todos os desafios da vida pessoal ou familiar, incluindo os financeiros, você deve priorizar a sua saúde mental.

Preocupações, angústias, ansiedade – que podem ser características ou sintomas comuns nessas fases – devem ser acompanhadas por profissionais de saúde que também podem te ajudar.  

No dr.consulta temos uma equipe de psicólogos e psiquiatras disponível perto de você, nas unidades físicas ou na modalidade de consulta online.

Ao assinar o Cartão dr.consulta você e mais quatro dependentes podem fazer consultas e exames por valores ainda mais acessíveis. 

Fontes:

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