Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e bronquiolite: causas, sintomas e tratamento

Com a entrada do outono e inverno, junto a chega uma doença que acompanha essa estação, a temida Bronquiolite. Ela pode estar presente qualquer época do ano, mas temos o maior índice de prevalência neste período. Conversamos com nossa Pneumologista Pediatrica, Dra. Marcela Angeli Oliveira, e tiramos todas as dúvidas sobre o assunto! Confira!

O que é a bronquiolite?

A bronquiolite é doença caracterizada por danos nos pequenos tubos aéreos do pulmão, os bronquíolos. Ocorre uma obstrução ou distorção destes, através de um espessamento das paredes broquelares, podendo ou não ser acompanhado por muco. Esse problema respiratório, geralmente, afeta crianças até os 2 anos de idade, sendo mais atingidas as crianças de 3 a 6 meses.

Qual a causa da bronquiolite?

Dentre as causas que podem levar a bronquiolite estão: 

• inalação de poeiras;
• gases tóxicos;
• fumaça de cigarro;
• exposição em ambiente com muitas pessoas (creches, escolas, shopping, igrejas);
• prematuridade (nascido antes de 37 semanas)
• e principalmente, por infecções virais, como adenovírus, parainfluenza, influenza e o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), sendo esse último o maior vilão, pois é responsável por 90% das hospitalizações e a mortalidade por essa patologia.

O que é o VSR – Vírus Sincicial Respiratório?

O VSR, é um vírus que pode atingir qualquer idade, sendo mais leve em criança maiores e de forma mais graves em menores, ou em crianças com doenças cardíacas e com fraqueza no sistema de defesa.

Quanto menor a criança, maior o risco. Trata-se de um vírus extremamente contagioso e que se dissemina de forma fácil, através das secreções de doentes contaminados para pessoas sadias.

Secreções presente na boca, olhos ou nariz, que podem ser transmitidos ao falar, tossir ou espirrar, devido as gotículas contaminadas que ficam dispersos no ar e/ou por contato físico (beijos no rosto ou nas mãos que as crianças levam a boca).

Sintomas do VSR

Os principais sintomas, causados são:

• coriza;
• tosse;
• febre baixa;
• dificuldade para respirar;
• incluindo chiado no peito;
• movimentos respiratórios rápidos;
• movimentos das narinas (abrindo e fechando);
• falta de ar;
• em casos mais graves a presença de cianose (ponta dos dedos arroxeada).

Diagnóstico

Como é feito o diagnóstico? Através do exame físico e pela história referida pelos pais. O Rx e o exame de sangue (hemograma) podem afirmar o diagnóstico e excluir outras doenças, mas não é o fundamental.

A cultura da secreção do nariz (swab nasal), também pode mostrar de qual vírus se trata.

Tratamento

Não existe nada eficaz que mata o vírus, apenas um tratamento de suporte, com mediações de alívio, entre eles estão bronco dilatadores, corticoide e em alguns casos há necessidade de oxigênio. Na grande maioria, esses sintomas desaparecem em torno de dez dias, tendo uma melhora na dificuldade de respirar após o 3^o dia. Mas podem perdurar ate 4 semanas.

Após a primeira crise de bronquiolite, principalmente pelo VSR, uma grande parcela das crianças desenvolve a chamada sibilância recorrente pós-bronquiolite (mais conhecido por bebe chiador), que mantêm um chiado e crises intermitentes, igual ocorre na asma.

Por isso a prevenção é a principal chave para a doença, evitando contato com as pessoas doentes, lavagem frequentes das mãos, não frequentando locais aglomerados (já que sabemos que a infecção por esse vírus ocorre de forma endêmica) e tentando se livrar de fatores como poeiras, ácaros, tabagismo e cheiro fortes. 

Não possuímos vacina contra a bronquiolite, o que existe é uma imunização passiva que pode reduzir o risco de infecção por VSR, realizado na forma de injeção, antes da estação do vírus (outubro a março), mas está indicada apenas para crianças prematuras extremas, por isso a prevenção ainda se torna o método mais eficiente para as crianças pequenas.

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