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O que saber sobre a ação dos antidepressivos no organismo

dr.consulta - embalagens de comprimidos antidepressivos, tratamentos contra a depressão, acompanhamento médico psicológico e psiquiátrico

Há, ainda, muita desinformação sobre os antidepressivos e seus efeitos no organismo. Isso gera resistência ao uso desses medicamentos, o que pode prejudicar o tratamento de muitas pessoas que têm alguma condição relacionada à saúde mental.

Por isso, entender o que acontece quando alguém faz uso desse tipo de remédio (e até mesmo o que esperar quando for descontinuado) é importante.

A depressão não deve ser negligenciada

Antes mesmo da resistência para tomar um medicamento, há uma negação quanto à doença. Muitas pessoas acreditam que a depressão é algo passageiro ou controlável sem ajuda médica. No entanto, esse é um quadro sério que pode interferir significativamente na vida de um indivíduo.

Causada por diversos fatores como genética, bioquímica e situações cotidianas, essa condição vem seguindo uma linha crescente em relação ao número de casos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 300 milhões de pessoas, de todas as idades, apresentam esse quadro.

Já no Brasil, cerca de 15,5% da população enfrenta depressão em algum momento da vida, aponta o Ministério da Saúde (MS).

Dessa forma, sintomas como sensação de tristeza, autodesvalorização, sentimento de culpa, cansaço excessivo, falta de concentração, insônia, alterações no apetite e falta de libido devem acender um sinal de alerta para a busca de ajuda profissional, como a de um psicólogo, que, se necessário, fará encaminhamento para outra especialidade.

Como os antidepressivos funcionam?

Utilizados para tratar transtornos como depressão, ansiedade e outras condições relacionadas ao humor, eles atuam no cérebro, ajustando os níveis de neurotransmissores — substâncias químicas que transmitem sinais entre as células nervosas.  Os mais comuns envolvidos no tratamento com antidepressivos são:

Tipos

Existem várias classes de antidepressivos, cada uma atuando de forma diferente no organismo. Conheça as principais, segundo a revista científica Brazilian Journal of Health and Pharmacy.

1. Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS)

Aumentam os níveis de serotonina no cérebro, bloqueando sua reabsorção nas células nervosas. São os mais comumente prescritos devido aos seus efeitos colaterais relativamente leves.

2. Inibidores da monoaminooxidase (iMAO)

Os antidepressivos dessa classe inibem a monoamina oxidase, uma enzima que decompõe neurotransmissores como a serotonina e a noradrenalina. São menos usados devido às interações alimentares e medicamentosas significativas.

3. Antidepressivos tricíclicos (ATC)

Esse tipo também afeta vários neurotransmissores, incluindo a serotonina e a noradrenalina. São eficazes, mas têm mais efeitos colaterais e, por isso, são geralmente usados quando outros antidepressivos não funcionam.

4. Atípicos

São aqueles que não se encaixam em nenhuma das classes mais comuns, mas conseguem ter mecanismos de ação variados. Geralmente, são usados quando outros antidepressivos causam muitos efeitos colaterais ou são ineficazes.

O que muda no dia a dia com o tratamento

Imagem ilustrativa (GettyImages)

Os antidepressivos podem proporcionar uma melhora significativa na qualidade de vida de quem tem alguma condição relacionada à saúde mental e precisa tomar o medicamento de forma recorrente.

Alguns dos principais benefícios incluem:

Efeitos colaterais comuns

Como qualquer medicamento, os antidepressivos podem causar reações adversas. Os mais comuns incluem náuseas, ganho de peso, sonolência, insônia e boca seca. 

Vale ressaltar que esses efeitos costumam ser mais intensos no início do tratamento e tendem a diminuir com o tempo. De qualquer forma, é essencial manter o acompanhamento médico para ajustar a dosagem ou até mesmo trocar o medicamento, se necessário.

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O que acontece quando não é mais necessário tomar remédio?

Quando o tratamento com antidepressivos atinge seus objetivos e o médico decide que é hora de interromper o uso do medicamento, é essencial fazer o “desmame” de forma gradual. 

Essa é a recomendação do Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Cuidados do Reino Unido (Nice) que afirma que essa a interrupção abrupta pode levar a sintomas de descontinuação.

Um estudo publicado em junho de 2024 pela revista científica The Lancet analisou a incidência desses efeitos em pacientes que descontinuaram o uso de antidepressivos e placebo. 

A pesquisa, que incluiu 79 estudos e mais de 20 mil pacientes, revelou que a incidência de sintomas de descontinuação de antidepressivos é de aproximadamente 15%, afetando um em cada seis a sete pessoas que pararam de tomar o medicamento.

 Os sintomas de descontinuação variam em intensidade e podem incluir tontura, dor de cabeça, irritabilidade, ansiedade e insônia.

É importante lembrar que a decisão de parar de tomar antidepressivos é séria e deve ser feita em consenso com o médico que acompanha o caso, como o psiquiatra. Esse profissional é responsável por planejar a melhor forma de descontinuar o tratamento, minimizando as reações causadas pela interrupção do medicamento.

Durante esse período de transição, é essencial que a pessoa seja acompanhada de perto para monitorar sinais de retorno da depressão ou quaisquer efeitos da falta do remédio — tornando esse processo mais seguro e eficaz.

Fontes:

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