Está com a barriga inchada? Entenda o que pode ser

Junto de outros sintomas gastrointestinais (como cólicas e excesso de gases), o incômodo provocado pela barriga inchada é algo relativamente comum em pessoas de todas as idades. 

Ainda que na maioria dos casos essa seja uma queixa temporária, é possível encontrar indivíduos que convivem constantemente com tal desconforto.

Por isso, vale repassar o que costuma estar por trás desse sintoma, saber o que pode ser feito para aliviá-lo e entender quando a procura por ajuda especializada se torna indispensável. 

Alterações provocadas pela distensão da barriga

Uma vez que se trata de um termo genérico, nem sempre a sensação de barriga inchada será percebida e relatada da mesma maneira por todo o indivíduo que esteja experimentando uma distensão no abdômen, termo técnico para o estufamento na região. 

De todo modo, o que é considerado aqui é aquele incômodo que faz com que seja possível sentir a barriga continuamente cheia, com aparência visual maior do que o normal e, em muitos casos, dura ao toque.  

Além disso, a pessoa pode perceber um aumento na eliminação de gases ou mesmo ruídos estranhos provocados pela movimentação do trato gastrointestinal.

Tudo isso somado provoca variados graus de desconforto que, em último caso, pode até mesmo dificultar a manutenção de atividades simples do dia a dia. 

Principais explicações para a barriga inchada

Frequentemente a explicação para a sensação de distensão abdominal está associada a alterações normais no funcionamento do estômago ou do intestino.  Tais mudanças tendem a se resolver por conta própria com o tempo.  

Por outro lado, algumas doenças também podem ter entre seus sintomas o aumento no volume da barriga. Isso, claro, faz com esse sintoma precise ser avaliado por um médico, principalmente para descartar a presença de condições mais sérias. De todo modo, entre as explicações mais comuns para a dilatação da barriga estão:

1 – Acúmulo de gases

Gases em excesso talvez seja a primeira explicação que surge ao notar a barriga inchada. O acúmulo de uma maior quantidade dessa substância pode ser resultado da digestão, da alteração das bactérias no trato gastrointestinal ou ainda proveniente da própria respiração.

Cabe ressaltar que alguns alimentos, em especial aqueles ricos em determinados tipos de fibras e carboidratos de difícil absorção, também costumam elevar essa produção.

Com muitos gases, o indivíduo pode sentir também dor e notar um número maior de flatulências e arrotos (muitas vezes com odor desagradável).  

Quando surge de forma pontual, essa causa do aumento do volume abdominal é passageira e não oferece qualquer risco.  

No entanto, quando se torna uma constante e está acompanhado de outros sintomas (como dores ou alteração no ritmo de funcionamento do intestino), o ideal é procurar ajuda especializada. O médico gastroenterologista costuma ser o especialista indicado: 

2 – Prisão de ventre

Também chamada de constipação intestinal, a prisão de ventre faz com que o trânsito das fezes pelo intestino se torne mais devagar, dificultando a evacuação desses resíduos. Geralmente o diagnóstico é confirmado quando o paciente evacua menos de três vezes por semana.

A dificuldade para eliminar as fezes pode ampliar a sensação de barriga inchada, inclusive por conta do maior volume de gases que acaba sendo produzido diante do movimento intestinal lento. 

Na maioria dos casos, a razão da prisão de ventre é uma dieta pobre em fibras alimentares e a falta de hidratação adequada. Introduzir alimentos ricos nesse nutriente (como frutas, verduras, legumes e cereais integrais) costuma ser a recomendação essencial para fazer o intestino trabalhar melhor.

Todavia, pode haver outras explicações para tal condição. Elas vão desde o uso de determinados medicamentos até alterações gastrointestinais que tem na piora do funcionamento intestinal um dos seus sintomas. 

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3 – Intolerância a determinados alimentos

Quem desenvolve intolerância a algum elemento específico da dieta também pode apresentar inchaços no abdômen como consequência da reação do organismo ao contato com esse item.

O exemplo mais comum disso talvez seja aquilo que acontece com os indivíduos intolerantes à lactose. Nesses casos, o corpo perde a capacidade de digerir esse açúcar naturalmente presente no leite e seus derivados, provocando vários desconfortos após a ingestão. 

Além da barriga estufada, diarreia, cólicas e acúmulo de gases são outros sintomas notados nesses casos. Eliminar esses alimentos das refeições ou utilizar suplementos com lactase tende a ser suficiente para prevenir maiores contratempos.

Já a doença celíaca pode desencadear desconfortos gastrointestinais (incluindo o inchaço na barriga) mediante a exposição do indivíduo ao glúten. Essa proteína está presente no trigo e seus derivados (pães, bolos, massas, etc.).

Por fim, a intolerância pode surgir ainda por conta da dificuldade do corpo para lidar com conservantes, corantes ou outros aditivos presentes sobretudo em produtos industrializados.

4 – Síndrome do Intestino Irritável

A síndrome do intestino irritável (ou apenas SII) é um distúrbio em que são percebidas alterações na funcionalidade do intestino sem que haja uma causa aparente por trás disso. 

Entre os sintomas mais comuns entre os pacientes com a SII estão justamente a percepção de barriga inchada, acompanhada de mudanças no funcionamento do intestino (diarreia ou constipação) e a sensação permanente de que ele nunca é esvaziado por completo, mesmo após as idas ao banheiro.

Não se sabe ao certo o que causa a SII e o diagnóstico nem sempre é simples. De toda forma, acredita-se que oscilações emocionais podem explicar, ao menos em parte, o quadro. 

Encontrar formas de fortalecer o bem-estar psíquico e promover algumas alterações no estilo de vida são estratégias fundamentais para lidar com esse quadro. 

Dicas para aliviar o inchaço abdominal (e evitá-lo)

Quando não tem uma causa mais grave por trás, a sensação de inchaço abdominal pode ser aliviada e prevenida com alguns cuidados relativamente simples. Entre os principais deles estão:

• comer devagar e mastigar os alimentos com calma para não engolir muito ar junto com a comida;
• evitar refeições com volumes exagerados de uma só vez;
• beber bastante água;
• consumir alimentos ricos em fibras regularmente;
• excluir da dieta alimentos que não caiam bem no estômago ou que despertem algum tipo de intolerância;
• reduzir a ingestão de bebidas gasosas, que podem ampliar a sensação de estufamento;
• fazer pequenas massagens na barriga sempre que a sentir inchada.

Se ainda assim os episódios de barriga inchada persistirem, a solução definitiva pode depender de ajuda especializada. Tal orientação é valiosa principalmente quando o sintoma parece piorar, se torna muito frequente ou está acompanhado de dores, diarreia, constipação ou queimação estomacal, entre outras alterações que sugiram algo mais sério.

Fontes:

• Arquivos Brasileiros de Endrocrinologia e Metabologia;
• Federação Brasileira de Gastroenterologia; 
• Johns Hopkins Medicine;
• National Health System;
• National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases;
• National Library of Medicine.