Como aliviar uma crise de cólica intestinal?

Embora seja uma forma de dor abdominal associada apenas aos bebês, uma cólica intestinal pode atingir pessoas de todas as idades.
Mesmo nas circunstâncias em que é passageira, o desconforto exige formas de promover alívio à queixa. Adicionalmente, a repetição desse sintoma merece a atenção para tentar identificar o que pode estar causando a alteração.
As principais características de uma cólica intestinal
Essa é uma forma de dor de barriga que se concentra na parte inferior do ventre. Entre as mulheres, ela é mais familiar, já que, às vezes, se confunde com as dores comuns ao avanço do ciclo menstrual.
De qualquer forma, o início do incômodo tende a se dar de uma hora para outra. Além disso, a intensidade é variável, indo de quadros leves até situações em que o incômodo é bastante relevante, permanecendo por várias horas ou dias.
É comum também que espasmos se espalhem, com a sensação de que a região está sendo “torcida”. No mais, a cólica intestinal pode estar acompanhada de sinais e sintomas que incluem:
- acúmulo de gases;
- inchaço na barriga e impressão de que ela se tornou dura ao toque;
- náuseas;
- cansaço e mal-estar generalizado;
- eventualmente, presença de diarreia.
Em resumo, a cólica intestinal aguda é aquela que aparece e atinge um pico rapidamente para depois desaparecer. Já as crônicas são aquelas que se repetem, gerando prejuízos para a qualidade de vida.
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Medidas simples para amenizar o desconforto
Em boa parte dos quadros, a cólica intestinal desaparece sem que nada precise ser feito. No entanto, enquanto a condição não se resolve, pode ser necessário adotar algumas orientações para reduzir a desagradável sensação. Isso inclui:
- uso de compressas com bolsas de água quente;
- manutenção de uma alimentação leve, sem açúcar e sem gordura;
- adoção de um período de repouso;
- ingestão de chás que possam oferecer conforto (camomila e erva-doce, por exemplo);
- reforço da hidratação, principalmente em caso de diarreia (água e soro caseiro ajudam).

Ainda que alguns remédios sem prescrição possam contribuir para o alívio rápido, a automedicação deve ser evitada. Medicamentos sem receita também oferecem riscos. Além disso, o uso desse recurso pode mascarar sintomas e adiar a busca por assistência especializada.
Diante de dúvidas, a consulta com o gastroenterologista é fundamental, acima de tudo quando a cólica intestinal aparece com mais constância ou parece piorar à medida que o tempo avança.
As 7 possíveis causas por trás das crises de cólica no intestino
Esse é um daqueles sintomas que os médicos consideram inespecíficos. Na prática, isso significa que pode ser uma consequência de diversos desequilíbrios gastrointestinais, com variadas causas e explicações, como:
1 – Prisão de ventre
Esse é o nome da dificuldade ou impossibilidade de eliminar o cocô, agravada sobretudo pela falta do consumo adequado de fibras e de água.
Não há número exato de quando a ausência de idas ao banheiro se configura como uma alteração negativa do tipo, mas evacuar menos de duas vezes por semana deve ser um sinal de alerta.
Repensar a dieta (dando preferência às frutas, verduras, legumes e cereais ricos em fibras) é o mais importante para reverter a prisão de ventre. Nessas horas, o profissional de nutrição pode colaborar consideravelmente.
2 – Intolerâncias alimentares
A lactose, presente no leite e em seus derivados, costuma ser a principal vilã nos cenários associados com alimentos. Em adultos que não têm a enzima necessária para digerir essa forma de açúcar, essa ingestão é o motivo da reclamação.
O glúten é outro item na lista de inimigos do conforto intestinal. Mas aqui, a limitação à proteína do trigo se dá por conta da doença celíaca, um distúrbio autoimune que faz com que o corpo encare esse elemento como uma ameaça.
3 – Gastroenterites
Muitas vezes confundida com viroses e infecções alimentares, essa situação se dá quando o trato gastrointestinal é atingido por gatilhos inflamatórios. Isso dispara uma resposta inflamatória.
Geralmente, os responsáveis são vírus ou bactérias ingeridas pela água ou por alimentos contaminados. Todavia, fármacos, substâncias químicas e diversas toxinas podem disparar reações similares.
4 – Apendicite
A dor começa localizada na parte inferior do ventre, em direção ao lado direito. Aos poucos, ela se irradia para outras áreas da barriga e se intensifica.
Com isso, a dor localizada pode se transformar em mal-estar amplo, com demanda de intervenção médica urgente. Por ser consequência da crise do apêndice, pequena estrutura no extremo do intestino, a investigação feita com exames de imagem (ultrassons e tomografias) permite diagnosticar a necessidade de cirurgia para removê-lo.
5 – Obstruções intestinais
Esse termo engloba disfunções que fazem com que o trânsito intestinal tenha algum tipo de obstáculo. Dessa forma, todo o material que circula por ali não pode seguir seu caminho natural.
As motivações das obstruções intestinais variam entre aderências na parede do órgão e a presença de hérnias. Além disso, diverticulites (inflamação em bolsinhas que se desenvolvem no intestino grosso), pedras na vesícula e impactação de fezes são explicações frequentes.
Assim sendo, o tratamento depende da causa e da dimensão do bloqueio, o que é decidido após a avaliação do gastroenterologista responsável pelo atendimento.
6 – Síndrome do Intestino Irritável
Condição relativamente comum, mas complexa, caracterizada sobretudo por alterações na atividade intestinal (a pessoa passa a ir demais ou de menos ao banheiro), junto de dor no abdômen.
Porém, mesmo com essas queixas, o médico não consegue notar nenhuma alteração fisiológica capaz de explicá-las. Adicionalmente, suspeita-se que possa haver um componente emocional para essa síndrome, para qual não existe tratamento específico. Mudanças no estilo de vida (dieta saudável, exercícios físicos e controle do estresse) são meios eficientes para gerenciar as queixas, incluindo as dores.
7 – Doença de Crohn
Esse é um distúrbio crônico em que uma inflamação persistente atinge vários trechos do intestino. A dor na forma de cólica é um sinal comum, junto da redução do apetite e da perda de peso não intencional.
O diagnóstico é feito com avaliações de imagem para procurar reflexos dos danos provocados pelo estado inflamatório.
Os tratamentos envolvem meios de controlar a inflamação identificada. Isso pode ser feito com uso de medicamentos, acompanhados de ajustes na dieta. As terapias oferecem bons resultados, porém, não é possível afirmar que existe uma cura definitiva.
Condições inflamatórias intestinais como a doença de Crohn vêm aumentando. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Coloproctologia, o número de diagnósticos entre brasileiros cresceu 15% anualmente nos últimos nove anos.
Fontes:
[…] https://drconsulta.com/conteudo/aliviar-a-colica-intestinal/ […]