Causas comuns do corrimento marrom e como prevenir

O corrimento marrom pode ser um motivo de preocupação para muitas mulheres. Embora nem sempre seja sinal de algo grave, é importante entender suas possíveis causas. 

Por isso, este conteúdo abordará as causas comuns dessa secreção vaginal, quando ela pode ser normal e quando pode indicar uma condição que requer atenção médica, além de dicas sobre tratamento e prevenção.

Corrimento vaginal

O fluxo vaginal é uma secreção natural produzida pelo corpo feminino e desempenha um papel importante na saúde íntima das mulheres. Produzida pelas glândulas do colo do útero e da vagina, tem várias funções importantes, por exemplo:

1. ajuda a manter a vagina lubrificada, prevenindo desconfortos e irritações;
2. atua como um mecanismo de limpeza natural, ajudando a eliminar células mortas, bem como outros resíduos;
3. contém bactérias benéficas que ajudam a manter o equilíbrio do pH vaginal, prevenindo infecções;
4. durante o ciclo menstrual, o corrimento muda de consistência e quantidade, facilitando ou dificultando a passagem dos espermatozoides.

No entanto, a cor e a consistência dessa secreção podem variar ao longo do ciclo menstrual. Geralmente, ela é clara, um pouco esbranquiçada e sem odor forte, mas também pode ser amarelada e amarronzada. 

O corrimento marrom, em particular, pode ter várias causas. Por isso, entendê-las é importante para determinar quando ele é normal e quando pode indicar uma condição que exija avaliação e tratamento.

9 causas comuns do corrimento marrom

1. Sangue antigo

Uma das causas mais comuns de corrimento marrom é a presença de sangue antigo que está sendo expelido do corpo. Isso pode ocorrer no início ou no final do ciclo menstrual, quando a menstruação demora mais para ser expelida e acaba oxidando, adquirindo então, uma cor marrom.

2. Ovulação

Durante esse período do ciclo, algumas mulheres podem experimentar um leve sangramento, que pode se misturar com o corrimento vaginal e, por isso, parecer marrom. Esse tipo geralmente é leve e dura apenas alguns dias.

3. Gravidez

No início da gravidez, é possível que algumas mulheres experimentem corrimento marrom, pois quando o embrião se implanta no útero, pode causar um leve sangramento. 

No entanto, qualquer sangramento durante a gravidez deve ser comunicado ao médico para garantir que tudo esteja bem.

Se o corrimento for marrom e leve, é geralmente considerado normal. No entanto, se você notar um aumento no volume, uma mudança na cor para tons mais escuros ou qualquer outro sintoma incomum, é crucial consultar seu obstetra imediatamente para uma avaliação.

4. Uso de anticoncepcionais

A utilização de anticoncepcionais hormonais, como pílulas, injeções ou dispositivos intrauterinos (DIUs), pode causar alterações no ciclo menstrual. Isso geralmente ocorre nos primeiros meses de uso, enquanto o corpo se ajusta aos hormônios.

5. Perimenopausa

A perimenopausa é o período de transição antes da menopausa, quando os níveis hormonais começam a flutuar. Durante essa fase, é comum experimentar irregularidades menstruais.

6. Infecções vaginais e outras condições ginecológicas

Algumas condições podem causar corrimento marrom, mas, esses tipos são geralmente acompanhados por outros sintomas, como coceira, odor desagradável e desconforto.

Vaginose bacteriana

Infecção causada por um desequilíbrio das bactérias naturais da vagina, que pode resultar em corrimento marrom, mas com odor forte.

Doença inflamatória pélvica 

Infecção dos órgãos reprodutivos femininos, muitas vezes causada por ISTs não tratadas, que podem causar outros sintomas como dor pélvica e febre.

Endometriose 

Esta é uma condição em que o tecido semelhante ao revestimento do útero cresce fora dele, causando dor e sangramento irregular, que pode se misturar com o corrimento vaginal e aparecer marrom.

7. Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)

Algumas ISTs podem causar corrimento marrom, principalmente se não tratadas. As principais condições associadas são: 

Tricomoníase

Infecção causada por um protozoário que pode resultar em outros sintomas como coceira, irritação, bem como um cheiro que lembra peixe.

Clamídia

Infecção bacteriana que muitas vezes é assintomática, mas pode levar a complicações graves se não tratada.

Gonorreia

Outra infecção bacteriana que pode causar corrimento marrom e, assim como a clamídia, pode ser assintomática e levar a sérias complicações se não tratada.

Além disso, essas condições podem causar dor pélvica, desconforto ao urinar e sangramento fora do período menstrual.

8. Pólipos ou miomas uterinos

Pólipos ou miomas são crescimentos anormais no útero que podem causar sangramento entre os períodos menstruais. Esses crescimentos são geralmente benignos, mas podem causar desconforto e outros sintomas.

9. Câncer ginecológico

Embora seja menos comum, o corrimento marrom pode ser um sintoma de câncer ginecológico, como câncer do colo do útero ou do endométrio. Mas, nesses casos, outros sintomas aparecem, incluindo dor pélvica, sangramento anormal e perda de peso inexplicada.

Quando o corrimento marrom é normal?

Esse fluxo vaginal pode ser considerado normal em várias situações, como:

• início ou final do ciclo menstrual, pois é quando o corpo está eliminando sangue antigo;
• ovulação;
• gravidez inicial devido à implantação do embrião;
• uso de anticoncepcionais, enquanto o corpo se ajusta aos hormônios.

Quando se preocupar com o corrimento marrom?

Embora a secreção dessa cor possa ser normal em algumas situações, é importante estar atento a outros sintomas que podem indicar uma alteração de saúde. Portanto, procure atendimento médico se você notar:

• odor forte ou desagradável, pois pode indicar uma infecção;
• dor ou desconforto, principalmente na região pélvica, durante relações sexuais ou ao urinar;
• sangramento intenso ou prolongado;
• sintomas adicionais, por exemplo, febre, perda de peso inexplicável ou cansaço extremo.

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Como tratar o corrimento marrom

A forma de lidar com essa condição depende da causa, por isso, algumas abordagens comuns incluem:

Antibióticos ou antifúngicos 

Se a causa for uma infecção, o médico pode prescrever antibióticos ou antifúngicos, dependendo do tipo. Mas, é importante ressaltar que apenas um profissional pode prescrever o medicamento correto para cada caso. Então, jamais se automedique. 

Além disso, lembre-se de seguir o tratamento até o fim para garantir que a condição seja completamente eliminada.

Ajustes hormonais

Se o corrimento for causado por mudanças hormonais devido ao uso de anticoncepcionais ou perimenopausa, por exemplo, o médico pode ajustar a dosagem do anticoncepcional ou recomendar terapias hormonais alternativas.

Tratamento de ISTs

Para ISTs, é fundamental um diagnóstico e tratamento rápidos, mas é importante que ambos os parceiros sejam tratados para evitar a reinfecção.

Cirurgia

Para alterações estruturais como pólipos, miomas ou endometriose, o médico pode recomendar opções cirúrgicas para remover os crescimentos, bem como aliviar os sintomas.

Para um diagnóstico preciso e tratamento do corrimento marrom ou de outras complicações ginecológicas, é essencial consultar um ginecologista. O profissional realizará exames detalhados, identificará a causa e recomendará o tratamento mais adequado para sua situação.

Dicas para cuidar da saúde íntima

Algumas medidas podem ajudar a prevenir todos os tipos de corrimento que não são normais, bem como manter a saúde vaginal:

1. higiene íntima adequada: lave a área genital com água morna e sabão neutro;
2. uso de preservativos: principalmente para prevenir ISTs;
3. evitar duchas vaginais: afinal, elas podem alterar o equilíbrio natural da vagina;
4. manter um acompanhamento regular com o ginecologista: para monitorar a saúde reprodutiva.

Agora que você conhece as possíveis causas do corrimento marrom e como lidar com essa situação, não hesite em procurar ajuda médica se necessário. Manter um acompanhamento regular com o ginecologista é fundamental para garantir a saúde íntima, bem como prevenir complicações.

Fontes:

• The American College of Obstetricians and Gynecologists;
• The American College of Obstetricians and Gynecologists;
• The American College of Obstetricians and Gynecologists;
• NHS;
• NHS;
• American Cancer Society;
• Ministério da SaúdeFederação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.