O colesterol é produzido pelo corpo humano e é absorvido por meio da ingestão de alimentos de origem animal, como ovos, carne e leite.
Quando os seus graus estão mais elevados, o risco de desenvolvimento de doenças no coração se torna maior. No entanto, quando os níveis são baixos, o organismo também pode sofrer algumas consequências.
Por isso, ao longo deste conteúdo, abordaremos os motivos pelos quais o colesterol baixo pode ser prejudicial à saúde e quais são as formas de manter os índices adequados.
Quais são os tipos de colesterol?
Esse lipídio (molécula orgânica) é essencial para as funções vitais do organismo, como produção de hormônios e de ácidos que facilitam a digestão. Além disso, ele é responsável por atuar na melhoria do desempenho da vitamina D.
Os tipos de colesterol são chamados de LDL, HDL e VLDL, cada um com suas particularidades e especificidades:
- O colesterol LDL (lipoproteínas de baixa densidade) é aquele considerado ruim pelo fato de se aglutinar nas paredes das artérias, formando placas de gordura. Isso dificulta a livre passagem do sangue e aumenta as chances de desenvolvimento de doenças cardiovasculares;
- O colesterol HDL (lipoproteínas de alta densidade), por sua vez, é responsável por retirar o excesso de colesterol LDL das células. Desse modo, ele impossibilita o entupimento das artérias e é considerado como bom;
- Por fim, o colesterol VLDL (lipoproteínas de densidade muito baixa) cumpre a função de transportar uma quantidade de triglicérides maior. Assim como o LDL, também causa o acúmulo de gordura nos vasos sanguíneos.
Níveis
O desequilíbrio nos níveis dessa gordura acomete uma parcela da população do Brasil. Segundo uma pesquisa publicada na Revista Brasileira de Epidemiologia, mais de um terço dos adultos apresentam o colesterol total (CT) alto.
Nesse sentido, é preciso entender quais são os índices adequados, não somente para o CT, mas para cada um dos tipos que apresentamos no tópico anterior.
O valor considerado normal (ou seja, a soma do LDL e do HDL) é inferior a 190mg/dL. É muito comum que as pessoas se preocupem apenas com valores elevados, porém, os baixos índices (taxa inferior a 160mg/dL) também resultam em condições adversas para a saúde.
É válido ressaltar que esses números variam de acordo com fatores genéticos ou, ainda, por causas secundárias (em virtude de alguma doença adquirida).
De maneira geral, os graus elevados são silenciosos e, normalmente, não causam sintomas. Os baixos índices, por sua vez, podem causar manifestações como:
- impotência sexual;
- intensificação de sintomas da menopausa ou tensão pré-menstrual;
- diminuição da libido em pessoas com aparelho reprodutor feminino.
Importante: havendo sinais ou não, o acompanhamento rotineiro com um profissional endocrinologista é recomendado em todos os casos.
É normal ter colesterol baixo?
Não é saudável ter um colesterol baixo nem muito alto. A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) estipula alguns índices considerados ideais para o organismo, sendo:
- CT: inferior a 190mg/dL;
- HDL: superior a 40mg/dL;
- Triglicérides: inferior a 150mg/dL.
Os índices de LDL, por sua vez, variam conforme o grau de risco da pessoa:
- risco baixo: inferior a 130mg/dL;
- risco intermediário: inferior a 100mg/dL;
- risco alto: inferior a 70mg/dL.
Principais razões para esse quadro
Nos níveis corretos, o colesterol ajuda a regular todo organismo, já que permite a entrada de nutrientes e a saída de excretos por meio das células.
Então, quando as taxas indicam a presença do LDL é sinal de que algo necessita de atenção. Listamos, a seguir, algumas razões para esse diagnóstico.
Dietas restritivas
Assim como as dietas ricas em alimentos ultraprocessados podem causar o aumento nos índices, dietas restritivas também podem ser responsáveis por deixar o colesterol baixo.
Portanto, é interessante manter uma alimentação equilibrada e personalizada. Para isso, os profissionais da área de nutrição, em conjunto com endocrinologistas, são os mais indicados.
Medicamentos que diminuem esse índice
As estatinas, por exemplo, são medicamentos capazes de reduzir os níveis de colesterol no sangue. Esses remédios são usados por quem já possui algum tipo de doença do coração ou por aqueles com alto risco de manifestar enfermidades cardiovasculares.
Por isso, é importante tomar as doses prescritas por um médico especialista, nunca se automedicar e, tampouco, deixar de ingeri-los sem orientação profissional.
Fatores genéticos
Um profissional de saúde pode investigar se o motivo é hereditário e genético ou proveniente de outras condições. Por isso, mantenha sempre os exames de sangue em dia.
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Riscos de um nível muito baixo
Assim como há riscos em valores elevados, a presença de índices muito baixos também deve ser um alerta. Nesse sentido, destacamos abaixo as principais consequências que podem acompanhar o LDL ou VLDL:
Cânceres
Apesar de parecer radical, o colesterol baixo, devido ao uso de medicamentos, aumenta as chances do indivíduo desenvolver um câncer no futuro.
No entanto, o risco não é pelo uso dos remédios em si, mas pela queda brusca das taxas no sangue. Dessa forma, quem faz uso desses medicamentos precisa ter um acompanhamento médico e fazer hemogramas regularmente.
Inibição da produção de alguns hormônios
Com a insuficiente dessa gordura, a produção de alguns hormônios tende a cair, prejudicando o desempenho do organismo. São eles:
- a progesterona;
- a testosterona;
- a dehidroepiandrosterona (DHEA), que é um esteróide natural.
Todos são originados da pregnenolona (uma espécie de hormônio mãe), que tem seu trabalho prejudicado devido à baixa atividade das mitocôndrias responsáveis pela respiração celular.
Aumento nos casos de doenças degenerativas
São aquelas em que há a destruição dos tecidos de forma gradual, sem cura e que comprometem funções vitais do organismo.
As principais doenças que podem surgir são Alzheimer, que está relacionada à perda de memória, e Parkinson, doença que atinge os movimentos do corpo causando tremores — ambas comuns em pessoas acima de 40 anos.
Maior incidência de transtornos psicológicos
Devido à inibição na produção de alguns hormônios, sintomas psicológicos podem ser observados. Os mais comuns são o aumento da ansiedade, a síndrome do pânico e a depressão.
Questões sexuais
Por estar ligado à produção de hormônios, como progesterona e testosterona, uma baixa no CT pode afetar o desempenho sexual. Os mais comuns são:
- impotência;
- queda na libido feminina;
- aumento dos sintomas de menopausa e andropausa;
- piora da tensão pré-menstrual;
- infertilidade.
E tem como evitar?
Para evitar o colesterol baixo, é preciso manter uma alimentação saudável, sem excluir grupos alimentares de origem animal. Além disso, é primordial monitorar constantemente o nível da substância no sangue.
Outras formas de prevenir valores menores que as ideais estão relacionadas a:
- exercícios físicos regulares;
- diminuição do hábito de fumar;
- uso de medicamentos e tratamentos mediante prescrição médica;
- dieta equilibrada, voltada às necessidades do organismo.
A baixa no colesterol pode ser silenciosa e, geralmente, é percebida por meio da coleta e análise sanguínea. Assim, é fundamental um acompanhamento médico rotineiro e, inclusive, a realização de exames de sangue com uma certa frequência.
Os profissionais da Nutrição, juntamente com endocrinologistas, também são cruciais no processo de melhorias na alimentação. Seu papel é prescrever dietas adequadas para manter os níveis recomendados.
Lembre-se: não deixe de manter suas consultas em dia e cuide-se!
Fontes:
- Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipdemias e prevenção da Aterosclerose (2017) | Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)
- Dia Nacional de Prevenção e Controle do Colesterol | Biblioteca Virtual em Saúde Ministério da Saúde;
- Prevalência de colesterol total e frações alterados na população adulta brasileira: Pesquisa Nacional de Saúde.