Dor ao urinar pode ser inflamação na próstata. Saiba mais
Também chamado de prostatite, o quadro pode afetar homens em diferentes idades e gerar grande impacto na qualidade de vida.
A inflamação na próstata se manifesta tanto de forma súbita, com sintomas intensos, quanto de maneira crônica, quando os sinais são persistentes, mas menos evidentes. Cada uma delas exige atenção específica e cuidados diferenciados.
O que causa a inflamação na próstata
Ela pode ser classificada em várias categorias: bacteriana aguda, bacteriana crônica, síndrome da dor pélvica crônica (inflamatória ou não inflamatória) e inflamatória assintomática.
Porém, a origem mais comum é associada aos microrganismos, como descreve o Brazilian Journal of Health Review.
A Escherichia coli, presente no intestino, responde pela maioria dos casos. Outras espécies, como Klebsiella, Proteus e Enterococcus, também podem provocá-la.
Em situações mais raras, bactérias como o Staphylococcus aureus atingem o órgão por meio da circulação sanguínea, especialmente em pessoas com diabetes mal controlado ou após uma lesão de pele, como relatado em estudo da Revista da Sociedade Brasileira de Clínica Médica.
Entre os fatores de risco estão:
- infecções urinárias frequentes;
- uso prolongado de sonda vesical;
- procedimentos urológicos recentes;
- imunidade baixa (causada por HIV, hepatite, alcoolismo e diabetes);
- modificações anatômicas que dificultam a passagem da urina.

Sinais de alerta que podem indicar inflamação
Na forma aguda, as manifestações são intensas e de início rápido. Entre as mais comuns estão:
- dor ao urinar (disúria);
- urgência e aumento da frequência de idas ao banheiro;
- jato fraco ou interrompido;
- febre, calafrios e mal-estar geral;
- incômodo na região pélvica, lombar ou perineal (área entre o ânus e o escroto);
- retenção urinária (quando a pessoa não consegue esvaziar a bexiga).
Já nos casos crônicos, os sintomas podem ser menos evidentes. É comum a presença de desconfortos recorrentes, inclusive ao ejacular, e alterações variadas relacionadas ao sistema urinário que se arrastam por meses.
Essa forma, muitas vezes, é confundida com outras condições urológicas. Por isso, o acompanhamento com urologista é fundamental para o diagnóstico correto. O especialista poderá analisar os indícios e solicitar, se necessário, procedimentos complementares.
O Cartão dr.consulta conta com descontos especiais em consultas e exames, além de programas de saúde com atendimento de enfermagem on-line e gratuito.

Como o diagnóstico da prostatite é realizado
Se inicia com avaliação clínica e do histórico de saúde, além da realização do toque retal, capaz de revelar se a estrutura está aumentada, dolorosa ou endurecida.
Para complementar, testes de sangue e urina ajudam a identificar sinais de inflamação na próstata, como aumento de leucócitos (glóbulos brancos), e a cultura de urina revela o tipo de bactéria envolvida. A investigação pode incluir ainda o PSA (antígeno prostático específico).
Diante de situações mais graves, quando há suspeita de abscesso (acúmulo de pus na glândula), a ultrassonografia ou a ressonância magnética pode fornecer imagens mais detalhadas das áreas afetadas, conforme aponta a Revista da Sociedade Brasileira de Clínica Médica.
Tratamento varia conforme a gravidade da inflamação
Em quadros agudos, a terapia deve ser iniciada rapidamente para evitar evoluções, como para uma infecção generalizada. As principais medidas são:
- antibióticos (administrados para garantir a eliminação completa da bactéria);
- medicamentos para dor, febre e alívio de outros sintomas;
- repouso e hidratação;
- drenagem cirúrgica (para casos que necessitam a retirada do material purulento).
Na prostatite crônica, o uso de antibióticos pode se estender por meses e vir combinado a abordagens para melhorar as idas ao banheiro e reduzir desconfortos – a fisioterapia pélvica, por exemplo, pode ser recomendada quando são persistentes.
Possíveis complicações da inflamação na próstata
O atraso no diagnóstico pode favorecer complicações sérias, como descreve o Brazilian Journal of Health Review:
- progressão para prostatite crônica;
- retenção urinária grave;
- infertilidade;
- formação de abscessos prostáticos;
- risco de morte em casos de sepse severa.
Além disso, o processo inflamatório pode atingir estruturas próximas, como o epidídimo (órgão em forma de C localizado atrás dos testículos responsável por armazenar e amadurecer os espermatozoides) e as vesículas seminais.
Prevenção começa no cuidado diário com a saúde
Embora nem sempre seja possível impedir a inflamação da próstata, alguns cuidados ajudam a diminuir as probabilidades:
- hidratar-se para manter o trato urinário saudável;
- tratar prontamente infecções nessa região;
- não segurar a urina por longos períodos;
- manter o controle do diabetes e de outras condições crônicas;
- utilizar preservativo em relações sexuais, reduzindo a exposição a ISTs;
- consultar regularmente um urologista, especialmente após os 50 anos.
A detecção precoce e o acompanhamento especializado são essenciais para garantir a saúde masculina e o bem-estar.
Fontes: