Dor de cabeça ou cefaleia, é uma condição frequente que pode reduzir significativamente a
qualidade de vida de adultos e idosos. Muitas vezes, a demora no tratamento pode piorar o quadro e
afetar a saúde geral do paciente.
Apesar de ser comum, alguns sinais e sintomas podem indicar a necessidade de uma avaliação especializada. Reconhecer quando a dor de cabeça exige a avaliação de um especialista é crucial para melhorar a qualidade de vida e para identificar condições graves precocemente.
Quando minha dor de cabeça deve ser avaliada por um neurologista?
Ao avaliar um paciente com dor de cabeça, um neurologista considera duas principais preocupações:
- Existem sinais ou sintomas que indicam risco de vida ou possíveis sequelas neurológicas permanentes?
- A dor de cabeça está afetando significativamente a qualidade de vida e a funcionalidade do
paciente?
Se a resposta para qualquer uma dessas perguntas for “sim”, é essencial buscar o diagnóstico
preciso e tratamento eficaz.
Para responder à primeira pergunta, o médico investiga determinados fatores que podem
exigir exames adicionais para descartar causas secundárias – como tumores, malformações
ou sangramentos cerebrais. Entre as informações relevantes estão:
- sintomas sistêmicos associados à cefaleia (exemplo: febre);
- disfunção neurológica;
- início com idade acima de 50 anos;
- mudança no padrão da dor em relação às dores anteriores;
- piora com mudanças de posição;
- dor desencadeada por espirros, tosse ou exercícios físicos;
- papiledema (inchaço dos nervos ópticos);
- cefaleia progressiva ou com características atípicas;
- gestação ou puerpério;
- dor ocular ou sintomas autonômicos (isso é, vermelhidão nos olhos, nariz escorrendo, etc.);
- histórico pessoal de câncer.
Quais exames revelam a causa da dor de cabeça?
Primeiramente, o diagnóstico das cefaleias primárias – como enxaqueca, cefaleia em salvas e
hemicranias – é feito principalmente com base no histórico clínico e na avaliação neurológica
realizada durante a consulta.
Quando o quadro clínico é nitidamente típico de uma dessas condições e o exame neurológico compatível, nem sempre é necessário realizar exames de imagem para confirmar o diagnóstico.
No entanto, se houver necessidade de investigar mais a fundo com exames de imagem, isso deve ser
feito com base nas suspeitas clínicas do médico.
Certos tipos de doenças exigem protocolos específicos de imagem para serem corretamente identificados. Por exemplo:
- uma tomografia de crânio pode facilmente detectar um hematoma subdural, mas tem menos precisão para identificar uma trombose venosa cerebral;
- uma ressonância magnética pode ser mais eficiente em identificar quadros como
tumores cerebrais, mas pode precisar de protocolos específicos para outras condições (uso
de contraste e sequências magnéticas específicas que devem ser descritas no pedido
médico).
Assim, a escolha do exame de imagem e suas especificações são guiadas pela suspeita clínica do
médico na consulta.
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E agora? Fui diagnosticado com enxaqueca. Como posso tratá-la?
Além das medidas comportamentais, como garantir um sono de boa qualidade, evitar jejum
prolongado, manter-se hidratado e praticar exercícios físicos regularmente, existem mais de 30
opções de tratamentos e medicamentos disponíveis.
O neurologista irá escolher a medicação mais adequada com base nas características individuais do paciente, visando a maior eficácia e menor risco de efeitos colaterais.
Não se preocupe! Muitos dos medicamentos que se mostraram eficazes para enxaqueca foram
inicialmente desenvolvidos para tratar outras condições, como hipertensão, arritmia, depressão,
tontura e convulsões.
O acompanhamento médico é essencial para alertar sobre possíveis efeitos adversos e ajustar o tratamento se necessário.
Conteúdo escrito por:
- Daniel N G Yankelevich – CRM-SP 185.315 / RQE 126.655.
- Graduado em medicina pela UEL (2011-2016), residência médica em Neurologia na UNIFESP (2020-2024), atualmente faz especialização em Alterações Cognitivas do Envelhecimento e Demências na UNIFESP.
- É coordenador da equipe de Neurologia do Dr Consulta e sócio da Consilium Neurologia Ltda.