Enxaqueca menstrual: medidas de alívio e prevenção da dor

Trata-se de um tipo específico de dor de cabeça que afeta algumas pessoas durante o ciclo, impactando diretamente a rotina e o bem-estar.

A enxaqueca menstrual é comum e pode ser mais intensa ou duradoura do que outras formas do quadro. Assim, identificar os sinais e buscar ajuda profissional é fundamental para evitar que ela se torne recorrente ou limitante.

O que causa a enxaqueca durante a menstruação

O principal fator associado é o declínio rápido dos níveis de estrogênio no organismo durante a fase pré-menstrual, aponta estudo publicado na Brazilian Journal of Health Review.

Essa queda interfere especialmente no funcionamento de neurotransmissores, como a serotonina, que estão ligados à percepção da dor.

Além da flutuação hormonal natural do período, o uso de anticoncepcionais orais, principalmente os que contêm estrogênio, pode intensificar ou desencadear as crises.

Por isso, o mesmo estudo sinaliza a importância de que mulheres que utilizam esses medicamentos tenham acompanhamento médico para avaliar alternativas mais seguras.

Outros sintomas da enxaqueca menstrual

Embora a dor latejante, sobretudo de um único lado da cabeça, seja a principal característica, o quadro também pode incluir:

• náuseas e, em alguns casos, vômitos;
• sensibilidade à luz (fotofobia) e ao som (fonofobia);
• fadiga e irritabilidade nos dias que antecedem o fluxo ou enquanto ele acontece.

Além disso, um artigo revisado na Brazilian Journal of Health Review demonstra que os desconfortos costumam durar de 4 a 72 horas e podem ocorrer tanto com aura (sintomas visuais como flashes de luz e pontos cegos) quanto sem.

Caso a pessoa manifeste um ou mais desses sinais, é importante procurar atendimento médico para investigar as origens.

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Diagnóstico e tratamento costumam ser simples

Geralmente, para confirmar a suspeita, a avaliação é apenas clínica, na qual ginecologistas ou neurologistas buscam identificar padrões.

Uma das estratégias é o uso de um diário da dor de cabeça. A paciente anota os episódios ao longo dos ciclos para ajudar a estabelecer a relação com o período menstrual, permitindo um tratamento mais direcionado.

Podem ser solicitados exames laboratoriais e de imagem (como tomografia e ressonância magnética) para descartar outras condições com indícios semelhantes, como distúrbios neurológicos ou hormonais.

Quanto às abordagens terapêuticas, as mais utilizadas são:

• analgésicos e anti-inflamatórios, para alívio imediato;
• triptanos, fármacos que agem nos receptores de serotonina e controlam crises moderadas a graves;
• antieméticos, para quando há náuseas e vômitos;
• anticoncepcionais (em casos específicos), que estabilizam a flutuação hormonal.

Terapias de prevenção como antidepressivos tricíclicos, anticonvulsivantes e bloqueadores de canal de cálcio também são opções quando a frequência dos sintomas interfere na qualidade de vida.

Como prevenir a enxaqueca menstrual

Evitar gatilhos e adotar uma rotina equilibrada são medidas essenciais para amenizar a enxaqueca menstrual. A seguir, as recomendações que ajudam a impedir o quadro:

1. monitorar o ciclo menstrual;
2. ter uma alimentação balanceada;
3. praticar atividade física regular;
4. dormir bem;
5. avaliar o uso de anticoncepcionais.

1. Monitorar o ciclo menstrual

Saber o período do mês em que ele vai acontecer permite antecipar possíveis crises e iniciar a medicação preventiva no momento adequado.

2. Ter uma alimentação balanceada

Alimentos como queijos curados, embutidos, bebidas alcoólicas e café (em excesso) contêm tiramina, nitratos e cafeína – considerados os principais desencadeadores em pessoas predispostas, segundo a Brazilian Journal of Health Review.

Isso porque essas substâncias podem provocar a dilatação dos vasos sanguíneos no cérebro ou estimular o sistema nervoso central, contribuindo para o surgimento da dor. Assim, reduzir o seu consumo também diminui os riscos. 

3. Praticar atividade física regular

Exercícios aeróbicos leves auxiliam na regulação da produção de estrogênio e outros hormônios associados à menstruação, bem como no controle dos níveis de cortisol (ligado ao estresse), que pode ser um estímulo para a condição.

Atividades como caminhada, bicicleta ou dança são exemplos eficazes que promovem bem-estar físico e mental.

4. Dormir bem

Revisão publicada no Brazilian Journal of Health Review indica que alterações no padrão de sono estão entre os gatilhos mais relatados.

Dormir pouco pode aumentar o estresse e a inflamação no organismo, enquanto o excesso de sono pode desregular o relógio biológico, conhecido como ritmo circadiano. 

Ambos os extremos facilitam a ocorrência de crises, especialmente durante o período de sangramento, quando o corpo já passa por oscilações hormonais intensas.

5. Avaliar o uso de anticoncepcionais

Em alguns casos, a utilização de contraceptivos orais combinados pode piorar o quadro. Por isso, entender junto ao médico as alternativas é uma medida importante, sobretudo para mulheres que apresentam enxaqueca menstrual com aura. Assim, é possível garantir a qualidade de vida.

O diagnóstico correto, aliado a mudanças no estilo de vida e acompanhamento especializado, contribui para melhorar sintomas e evitar que as dores se tornem frequentes e incapacitantes.

Fontes:

• Brazilian Journal of Health Review;
• Brazilian Journal of Health Review.