Eletroencefalograma, o exame não invasivo para ver o cérebro
O exame eletroencefalograma é um meio relativamente simples e que não depende de cortes ou agulhas para registrar e analisar a atividade elétrica do principal órgão do sistema nervoso central, o cérebro.
Com o resultado em mãos, o profissional de saúde que fez a solicitação pode complementar um diagnóstico e indicar a abordagem apropriada de tratamento de uma série de condições neurológicas ou psiquiátricas, em diferentes fases da vida.
Os elementos básicos de um eletroencefalograma
Mesmo quem nunca precisou desse exame já deve se deparado com imagens dele em algum lugar: ele é conhecido principalmente pelo posicionamento de aproximadamente 20 eletrodos, responsáveis por registrar os impulsos nervosos, no couro cabeludo.
Eles lembram uma espécie de “curativo” e são fixados na cabeça, geralmente com o auxílio de um tipo de touca. Com os aparelhos ajustados, há a captação das ondas emitidas pelo cérebro.
Isso ocorre pelo fato de que os bilhões de neurônios usam impulsos elétricos para “se comunicar” sinais entre si e levar em frente qualquer ação e pensamento, consciente ou não, realizado pelo organismo durante o período desperto ou em repouso.
Os eletrodos encaminham os sinais para uma máquina responsável por registrar a pequena descarga elétrica em ondas que oscilam para baixo conforme o trabalho do cérebro. Em seguida, os gráficos aparecem na tela de um computador ou em páginas impressas para ser interpretado pelo médico responsável.
Na prática, isso faz com que haja uma certa semelhança com o que acontece em um eletrocardiograma. Mas em vez do coração, aqui é o cérebro o órgão avaliado.
Cenários em que o eletro do cérebro
Normalmente, a solicitação de um eletroencefalograma parte de um neurologista, o especialista no sistema nervoso. Psiquiatras também podem fazer uso do recurso. Ele pode ser útil para investigar disfunções como:
- lesões cerebrais causadas por pancadas;
- convulsões frequentes;
- suspeita de epilepsia;
- dificuldades de memória;
- sinais de demência (principalmente aqueles associados ao Alzheimer);
- encefalites, um tipo de inflamação que atinge o tecido cerebral;
- sintomas associados a transtornos mentais graves, como a psicose (que, resumidamente, faz com que o indivíduo experimente desconexão da realidade);
- a presença de um tumor ou formação anormal;
- uma série de distúrbios do sono, como a apneia, quando há a obstrução da respiração durante o repouso, ou a narcolepsia, em que a pessoa dorme de repente em qualquer contexto.
Precisar de um eletroencefalograma não significa necessariamente ter uma dessas alterações, ok? Na dúvida, converse sempre com o médico e tire todas as dúvidas sobre o que esperar desse processo.
Além disso, é provável que o profissional combine os resultados com outras informações e exames para determinar o que está acontecendo efetivamente.
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Os diferentes tipos de eletroencefalograma
Conforme as necessidades identificadas, pode haver também a solicitação de eletroencefalogramas específicos, com pequenas alterações. A forma geral da avaliação permanece a mesma, mas ajustes são feitos conforme descrito nos próximos tópicos.
Eletroencefalograma quantitativo (com mapeamento cerebral)
Esse é o tipo mais completo de registro da atividade cerebral utilizando esse recurso. Acompanhado das ondas características, aqui há também um mapa (por isso o nome), em que a intensidade dos impulsos elétricos aparece sobreposta a uma representação do cérebro.
Portanto, é possível ter uma visualização mais clara de como os neurônios estão atuando e se há conexões inesperadas ou funcionamento aquém do adequado de uma região do órgão.
Para intensificar a atividade cerebral durante o procedimento, o indivíduo pode ser orientado a abrir ou fechar os olhos e respirar de forma profunda. Adicionalmente, são utilizados pequenos flashes com intensidade variada, o que é chamado de fotoestimulação.
Eletroencefalograma em vigília
Mais uma vez, os elementos básicos se mantêm. Mas aqui a pessoa fica totalmente acordada, com estímulo exterior das luzes ou da respiração, como mencionado no tópico anterior.
Em geral, esse tende a ser um teste mais simples. No entanto, ele costuma ter aplicações mais abrangentes, sendo útil na investigação de diferentes condições neurológicas.
Eletroencefalograma em sono e vigília
Por fim, aqui há uma alternância entre a captura das ondas cerebrais conduzida com o indivíduo desperto e, posteriormente, adormecido. A estimulação exterior é incluída nos períodos em se está acordado.
Pode ser que seja preciso um pouco mais de tempo no procedimento, para que seja viável registrar como o cérebro está funcionando durante o descanso. Os resultados obtidos tendem a utilizados para determinar alterações no sono, inclusive quando elas são causadas por disfunções neurológicas e/ou psiquiátricas.
Dicas essenciais para o dia da avaliação
Em geral, um eletroencefalograma não costuma implicar em contraindicações. As únicas exceções para isso costumam ser a presença de alterações no couro cabeludo (como alergias ou lesões). De forma geral, ele pode ser feito em qualquer idade.
Eventualmente, etapas de estimulação (como a respiração ou o uso da luz) deixam de ser aplicadas em certos casos, conforme limitações individuais.
As recomendações para o preparo prévio mudam um pouco conforme a abordagem, mas as indicações básicas envolvem:
- comparecer bem alimentado ao consultório ou clínica;
- lavar os cabelos na véspera, com xampu de rotina;
- não chegar no dia com os fios úmidos ou cobertos de creme, já que isso impede a captação das ondas cerebrais;
- não suspender o uso de qualquer medicação, a menos que haja orientação médica específica.
Preparo para adormecer durante o eletroencefalograma
Nessa situação, o ideal é que a pessoa esteja com vontade de dormir no momento do teste. Para isso, pode ser preciso forçar a privação do sono (ou seja, de redução do descanso na noite anterior).
A maneira mais cômoda de fazer isso é acordar mais cedo (considerando a antecipação de algumas horas) que o habitual e permanecer acordado até o instante em que for solicitado que se adormeça.
Restringir o consumo de café e outras bebidas com cafeína (chás, refrigerantes e energéticos) também pode colaborar. Lembre-se que não há uso de sedativos para facilitar essa etapa.
Chances de complicações e duração do procedimento
Normalmente, não há relato de dores relacionadas ao procedimento. Raramente, a estimulação através da respiração ou das luzes pode causar hiperventilação (ou seja, a sensação de ficar ofegante) ou crises de epilepsia. No entanto, os profissionais responsáveis estão aptos para intervir quando necessário.
Em média, um exame de eletroencefalograma dura 40 minutos. Esse período pode se estender por conta da necessidade de dormir. Finalizada a avaliação, é possível ir embora descansar, acima de tudo quando houver necessidade de privação do sono. Por fim, lavar o cabelo é o suficiente para remover a cola utilizada na fixação dos eletrodos.
Fontes: