A investigação e a conclusão de que um quadro clínico se trata de diabetes são feitos a partir de quatro exames principais: o teste de glicemia em jejum, glicemia pós-prandial, curva glicêmica (ou teste oral de tolerância à glicose) e hemoglobina glicada (HbAc1). Cada um desses exames para diabetes é realizado com metodologias de análise distintas.
Cada um deles é realizado com metodologias de análise distintas. No conteúdo a seguir, cada procedimento é detalhado, com informações sobre preparo, valores de referência, momento ideal para a sua realização e demais dados que contribuem para o monitoramento da glicose e diagnóstico do diabetes.
Como funcionam os exames para diabetes
De acordo com a Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) e com o Conselho Regional de Biomedicina do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, os testes para avaliação da glicemia se norteiam pelos seguintes protocolos e valores de referência:
Glicemia de jejum
Para a realização deste exame, é coletada uma quantidade de sangue do paciente em laboratório. É necessário jejum de 8 horas para o sucesso do procedimento. Seus valores de referência (em mg/dL) são:
- normal: menor de 100;
- pré-diabetes: entre 100 e 125;
- diabetes: maior ou igual a 126.
O Ministério da Saúde indica que todo adulto, a partir de 45 anos, deve fazer o exame. Se os valores identificados estiverem dentro do normal, sua realização deve ser feita a cada 3 anos.
Glicemia pós-prandial
Diferente do procedimento anterior, que necessita de um período longo sem a ingestão de alimentos, a coleta do sangue é feita 2 horas após a alimentação. Para o teste, os valores de referência (em mg/dL) são:
- normal: até 140;
- pré-diabetes: entre 140 e 199;
- diabetes: maior ou igual a 200.
Curva glicêmica (teste oral de tolerância à glicose)
Consiste na coleta e análise do sangue em dois momentos: no primeiro, é preciso jejum de 8 horas; no segundo, o paciente recebe um líquido com 75g de glicose e, após 2 horas, o material é coletado. Por isso, é necessária a permanência no laboratório até que a segunda amostra seja captada.
O objetivo é avaliar como o corpo reage a uma sobrecarga de glicose. Normalmente, o exame é solicitado para pacientes que apresentam alguma alteração do teste de glicemia em jejum e também para gestantes a partir da 24ª semana.
Os valores de referência (em mg/dL) são:
- normal: até 140;
- pré-diabetes: entre 140 e 199;
- diabetes: maior ou igual a 200.
Hemoglobina glicada (HbA1c)
Não necessita de jejum e é feito a partir de coleta única do sangue. Diferente dos demais, o teste não avalia apenas os níveis de glicose no sangue, mas a quantidade de moléculas da substância que se conectaram às hemoglobinas – proteína cuja principal função é o transporte de oxigênio, mas que também pode carregar glicose.
As porcentagens para valores de referência são:
- normal: até 5,7;
- pré-diabetes: entre 5,7 e 6,4;
- diabetes: maior ou igual a 6,5.
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Outros meios para medir a glicose
Existem ainda alguns exames que permitem a análise instantânea dos níveis de glicose no sangue. São eles:
Glicemia capilar
Uma pequena amostra de sangue é coletada a partir de um furo (uma “picada”) no dedo da ponta do dedo do paciente.
Pode ser feito em casa ou em mutirões de saúde com aparelhos fáceis de serem usados e ajudam pessoas com diabetes ou aquelas que desejam monitorar a glicose diariamente. Não precisa de jejum.
Conforme a Sociedade Brasileira de Diabetes, a recomendação é ler as orientações do fabricante do aparelho para entender quais são os valores de referência usados.
Glicose intersticial
Outra forma de monitorar diariamente a glicose é por meio de aparelhos que analisam o líquido intersticial, substância que banha as células abaixo da camada de pele.
Conforme explica a Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, essa análise é feita com um aparelho adesivado na pele do paciente (normalmente, no braço).
Considerado mais prático, o método também é menos doloroso (pois elimina a necessidade de furar o dedo). Porém, diferente da glicemia capilar, ele não informa os níveis instantâneos de glicose – há um atraso de, pelo menos, cinco a dez minutos.
Vale sempre lembrar que os exames para diabetes devem ser solicitados por um médico, como os especializados em Endocrinologia. O profissional saberá qual deles é necessário para a investigação do caso e quando os testes devem ser feitos.
Fontes: