Fibroadenoma da mama é perigoso? Saiba tudo sobre o tumor

Nódulos nos seios podem causar preocupação, mas nem sempre indicam algo grave. É o caso do fibroadenoma da mama, uma condição frequente em mulheres jovens e que, na maioria das vezes, não traz risco à saúde. 

Saber reconhecer os sinais e compreender quando é necessário acompanhamento médico pode trazer mais segurança e tranquilidade.

O que é o fibroadenoma da mama

Um dos tumores benignos mais comuns. Segundo a revisão publicada no Cureus Journal, representa quase metade de todos os quadros desse tipo diagnosticados clinicamente e cerca de 75% das massas palpáveis no público feminino de 15 a 35 anos. 

Trata-se de uma formação sólida, móvel e de crescimento lento, composta por tecido epitelial (ductos mamários) e estromal (conjuntivo). 

Causas e fatores de risco para o desenvolvimento 

A origem está fortemente relacionada a questões hormonais. Isso porque as células presentes na lesão são sensíveis ao estrogênio e à progesterona (o que explica o crescimento durante a gravidez e a redução após a menopausa, por exemplo).

O estudo do Cureus Journal destaca ainda que mutações genéticas específicas, como no gene MED12, também estão associadas ao surgimento.

Outros fatores desencadeantes são o uso precoce de anticoncepcionais (antes dos 20 anos) e histórico familiar de alterações mamárias.

Sintomas comuns do fibroadenoma

De forma geral, a formação tumoral tende a ser assintomática, sendo identificada em exames de rotina. Porém, os principais sinais, quando ocorrem, incluem:

• nódulo firme, liso e móvel ao toque;
• sensação de volume ou massa única em um dos lados.

Normalmente, o fibroadenoma não provoca dor. No entanto, algumas mulheres relatam sensibilidade local e desconforto ao apertá-lo, principalmente em períodos de flutuação hormonal, como no ciclo menstrual. 

Nesses casos, ele pode se encaixar na chamada mastalgia, que também está ligada a outras causas benignas, como cistos e modificações fibrocísticas.

Essas manifestações clínicas, porém, não indicam malignidade e costumam ser manejadas com acompanhamento médico, informa a revisão publicada no Cureus Journal. 

Como é feito o diagnóstico

É importante diferenciá-lo de outros quadros mamários semelhantes. De acordo com o Cureus Journal, seu tamanho comum é de 2 a 3 cm e se localiza com maior frequência no quadrante superior lateral do seio. 

Para confirmar a suspeita, a investigação inclui avaliação física e testes de imagem, como:

• mamografia – procedimento considerado o padrão ouro para o rastreamento de tumores na região e essencial para a detecção de câncer de mama;
• ultrassonografia das mamas – revela se há contornos bem definidos, ovalado ou com eixo paralelo à pele (indícios que ajudam a classificar a neoplasia); 
• biópsia por agulha grossa (core-biopsy).
  

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O fibroadenoma nem sempre precisa ser retirado

Muitas vezes, ele pode ser apenas monitorado periodicamente pelo médico. A remoção cirúrgica é recomendada apenas em situações específicas:

• crescimento acelerado do nódulo;
• tamanho superior a 2,5 cm;
• incerteza diagnóstica após exames;
• presença de sintomas como dor persistente;
• aparecimento depois dos 35 anos.

Além da cirurgia tradicional (setorectomia), há também a possibilidade de crioablação, procedimento minimamente invasivo que o destrói com congelamento.

Pode virar câncer?

De maneira geral, não é considerada uma lesão pré-maligna. Contudo, existem variantes mais complexas que apresentam características histológicas com riscos levemente aumentados, como cistos, calcificações ou adenose esclerosante. O estudo do Cureus Journal reforça que, embora tenha baixa incidência, é mais frequente em idades avançadas.

Casos raros de carcinoma ductal in situ (CDIS) surgindo dentro de um fibroadenoma já foram documentados – um tipo de câncer de mama em estágio inicial em que as células afetadas ficam confinadas nos ductos mamários, sem invasão do tecido adjacente. 

Há um relato de uma mulher de 52 anos em um estudo publicado pela Revista Médica de Minas Gerais em que isso ocorreu e a detecção só foi possível após biópsia e operação.

O que fazer ao notar um nódulo

Apesar de a maioria das alterações mamárias serem benignas, é fundamental procurar um profissional de saúde imediatamente para uma investigação adequada e segura, especialmente se houver:

• desconfortos intensos ou sensibilidade;
• mudanças no tamanho;
• irregularidades na pele ou no mamilo;
• histórico familiar de câncer de mama.

É possível prevenir o fibroadenoma?

Não há métodos comprovados para evitá-lo, uma vez que seu desenvolvimento está associado principalmente a fatores hormonais e genéticos, e não ambientais ou comportamentais, explica publicação da StatPearls.

No entanto, manter o acompanhamento ginecológico regular, observar sinais e fazer testes de imagem conforme orientação médica são atitudes fundamentais para a identificação precoce e manejo correto de qualquer quadro.

Fontes:

• Cureus Journal;
• Revista Médica de Minas Gerais;
• StatPearls.