Você já ouviu falar em cobreiro? Entendendo o herpes zoster
O herpes zoster é uma inflamação viral, conhecida popularmente como cobreiro, se caracteriza pelo aparecimento de lesões na pele, manchas avermelhadas e vesículas (pequenas bolhas) com líquido claro no seu interior. As lesões aparecem principalmente no tronco, face e pescoço, mas podem atingir outros órgãos, como os olhos.
O herpes zoster ou cobreiro é uma doença que, segundo dados do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), nos Estados Unidos, atinge uma a cada três pessoas ao longo da vida. Qualquer indivíduo que teve catapora ou contato com o seu causador, o vírus varicela zoster, podem, em algum momento da vida, ter herpes zoster.
Quer saber mais detalhes sobre essa doença? Então acompanhe a leitura, porque nesse conteúdo vamos trazer em detalhes o que é herpes zoster, as principais causas, quem pode ser infectado, como acontece o contágio, o diagnóstico e tratamento. Vamos lá?
Cobreiro ou herpes zoster, o que é isso?
O herpes zoster é uma doença infecciosa causada pelo mesmo vírus da catapora, o Varicella-zoster (herpes-vírus humano tipo 3). A catapora é a fase aguda e primária da infecção e o herpes zoster (cobreiro) representa a reativação do vírus da fase latente (quando o vírus permanece inativo durante algum tempo).
Nas pessoas que tiveram catapora, o vírus permanece silencioso nas terminações nervosas por anos e, um dia, pode ser reativado. Esse ressurgimento é mais comum em adultos após os 50 anos devido ao enfraquecimento natural do sistema imunológico com o avanço da idade.
O herpes zoster geralmente se manifesta pela presença de erupção avermelhada na pele acompanhada de pequenas vesículas (bolhas) que contém um líquido claro no seu interior, agrupadas em forma sinuosa.
Diferente da catapora, cujas lesões se espalham pelo corpo todo, no herpes zoster ou cobreiro as lesões não ultrapassam a metade do corpo, concentrando-se somente do lado direito ou esquerdo do corpo.
Pode se manifestar, principalmente, na região do tórax e da barriga, embora também possa afetar os olhos ou as orelhas, nos membros superiores e cabeça. As pequenas vesículas que se formam na pele acompanham o trajeto das raízes nervosas. O herpes zoster pode, ainda, se manifestar nos olhos – herpes zoster oftalmológico, condição que é mais rara.
Mas afinal, o que causa a reativação do vírus? Os médicos acreditam que ele se manifeste quando há uma queda ou falha no sistema imunológico do corpo. Nessa hora, é como se o vírus vencesse uma batalha contra o nosso organismo. Assim, a reativação do vírus pode ser uma consequência nas seguintes situações:
- Infecção viral, como a COVID;
- Estresse;
- Idade avançada, que propicia a queda natural das defesas orgânicas;
- Doenças crônicas descompensadas, como o diabetes;
- Uso de determinados medicamentos, como quimioterápicos, imunossupressores, corticoides;
- Pessoas com Aids;
- Presença de tumores.
O herpes zoster é contagioso, mas somente para as pessoas que não tiveram catapora ou que não foram vacinadas. O contágio do herpes zoster se dá através do contato direto com as lesões do paciente infectado. Mas, é importante esclarecer que ninguém pega herpes zoster, mas sim o vírus varicela-zoster.
O contato direto com o líquido presente no interior das bolhas pode espalhar o vírus para essas pessoas, que irão desenvolver primeiro a catapora e, só depois, o herpes zoster. Cobrir as lesões, e evitar o contato direto com paciente com herpes zoster é uma forma de diminuir a disseminação da doença.
E isso dói?
O herpes zoster tem muitos sintomas e, infelizmente, provoca muito incômodo nos pacientes mesmo após estar inativa. A seguir, vamos trazer cada um dos sintomas mais comuns dessa doença para que você saiba reconhecê-la. Acompanhe:
Dor intensa
É um dos primeiros e mais incômodos sintomas. O herpes zoster provoca dor intensa e incessante, chamada de neuralgia nos nervos das regiões torácica, cervical e lombar. Também causa a mesma dor no nervo trigêmeo (na face).
Além disso, a dor pode vir acompanhada de parestesia (sensações de frio, calor, formigamento ou pressão sem estímulo causador), ardor e coceira, que evolui para as lesões na pele. Essa dor pode permanecer mesmo depois que o doente se cura do herpes zoster sendo conhecida como neuralgia pós-herpética.
Lesões na pele
As lesões costumam ser avermelhadas, podem coçar, arder ou dar a sensação de agulhadas. Geralmente, ficam mais visíveis entre o 7º e o 10º dia depois do início da infecção e, depois desse período, começam a melhorar. As lesões podem aparecer nas costas, no tórax e no abdômen.
Paralisia facial
Em alguns casos, as clássicas lesões cutâneas podem não acontecer, dificultando o diagnóstico. Porém, nesses casos, o sintoma predominante é a paralisia facial, que atinge os nervos da face e impossibilita os movimentos por um período de tempo.
Outros sintomas
Além dos sintomas como dor, lesões e paralisias, o paciente com herpes zoster pode apresentar febre baixa, de 37° a 38°, dor de cabeça e mal-estar.
Será que tô com herpes? O que eu faço?
Na sua grande maioria, o diagnóstico do herpes zoster é feito de maneira clínica e em dados epidemiológicos, principalmente nos pacientes que já tiveram catapora alguma vez na vida.
Não há a necessidade de exames complementares, porém como outras doenças cutâneas se apresentam de maneira semelhante, esses exames podem ser úteis para realizar um diagnóstico diferencial.
O exame complementar, se dá por meio do isolamento do vírus, em laboratório, a partir de material coletado pela raspagem da lesão.
Dentre os testes sorológicos estão: ensaio imunoenzimático (ELISA), aglutinação pelo látex, PCR e a detecção de anticorpos contra o antígeno de membrana (FAMA).
No que diz respeito ao diagnóstico diferencial, devem ser consideradas as infecções por herpes vírus – simples, Coxsackie e impetigo, que também podem causar lesões vesiculares na pele.
Agora, vamos dizer que o diagnóstico para herpes zoster está confirmado. Você deve estar se perguntando: Existe tratamento? Como ele é feito?
Sim, existe tratamento e ele deve ser feito o quanto antes para controlar a extensão, o tempo e a gravidade da doença.
Para isso, são utilizados antivirais orais, pomadas em cima das lesões e analgésicos, dos mais simples aos mais potentes, dependendo da gravidade do quadro e do grau de dor durante a fase aguda da doença.
Para maior alívio, pode-se aplicar também compressas úmidas, que amenizam as dores. No entanto, esse procedimento não substitui os analgésicos.
Quanto mais cedo o tratamento for iniciado, menores serão os riscos de complicações e as chances de uma cura é bastante provável. Porém, caso haja complicações, será necessário a atuação de uma equipe médica multidisciplinar para avaliação do caso.
Sabia que tem vacina?
Sim, existe uma vacina para herpes zoster! E é sobre ela que nós vamos falar agora. Até meados de 2022, no Brasil, só havia disponível para prevenção do HZ (Herpes Zoster) e suas complicações, a Zostavax, da Merck, composta de vírus vivos atenuados.
Ela é composta por uma dose única, aplicada via subcutânea, e licenciada para adultos imunocompetentes acima de 50 anos e idosos acima de 60 anos. Embora a eficácia e proteção diminuam com o passar do tempo, o fabricante não indica doses de reforço.
Em outubro de 2017, a vacina herpes-zoster recombinante (VZR) foi aprovada nos Estados Unidos. A Shingrix, da GSK, é uma vacina inativada, constituída da glicoproteína E recombinante, um antígeno importante do vírus varicela-zoster, em combinação com o adjuvante AS01.
Ela é indicada para pessoas imunocomprometidas a partir de 18 anos e para adultos com 50 anos ou mais. A vacina chegou ao Brasil em junho de 2022, e por enquanto não está disponível no SUS, somente em serviços privados de imunização.
A vacina do herpes zoster Shingrix da GSK, protege contra:
- O herpes zoster, popularmente conhecido como cobreiro;
- Neuropatia pós-herpética, a principal complicação do herpes zoster, que causa dor crônica, prolongada e de difícil controle e extremamente debilitante.
O esquema de doses é composto por duas doses por via intramuscular (aplicação no tecido muscular), com intervalo de 2 meses, que pode ser estendido para 6 meses, caso necessário. Porém, a janela entre doses não pode ser menor que 4 semanas.
A vacina inativada representa um novo e importante instrumento de prevenção contra o herpes zoster para pessoas imunocomprometidas ou em outras situações de risco para a doença, como os diabéticos.
Pronto! Agora você já sabe mais sobre o herpes zoster. Então, se está em dúvida sobre alguns sintomas que tem sentido, agende agora uma consulta no site ou app (disponível tanto para Android quanto iOS) com um de nossos especialistas, ela pode ser presencial ou via telemedicina, você que decide!
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