Como o hormônio do crescimento atua no organismo
A produção hormonal é essencial para o funcionamento equilibrado do corpo humano, pois essas substâncias químicas são responsáveis por regular processos vitais.
Entre elas, o hormônio do crescimento (ou GH, sigla do inglês “Growth Hormone”) ocupa posição de destaque, sendo determinante para o desenvolvimento físico das crianças e mantendo funções importantes ao longo da vida adulta.
O que é o hormônio do crescimento
Também chamado de somatotropina, a substância é secretada pela hipófise, glândula localizada na base do crânio e controlada pelo hipotálamo.
Todas as pessoas saudáveis produzem GH em diferentes fases da vida, mas sua ação é especialmente relevante durante a infância e a adolescência. É importante destacar que ele não atua apenas no aumento da estatura física. Diversos tecidos respondem à sua ação.
O estudo “Physiology, Growth Hormone”, publicado na Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos, aponta que entre as principais funções do hormônio estão:
- estímulo ósseo e muscular (promove a formação de proteínas e o crescimento da estrutura óssea);
- manutenção da massa magra (contribui para a preservação de músculos e ossos mesmo após o fim da fase de crescimento);
- regulação metabólica (influencia o metabolismo de gorduras e de carboidratos, colaborando para o equilíbrio energético);
- renovação celular (atua na divisão celular e na proteção contra a morte precoce das células).
Com o avançar da idade, é natural que haja a queda da liberação do hormônio. Ainda assim, ele continua sendo essencial para manter a densidade óssea, a força muscular e a resposta metabólica.
Novas descobertas sobre o GH
Além das ações descritas, uma pesquisa recente conduzida pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP) e publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) demonstrou que o hormônio do crescimento exerce influência direta na sensibilidade à insulina por meio de neurônios específicos no hipotálamo.
Esse achado sugere que ele participa ativamente da regulação dos níveis de glicose no sangue e, segundo os pesquisadores, pode ajudar a entender por que algumas pessoas desenvolvem diabetes tipo 2 e outras não, mesmo expostas a fatores de risco semelhantes.
Alterações relacionadas ao hormônio do crescimento
A produção inadequada de GH pode gerar consequências para o organismo e até provocar os chamados distúrbios de crescimento, como explica a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Na infância, a deficiência de hormônio do crescimento (DGH) resulta em baixa velocidade de crescimento, impactando o desenvolvimento corporal.
A falta do hormônio está relacionada ao hipopituitarismo (baixa estatura), considerada uma condição rara, e ao nanismo. Já na vida adulta, o déficit hormonal pode prejudicar o bem-estar e causar:
- redução da massa muscular;
- aumento da gordura corporal;
- diminuição da densidade óssea;
- alterações metabólicas e baixa energia.
Uma vez que o quadro pode ter origem genética, estar relacionado a tumores cranianos, traumatismos, infecções, radioterapia ou não apresentar causa identificável, é fundamental o acompanhamento periódico com o endocrinologista para avaliar os índices, identificar possíveis sintomas e iniciar intervenções de forma precoce.
Excesso de GH
No cenário oposto, ou seja, quando a substância está em excesso no organismo, as consequências podem ser:
- gigantismo (ocorre em crianças, especialmente no momento anterior ao fechamento das cartilagens de crescimento, gerando aumento desproporcional da estatura);
- acromegalia (manifesta-se em adultos, afetando principalmente ossos planos como mandíbula, crânio, mãos e pés. Pode estar associada a modificações no metabolismo, hipertrofia do coração e resistência à insulina).
Em ambos os casos, a causa geralmente está ligada a tumores hipofisários, tratados por cirurgia, radioterapia ou medicamentos que controlam a produção hormonal.
Diagnóstico e tratamento de quadros associados ao GH
O ritmo do desenvolvimento é uma das medidas para diagnosticar os níveis do hormônio do crescimento.
Para chegar a esse denominador, aponta a SBME, o médico mede a Velocidade de Crescimento (VC) e avalia a curva de crescimento dentro das seguintes faixas:
- primeiro ano de vida: nesse momento, a criança costuma aumentar 25 centímetros de tamanho, em média. Depois, a velocidade de crescimento desacelera;
- a partir dos 3 anos: é esperado que ela cresça de cinco a sete centímetros por ano e, depois, acelere novamente com a chegada da puberdade.
Estando acima ou abaixo desses valores, é necessário que o pediatra ou o endocrinologista investigue detalhadamente o caso.
Para um diagnóstico preciso de alterações relacionadas ao hormônio do crescimento, o paciente também passa por avaliação clínica, análise do histórico familiar e exames laboratoriais e de imagem, incluindo testes específicos de estímulo do GH.
Em adultos, é comum que eles incluam a composição corpórea, densitometria óssea e dosagem dos lipídeos (gorduras como colesterol e triglicérides, por exemplo).
Quando confirmada a deficiência, o manejo geralmente é feito com reposição hormonal específica, aplicada por injeções diárias.
A intervenção costuma se estender durante toda a infância e puberdade, sempre com orientação profissional. Em idades superiores, é indicada apenas se há melhora comprovada na qualidade de vida.
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Por fim, vale ressaltar que o acompanhamento médico regular é essencial para monitorar os níveis de hormônios, identificar quadros e adotar abordagens terapêuticas precocemente.
Com essa atenção contínua, é possível preservar qualidade de vida e assegurar que o organismo funcione de maneira equilibrada em todas as fases da vida.
Fontes:
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