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O poder do leite materno: porque doar ou amamentar?

Bebê sendo amamentado com leite materno

Você sabia que o leite materno é um alimento tão único, natural e poderoso que faz bem não só para a saúde e o desenvolvimento da criança, mas também para a mulher e para o planeta? Fonte de inúmeros benefícios, ele é o primeiro contato que a criança tem com uma comida de verdade e é de extrema importância para a saúde do bebê.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o aleitamento materno é o responsável por diminuir em até 13% a morte de crianças menores de 5 anos por causas preveníveis. 

Sabendo dessa importância, hoje já existe uma rede de Banco de Leite Humano no Brasil, responsável pela coleta, armazenamento e distribuição de leite materno para bebês que não podem ser amamentados pelas suas mães. 

Neste artigo, vamos entender por que a amamentação é uma aliada tanto para a mamãe, quanto para o bebê, além de falarmos sobre as fases do leite materno, quais os seus benefícios, e dicas para facilitar a doação e o armazenamento. Boa leitura!

12 fatos sobre o leite materno

Porque amamentar e a importância do aleitamento materno

O ato de amamentar impacta positivamente a vida biológica, física e emocional da criança para sempre, além de trazer diversos benefícios para a vida das mamães. Por isso, a seguir, vamos apresentar os benefícios do aleitamento tanto para o bebê quanto para a mamãe

Benefícios ao bebê

Estudos realizados na Universidade de Medicina da Virgínia, nos Estados Unidos,  revelam que bebês amamentados durante o primeiro ano de vida têm até 60% menos chances de sofrer morte súbita do que as crianças que não foram amamentadas. Mas, por que isso acontece? 

O leite materno é rico em substâncias anti inflamatórias e antioxidantes que protegem as crianças contra os efeitos nocivos da inflamação na mucosa e na pele, por exemplo. Há ainda a presença de microrganismos que estimulam e desenvolvem o amadurecimento do sistema imunológico infantil.

Além disso, o leite materno é rico em DHA, uma fração do ômega 3, que garante que o cérebro da criança se desenvolva de forma saudável nos primeiros 5 anos de vida. O resultado disso é um ótimo desenvolvimento cognitivo, ou seja, as crianças ficam muito mais espertas e com muita facilidade para aprender.

O ato de sugar o peito da mãe ao longo da amamentação também é benéfico, visto que é um exercício que desenvolve a face da criança e auxilia no desenvolvimento do palato e da mandíbula. Além disso, também colabora para o desenvolvimento de dentes bonitos, da fala e de uma boa respiração.

Por fim, mas não menos importante, de acordo com estudos da revista Scientific Reports, o leite materno interfere na sensação de saciedade e ingestão de comida. Assim, no aleitamento materno, há a redução do efeito um de um dos principais genes associados ao sobrepeso e à obesidade.

Benefícios à mãe

O leite materno dado ao bebê após o parto faz o útero voltar ao tamanho normal mais rápido e diminui o sangramento, prevenindo a anemia materna e reduzindo o risco de câncer de mama, ovários e endométrio. 

Além disso, a amamentação reduz o peso mais rapidamente, diminui o risco de diabetes, inibe a ovulação e pode ser considerado um contraceptivo natural nos 6 primeiros meses de vida do bebê, desde que a menstruação ainda não tenha voltado e a amamentação seja feita da maneira e frequência correta. 

Mas, os benefícios da amamentação não acabam por aí. Ela ainda protege a mulher contra as doenças cardiovasculares e tem efeito antidepressivo. 

Os benefícios da amamentação para a mãe não terminam nunca e podem ser aproveitados até a velhice. Por exemplo: A amamentação melhora a mineralização dos ossos, por isso a mulher que amamenta está menos sujeita a osteoporose e fraturas em idade avançada. 

Por fim, a amamentação pode ainda estimular a inteligência da mulher. Isso porque, as mães passam por alterações no cérebro que as fazem desempenhar algumas tarefas de forma mais eficiente.

3 dicas para facilitar a amamentação

A calma e a paciência durante a amamentação são essenciais para prosseguir com o aleitamento materno. Para ajudar numa boa experiência, separamos algumas dicas para otimizar a alimentação e nutrição do bebê e garantir também o conforto para as mamães a cada mamada!

  1. Acomode-se e aprenda a posicionar o bebê

Nos primeiros dias da amamentação tudo parecerá um pouco estranho. Por isso,  a dica é usar uma poltrona de amamentação, visto que ela já costuma vir com o apoio para os braços. Uma almofada de pescoço, caso você tenha, também é bem-vinda. 

Está confortável? Então chegou a hora de posicionar o bebê!

O bebê deve estar com os olhos nos seus olhos e barriga com a sua barriga. A posição da cabeça deve ser um pouco mais elevada que o bumbum e deve estar apoiada em seus braços. Também veja se há espaço livre entre o nariz dele e os seus seios, para ele respirar bem. 

Com a boca bem aberta, lábios inferior e superior virados para fora e o queixo tocando a mama, o bebê deve abocanhar a maior parte da aréola e não somente o bico do seio

Atentar-se para que o bebê pegue o peito corretamente ajuda a prevenir ferimentos nos mamilos. 

Lembre-se de alternar os seios. Essa prática é importante, pois, além da sucção do bebê estimular a produção do leite materno nos dois seios, também evita que um deles fique com o leite empedrado, o que pode causar a mastite. 

  1. Cuidado com as mamas

Sabonetes e outros produtos utilizados na higienização durante o banho podem eliminar o óleo natural da pele, responsável pela proteção e hidratação dos mamilos. Além disso, se o sabonete tiver um perfume muito forte, o odor pode desagradar o bebê. 

Procure fazer uma higienização nas mamas com água e um pouco de sabonete neutro diretamente sobre elas.

Às vezes, o inchaço das mamas pode ocasionar incômodo e dor. Então, antes de dar o peito, realize massagens, de forma leve, com as pontas dos dedos. Comece pelas aréolas, depois amplie a região, isso facilita a saída do leite retido. 

Atente também ao sutiã utilizado. O sutiã apertado, além de incômodo, prejudica a circulação, sem contar que pode afetar a hora da amamentação. Prefira os modelos de algodão e específicos para amamentar, com abertura na frente.

A orientação profissional pode ajudar muito durante a amamentação e prevenir casos como o empedramento do leite, rachaduras no mamilo ou outros desconfortos. Busque essa orientação com seu médico para que sua experiência possa ser proveitosa e eficiente.

  1. Cuidado com a sua alimentação

Uma alimentação saudável e balanceada é fundamental para a mãe e bebê. Alguns alimentos (repolho, brócolis, couve-flor, cebola, chocolate, espargos) ingeridos pela mãe podem influenciar no cheiro e gosto do leite materno e isso pode fazer com que o bebê rejeite a amamentação. 

Outro ponto de atenção é o consumo de água. Ao amamentar, o corpo perde água e é preciso que esse líquido seja reposto. Sendo assim, mantenha sempre por perto uma garrafa ou copo de água para tomar durante as mamadas.

Porque a doação de leite materno é tão necessária?

Imagem ilustrativa (iStock)

Muitas mulheres relatam que têm produção excessiva de leite materno e que as mamas excessivamente cheias, causam incômodo e desconforto. Nestes casos, a doação do leite materno é uma opção para aliviar o desconforto e ajudar a salvar vidas de outros bebês. 

É necessário ressaltar que para poder doar, a mulher precisa ser saudável e não tomar medicamentos que interfiram na amamentação. Isto porque, algumas doenças podem ser transmitidas pelo leite materno, como, por exemplo, a hepatite b.

No entanto, é importante ressaltar que não há uma quantidade mínima de leite materno a ser doado então, não é regra para doação ter produção demasiada de leite. 

Apenas 1 litro de leite materno doado pode alimentar até 10 recém-nascidos por dia, pois dependendo do peso do prematuro, 1ml já é o suficiente para nutri-lo cada vez que for alimentado. 

Além disso, a produção de leite humano obedece à lei da livre demanda, ou seja, quanto mais leite é retirado para doação ou sugado pelo seu bebê, mais leite é produzido.

O leite doado é concedido para bebês prematuros e/ou de baixo peso (menos de 2,5 kg), internados em unidades neonatais de risco e com patologias, principalmente, do trato gastrointestinal, e que não podem ser alimentados diretamente pelas próprias mães. 

A doação de leite materno é uma etapa importante na luta pela redução da mortalidade infantil no mundo. 

4 dicas para facilitar a doação

Quer doar leite materno e não sabe como? Vamos ajudá-la trazendo tudo o que você precisa saber. Para uma doação segura siga as quatro orientações abaixo, recomendadas pela rede Brasileira de Banco de Leite Humano:

1. O frasco

O frasco deve ser de vidro com tampa plástica (café solúvel ou maionese). Retire o rótulo e o papelão que fica sob a tampa e lave-os com água e sabão e enxágue muito bem. 

Em seguida, coloque o vidro e a tampa numa panela, cubra com água e deixe ferver por 15 minutos, a partir do início da fervura. Escorra a água e coloque o frasco e a tampa para secar de boca para baixo sobre um pano limpo. Use-o somente quando estiver seco.

2. Prepare-se para coletar o leite

Coloque os dedos polegar e indicador na borda da aréola e firme-os bem. Em seguida, empurre para trás em direção ao corpo e comprima suavemente um dedo contra o outro, repetindo esse movimento várias vezes para o leite começar a sair. Despreze as primeiras gotas e inicie a coleta no frasco, anteriormente preparado. 

Além disso, é possível utilizar bombinhas de coleta de leite materno, elas podem ser manuais ou automáticas e facilitam o processo de coleta. Lembre-se: os bancos de leite também possuem coleta domiciliar. 

3. Armazene o leite coletado

Armazene o leite coletado no congelador ou freezer. Sempre utilize um frasco limpo e preparado conforme as instruções anteriores. 

A próxima coleta pode ser adicionada ao leite já coletado e armazenado no congelador ou freezer, mas não encha o frasco até a borda. Deixe um espaço de 2 dedos abaixo da tampa. 

O leite pode permanecer congelado até 15 dias.

4. Encaminhe o leite coletado

Após a coleta e congelamento do leite materno, entre em contato com o banco de leite humano (BLH) mais próximo de sua residência para que venham buscar o alimento. 

Esse transporte é feito de carro, moto e alguns bancos contam com a parceria do Corpo de Bombeiros Militar para realizar essa tarefa. 

Para encontrar o banco de leite mais perto de sua casa, consulte o site da Rede Global de Bancos de Leite Humano Brasil, inserindo sua região, estado e cidade.

Você pode ainda entrar em contato com o banco de leite mais próximo e agendar uma visita. Será feito um cadastro (pode ser feito também pelo telefone) e a mãe será orientada sobre como fazer a doação de maneira correta. Depois disso, a mãe recebe os materiais esterilizados necessários para a doação do leite materno. 

Se você é mãe e tem dúvidas sobre amamentação e leite materno, agende uma consulta presencial ou online pelo site ou app (disponível tanto para Android quanto iOS) no dr.consulta, aqui você vai receber todas as orientações para esse momento tão especial para a sua vida e do seu bebê.

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