Ícone do siteBlog dr.consulta

Maternidade: não quero ser mãe! E agora? 

Mulher branca de cabelos cacheados com a mão no rosto, pensativa. Ela está vestindo uma camiseta ocre de manga curta.

Mulheres nascem com o instinto materno e todas sonham em se tornarem mães, certo? Depende! Cada vez mais vemos a quebra dessas crenças e muitas pessoas dizendo em alto e bom som: “não quero ser mãe!”.

E, apesar da estranheza, elas apenas exercem o direito de escolha, algo que deve existir para todas. Afinal, criar uma criança não é fácil, principalmente quando a sociedade espera que a mulher desempenhe múltiplas funções ao mesmo tempo.

Como a maternidade é vista hoje em dia? 

São comuns homenagens mostrando que “mães são guerreiras”, “dão conta de tudo” e que têm o incrível poder de deixar suas vontades de lado para viverem apenas pelos filhos.

Essas concepções são resultados de uma sociedade ainda baseada nas divisões de gênero e na ideia de que a função principal de pessoas com útero é cuidar do ambiente familiar. 

Porém, aos poucos, é possível perceber ideais assim sendo mais questionadas. Nas redes sociais, além de existirem pessoas optando pela não concepção, ou seja, por uma gravidez, as que optam por ter filhos têm cada vez mais mostrado como é a maternidade real, sem disfarces e romantizações.

Uma busca pela hashtag #maternidadereal no Instagram já revela mulheres que não têm medo de mostrar que se cansam dos cuidados, enfrentam adversidades para conciliar a vida profissional e pessoal, vivem dificuldades financeiras e muitos outros desafios. 

Mas eu não quero ser mãe! E agora?

Imagem ilustrativa (iStock)

Mas é comum não querer ser mãe? Essa é uma escolha. Atualmente, existe até um termo para isso: geração NoMo, ou Not Mother em inglês, o que em português poderia ser traduzido como “não mães”. 

Embora ainda exista o julgamento contra essa decisão, é preciso também desfazer a crença de que crianças podem resolver problemas no casamento ou sanar antigas frustrações como, por exemplo, vê-las exercerem atividades que os pais não puderam.

Essa atitude é muito perigosa, uma vez que gera pressões e cobranças e você pode transferir para o seu filho ou filha, uma responsabilidade que não é justa. 

Aqui a dica é clara: na dúvida sobre os motivos pelos quais querer ou não gerar uma nova vida, busque apoio psicológico.  Lembre-se que essa é uma decisão bem relevante, que envolve não só a sua vida e a da família e outras e outras mudanças, devendo, portanto, ser uma escolha consciente. 

Algumas motivações para não querer ser mãe

A geração NoMo costuma ter motivações que vão além da simples falta de desejo de ter um filho. Outras justificativas frequentes são:

Independência financeira feminina

Mulheres estão assumindo postos de trabalho importantes e aproveitando as oportunidades para ganhar o próprio dinheiro e a maternidade, às vezes, é vista como algo que pode interferir nessa trajetória. 

Uma pesquisa de 2016 do think tank da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que, após dois anos da volta da licença maternidade, cerca de metade das mulheres estão fora do mercado de trabalho em razão de demissões sem justa causa. 

Então mesmo as mulheres que querem ter filhos acabam postergando e até mesmo evitando a concepção, uma vez que são várias as dificuldades enfrentadas no mercado de trabalho.

A criação dos filhos ainda pesa mais para as mulheres

Ainda que as definições das funções de gêneros estejam se tornando mais fluidas, as mulheres continuam sendo sobrecarregadas quando o assunto é cuidar das crianças. 

Geralmente, são elas que passam a noite em claro para amamentar, faltam ao trabalho quando a criança está doente, preocupam-se com cada detalhe do dia a dia e são as responsáveis por planejar a rotina da família. O resultado disso é a exaustão física e mental

Possibilidade de abrir mão da vida social ou do trabalho

Com essa sobrecarga que afeta as mulheres, muitas percebem que terão que abrir mão de aspectos importantes como a vida social que tanto gostam ou aquela promoção no trabalho pela qual lutaram tanto. 

Ter um filho é conciliar o tempo, as prioridades e rever hábitos antes dessa fase. Mães são mães 24 horas por dia.

Dificuldades no planejamento familiar

Enquanto os profissionais da saúde dizem que o melhor momento para engravidar é antes dos 35 anos, nessa faixa etária poucas mulheres têm a vida profissional que desejam e a segurança financeira necessária para sustentar uma criança.

Após os 30 anos, enquanto a fertilidade está caindo, elas ainda estão lutando por um cargo melhor no trabalho, em busca de um relacionamento mais estável e vários outros aspectos da vida. 

Tudo isso influencia diretamente no planejamento familiar, podendo adiar a maternidade.

Imagem ilustrativa (iStock)

Ter um filho traz muitas responsabilidades

É preciso cuidar da saúde, da educação, do bem-estar, da alimentação, proteger de perigos… A lista de responsabilidades e desafios que surgem com o nascimento de um bebê é gigantesca e certas mulheres optam por não assumir esse tipo de compromisso.

E isso não quer dizer que não sejam responsáveis. Novamente, é uma questão de escolha.

Custo de ter um filho

Com as responsabilidades também estão associados altos custos. Os gastos para criar e sustentar um bebê, no século XXI, são altos. Além disso, sucessivas crises financeiras e instabilidade econômica com as quais a atual geração vive são cenários que podem influenciar a decisão pela não gravidez.

Casos de gestações indesejadas e depressão pós-parto

Ao presenciar as dificuldades que certas mães enfrentaram, como gestações indesejadas ou depressão pós-parto, algumas mulheres podem repensar a decisão por ter filhos. 

Com o maior conhecimento do que é a maternidade real, mais pessoas conseguem entender os dois lados e decidir se desejam isso ou não, com mais confiança. 

E se eu mudar de ideia?

Todos nós temos o direito de mudar de ideia a respeito de uma decisão. E isso vale para todas as escolhas que precisamos tomar na vida. Seja no lado pessoal, profissional ou em um relacionamento, por exemplo.

Portanto, caso o desejo pela maternidade apareça, saiba que a Medicina está cada vez mais avançada, sendo possível, em alguns casos, engravidar após os 40 anos de idade

É preciso lembrar, no entanto, que o corpo tem um relógio biológico e que, para isso, é importante fazer exames de fertilidade, como: 

Além disso, ainda existem diversos tratamentos que auxiliam na concepção, como congelamento de embriões, fertilização in vitro e reposição hormonal.

É válido lembrar que, tanto o direcionamento de exames quanto dos tratamentos é realizado pelo profissional indicado. Por isso, manter os check-ups periódicos com o ginecologista é fundamental. 

Mãe não é só quem dá à luz

Imagem ilustrativa (iStock)

Nunca é tarde demais! A adoção é outra opção para pessoas que desejam, mas não gostam da ideia de engravidar ou que enfrentam a infertilidade feminina. Nesse caso, o amor será o mesmo para aqueles que se tornarão filhos ou “mães de coração”. 

Além de realizar a vontade ou sonho, ainda oferecerá uma família para uma criança que está à espera em um abrigo.

Mas afinal, por que estamos falando e escrevendo sobre isso? O dia das mães vem aí, em breve. Sabemos que ser mãe ainda é o sonho de muitas mulheres ao redor do planeta (e esse desejo deve ser respeitado), assim como o desejo de quem não quer ter filhos. 

Celebre esse dia do seu jeito! Cuide-se e cuide de quem cuida. Tenha ou dê acesso à saúde e a médicos e exames especializados com o Cartão dr.consulta, com valores e benefícios diferenciados:

Fontes:

Sair da versão mobile