Entenda como a terapia hormonal pode ser aliada na pré-menopausa
O fim do ciclo reprodutivo da mulher pode gerar uma série de desconfortos físicos e emocionais, que impactam no dia a dia.
Isso acontece principalmente porque essa etapa é marcada pela queda da produção de alguns hormônios, como o estrogênio e a progesterona.
A terapia hormonal surge como alternativa para amenizar os efeitos colaterais, melhorando a qualidade de vida da paciente. O conteúdo a seguir detalha o assunto.
Diferenciando o climatério e a menopausa
Em um primeiro momento, é importante entender que esses dois termos não são iguais. Desde o nascimento, pessoas com o sistema reprodutivo feminino possuem uma quantidade limitada de óvulos armazenados dentro de seus ovários.
Durante cada ciclo menstrual, esses óvulos, ou gametas, são liberados para serem fertilizados ou descartados na menstruação. O processo se repete até que eles se tornam escassos, marcando o início de uma nova etapa no corpo.
O período intermediário, que simboliza a transição entre a fase reprodutiva para a não reprodutiva, é chamado de climatério (ou pré-menopausa).
Geralmente, ele começa por volta dos 40 anos, segundo o Ministério da Saúde, e se caracteriza por ciclos menstruais irregulares, além de sintomas típicos, como:
- ondas de calor sem causas aparentes;
- suor excessivo;
- alterações de humor;
- queda de cabelo;
- diminuição da libido;
- secura vaginal (menos lubrificada);
- insônia;
- muito cansaço;
- dores nas articulações;
- ganho de peso;
- pele mais seca e menos elástica..
O climatério antecede a menopausa, que é considerada a última menstruação da mulher. Normalmente, ela ocorre entre os 45 e 55 anos de idade, sendo confirmada após 12 meses consecutivos sem sangramento.
Como funciona e os principais benefícios da terapia hormonal (TH)
O método tem como objetivo substituir os hormônios que deixaram de ser produzidos naturalmente para aliviar os sintomas moderados e graves, de acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
Os medicamentos são feitos apenas de estrogênio ou de uma combinação do hormônio com a e progesterona.
A recomendação da Febrasgo é que o tratamento comece nos primeiros 10 anos após a menopausa ou antes que a paciente complete 60 anos para que os benefícios superem os riscos.
Com o Cartão dr.consulta, é possível ter acesso a diferentes exames e especialidades médicas, como o ginecologista ou o endocrinologista, profissionais capacitados para orientar a paciente sobre o melhor momento para aderir à terapia hormonal.
O benefício também oferece o programa Previna Mulher, com suporte sobre saúde feminina, via WhatsApp, de um time multidisciplinar e consultas on-line de enfermagem.
Com esse procedimento, o corpo pode lidar com os efeitos do fim do período reprodutivo de forma mais tranquila, voltando a se “equilibrar”. Os benefícios da reposição hormonal são:
- melhora da libido e diminuição das dores durante as relações sexuais;
- menos riscos de desenvolver osteoporose;
- redução das ondas de calor;
- sono com maior qualidade;
- melhora na saúde mental e humor mais estável;
- maior disposição para as tarefas diárias;
- controle da queda de cabelo.
Em contrapartida, também pode apresentar alguns riscos, como:
- condições cardiovasculares;
- tromboembolismo venoso;
- acidente vascular cerebral (AVC);
- aumentar o risco de diversos tipos de câncer.
Esse processo, bem como a definição do tipo de método, quais os hormônios e as dosagens que serão usadas, só podem ser indicados por médicos – como o ginecologista ou o endocrinologista. Realizar a reposição por conta própria não é aconselhado e pode ser perigoso.
Quanto tempo dura o tratamento?
Não existe um período pré-determinado para o uso dos hormônios, segundo as Diretrizes Brasileiras sobre a Saúde Cardiovascular no Climatério e na Menopausa.
Por isso, o profissional da saúde responsável pelo tratamento irá analisar o melhor momento para interrompê-lo, a depender do caso clínico.
3 métodos de reposição hormonal na menopausa
A Febrasgo destaca três alternativas de uso da terapia:
Via oral
É a forma mais tradicional, realizada por meio da ingestão de comprimidos. Ela é chamada de “sistêmica”, pois os hormônios irão chegar a várias partes do organismo.
Adesivo e gel (transdérmico)
É outra forma de aplicação sistêmica, utilizando um adesivo (fixado no braço, barriga ou nas nádegas) ou gel aplicado na mesma região.
Por meio desse método, os hormônios são absorvidos diretamente pela derme e entram no sistema circulatório.
A reposição de hormônios engorda?
O tratamento pode levar a alterações no metabolismo, segundo as Diretrizes Brasileiras sobre a Saúde Cardiovascular no Climatério e na Menopausa.
Ainda assim, o aumento de peso pode estar mais relacionado ao envelhecimento e mudanças metabólicas do que diretamente à terapia hormonal.
Quem faz a terapia pode voltar a engravidar?
Mesmo com os hormônios circulando no corpo novamente, não será possível engravidar de forma natural. Isso porque o ciclo menstrual continuará interrompido, sem a liberação de óvulos para a fertilização.
Nesse sentido, caso a paciente deseje ficar grávida novamente, é necessário optar por técnicas de reprodução assistida.
Quem não pode repor os hormônios?
Apesar dos benefícios, existem algumas contraindicações para o uso da terapia hormonal. Por isso, é fundamental que a paciente avise o médico responsável pelo tratamento caso ela tenha histórico prévio ou familiar de:
- infarto e demais condições cardíacas;
- AVC;
- tromboembolismo;
- câncer de mama;
- condições hepáticas;
- histórico de lúpus;
- sangramentos vagihttps://drconsulta.com/conteudo/sangue-na-vagina-quando-se-preocupar/nais não esclarecidos.
Por fim, é importante entender que cada caso é diferente e que a terapia hormonal não é um tratamento obrigatório.
Uma conversa com o médico é sempre fundamental para analisar se essa é uma opção válida e benéfica para a qualidade de vida da paciente.
Fontes:
[…] menopausa, isso pode ser feito por meio da terapia de reposição hormonal. Como o nome sugere, ela complementa o hormônio que deixou de ser produzido e ajuda a diminuir os […]
[…] uso de hormônios sintéticos, como os anticoncepcionais e aqueles das terapias de reposição hormonal, são associados com o risco da aparição do câncer de mama pelos níveis de […]