Azia, queimação, náusea e indigestão são os sintomas mais comuns de refluxo gástrico.
A estimativa é que, aproximadamente, 48% da população brasileira tenha algum sintoma de refluxo. Além do desconforto gástrico, o refluxo pode desencadear lesões no esôfago e na laringe— e nos casos mais graves, há o risco de desenvolver um câncer nessa região.
O que é o refluxo gástrico?
Alimentos e bebidas chegam até o estômago pelo esôfago. Entre esses dois órgãos, há um músculo que funciona como uma válvula que se fecha para impedir o retorno dos alimentos e do suco gástrico. O refluxo acontece quando essa musculatura não está funcionando corretamente.
Como esse material é muito ácido, ele agride as paredes do esôfago, que não possui uma mucosa de proteção, como o estômago. É o contato com essa acidez que causa a sensação de mal-estar, especialmente a azia.
Quais são os sintomas de refluxo gástrico?
Além dos sintomas de azia e mal-estar, também são sinais de problema de refluxo:
- regurgitação de alimentos e ácidos estomacais;
- tosse e irritação da laringe;
- dores no estômago, laringe e faringe;
- arrotos frequentes;
- mau hálito;
- irritação constante da garganta;
- gosto amargo na boca;
- fezes escuras — são sinais de pequenos sangramentos devido a lesões no sistema digestivo.
O que causa problema de refluxo?
Os problemas de refluxo são causados pelo funcionamento anormal do esfíncter que fecha a passagem do estômago para o esôfago. Essa disfunção pode ser momentânea, devido ao tipo de alimento ingerido, como frituras e comidas muito gordurosas e pesadas. Mas também pode estar relacionada a fatores biológicos, à malformação dessa musculatura e a maus hábitos.
Alguns fatores de risco podem sobrecarregar o esfíncter e desencadear a doença do refluxo gástrico. Listamos abaixo os principais:
- obesidade: o excesso de gordura abdominal pressiona a estrutura de fechamento entre o estômago e o esôfago;
- gravidez: o deslocamento dos órgãos internos para acomodar o bebê, comprime a musculatura, encurtando o caminho entre o estômago e a parte superior do sistema digestivo;
- hérnia de hiato: parte do estômago se movimenta acima do diafragma;
- tabagismo;
- asma;
- diabetes;
- distúrbios do tecido conjuntivo, como a esclerodermia;
- atraso metabólico: a comida demora mais tempo que o normal para ser digerida;
- Síndrome de Zollinger-Ellison: produção estomacal de ácido clorídrico acima dos níveis normais;
- Alimentação inadequada e consumo exagerado de alimentos que elevam a acidez estomacal, como chocolate, pimenta, café e bebidas alcoólicas.
Como tratar o refluxo gástrico?
Mudanças no estilo de vida e hábitos alimentares saudáveis são os primeiros passos para tratar e, até mesmo, evitar os problemas de refluxo gástrico. Veja abaixo o que fazer!
Alimentação saudável
Fazer mais refeições em pequenas quantidades auxilia a digestão e evita sobrecarregar o sistema digestivo. O consumo adequado de água também é importante para facilitar a dissolução do bolo alimentar. Além disso, evite o excesso dos alimentos que provocam uma elevação da acidez no estômago, como os citados acima.
Cuidados na hora de dormir
O refluxo tende a piorar quando se está deitado, pois a ação da gravidade facilita o retorno dos alimentos e do suco gástrico. Por isso, evite ir para a cama logo após a refeição e eleve a cabeceira para manter o tronco um pouco mais alto que o restante do corpo.
Atenção aos medicamentos
Os antiácidos podem aliviar os sintomas, mas os efeitos são temporários. Alguns medicamentos agem no controle da produção dos ácidos estomacais, mantendo-os nos níveis normais. Mas, atenção! Não tome remédios por conta própria, você pode mascarar um problema mais grave ou mesmo piorar o seu quadro de saúde.
Consulte um Gastroenterologista/Cirurgião do Aparelho Digestivo
O gastroenterologista e o cirurgião do aparelho digestivo são os médicos especializados no sistema gástrico e digestivo. Após uma avaliação completa dos seus hábitos alimentares e de vida, esse profissional poderá fazer o diagnóstico correto das causas do problema e indicar o melhor tratamento. Para casos severos de refluxo, o médico pode optar por uma cirurgia para corrigir a musculatura e evitar o retorno das substâncias do estômago para o esôfago.
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