O que provoca a retenção urinária e como tratar
Retenção urinária é o nome dado à condição em que a pessoa perde a capacidade de eliminar completamente a urina acumulada na bexiga. Em muitos casos, essa alteração pode representar um quadro sério, que merece atenção especializada de forma ágil.
Mas o que provoca a retenção urinária? E quais os tratamentos disponíveis para reverter tal dificuldade de urinar? Esses e outros pontos serão esclarecidos ao longo desse conteúdo.
Principais características da retenção urinária
Na prática, a retenção urinária não é uma doença por si só. Isso significa que, na maioria dos casos, a incapacidade de urinar está associada a outra alteração que afeta as estruturas do trato urinário, responsáveis pelo processo de eliminação do líquido acumulado na bexiga.
Em condições normais, quando a bexiga está cheia (o que, em uma pessoa adulta significa, em média, a presença de 500 ml de urina), essa parte do corpo “envia” um sinal ao cérebro dizendo que é hora de esvaziá-la. Logo, a partir disso a pessoa passa a sentir a vontade característica de ir ao banheiro.
Assim, quando é possível urinar, os músculos da região da bexiga se expandem, liberando o líquido por um canal chamado uretra, até que o órgão seja esvaziado. No entanto, nos casos de retenção urinária, o sinal para liberar a urina permanece existindo mesmo após ir ao banheiro, já que por alguma restrição física, ela não sai.
Dessa forma, a pessoa pode apresentar uma retenção urinária aguda ou crônica, cada uma com suas características.
Retenção urinária aguda
A ideia de retenção urinária aguda se dá pelo fato de que ela surge de uma hora para outra. Com isso, o indivíduo perde a capacidade de esvaziar a bexiga, mesmo com a vontade de ir ao banheiro aparecendo.
Com o acúmulo cada vez maior de líquido, o órgão continua se expandindo, pressionando nervos ao redor, o que provoca dor intensa e, em alguns casos, gera complicações com risco à vida do paciente. Por isso, essa situação é uma emergência médica.
Retenção urinária crônica
Na retenção urinária crônica, por sua vez, a dificuldade em eliminar a urina vai surgindo aos poucos. Além disso, a limitação de esvaziamento da bexiga pode não ser total.
Ou seja, isso significa que a pessoa pode conseguir urinar, mas ainda permanecer com a sensação de não ter esvaziado o órgão por inteiro. Além disso, a condição, quando crônica, pode não necessariamente limitar a liberação da urina, mas atrasar o seu início.
As principais causas da retenção urinária
Como já mencionado, a retenção urinária está quase sempre associada a outra condição, desencadeando a obstrução do fluxo de urina. Dessa forma, entre os quadros que aumentam a predisposição dessa condição estão:
- aumento da próstata, glândula presente apenas no organismo masculino;
- obstruções na saída da bexiga, por causa de alterações na estrutura desses tecidos;
- pedras nos rins, que podem obstruir a uretra;
- infecções na uretra;
- alterações nos músculos da região, inclusive por conta de traumas;
- presença de determinados tipos de tumor no trato urinário (como na próstata, na uretra ou na bexiga).
- disfunções neurológicas (Parkinson ou mal de Alzheimer);
- constipação intestinal (intestino preso);
- uso de determinados medicamentos.
Por conta de questões anatômicas (como a presença da próstata), homens estão mais propensos a desenvolver a retenção urinária. E isso tende a piorar com o passar da idade. Não por menos, estima-se que um a cada dez adultos do sexo masculino com mais de 70 anos terá esse quadro. Acima dos 80 anos essa condição pode atingir um a cada três homens.
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Quais os sinais mais comuns da restrição urinária
A partir da obstrução da passagem da urina e seu acúmulo em razão da incapacidade de esvaziar a bexiga, o indivíduo com retenção urinária pode perceber:
- dor, que pode ser bastante intensa;
- vontade urgente de ir ao banheiro, mas não conseguir urinar;
- inchaço na parte baixa da barriga.
Já nos casos de retenção urinária crônica, os sintomas podem ser imperceptíveis no início e ir piorando ao longo do tempo de forma lenta. Seja como for, entre os possíveis sinais de desconforto estão:
- sensação de que a bexiga nunca está vazia por completo;
- vontade frequente de ir ao banheiro, mas com eliminação de pouca quantidade de urina;
- dificuldade para liberar o jato inicial de urina;
- fluxo de urina fraco;
- sinais de incontinência urinária, liberando urina sem perceber ou ter vontade;
- algum grau de dor na parte baixa da barriga.
Vale sempre reforçar que casos de retenção urinária aguda devem ser tratados o quanto antes. Por isso, diante de dor aguda e dificuldade para urinar, procure assistência médica urgente.
Já os casos crônicos podem ser avaliados por um profissional conforme as queixas do paciente em consulta de rotina, já que essa condição tende a evoluir de forma mais lenta. Assim sendo, o urologista costuma ser o especialista indicado (inclusive para mulheres).
Para chegar ao diagnóstico da retenção urinária, o médico responsável pelo atendimento costuma recorrer a vários recursos. Eles servirão sobretudo para tentar identificar o que está por trás da dificuldade para eliminar a urina. Desse modo, o indivíduo com a queixa poderá passar por:
- uma avaliação clínica e física, inclusive para entender os sintomas e o histórico do paciente e alterações provocadas no corpo pela retenção da urina;
- exames laboratoriais, que analisam a composição da urina e o sangue para ajudar a determinar a natureza do quadro;
- exames capazes de determinar quanta urina fica retida na bexiga mesmo após a micção, geralmente feito com um cateter (um tubo bem fininho, inserido pela uretra) ou com um ultrassom;
- exames de imagem, também para determinar a causa da retenção urinária. Os mais comuns são o ultrassom, a ressonância magnética e a tomografia computadorizada.
A partir disso, o profissional pode orientar a melhor abordagem para reverter a retenção urinária. Nos casos agudos, a chamada drenagem da bexiga pode ser necessária. Ela é feita utilizando um cateter para remover o líquido da urina.
Em determinados contextos, o cateter pode ser mantido para permitir a liberação da urina em caso de novo episódio de retenção.
Além da drenagem, o médico pode prescrever determinados medicamentos para amenizar os sintomas da restrição da liberação da urina e tratar a causa por detrás da condição. No mais, determinados procedimentos localizados ou até mesmo cirurgias podem ser indicados em alguns quadros (para remover parte ou toda a próstata ou reparar a uretra, por exemplo)
6 dicas de prevenção para a manutenção da saúde do trato urinário
Com o suporte profissional adequado, a maioria dos casos de retenção urinária tem boa perspectiva de melhora.
Depois de recuperado, o paciente pode ser orientado a fazer pequenas mudanças no estilo de vida para evitar que o quadro se repita, contribuindo com o seu bem-estar. Dessa forma, as principais recomendações para a preservação da saúde do trato urinário envolvem:
- não segurar o xixi e ir ao banheiro sempre que der vontade;
- prestar atenção aos sinais do corpo e avaliar se há alguma mudança no número de idas ao banheiro ou no fluxo de urina. Isso pode ser importante para notar logo no começo episódios crônicos de retenção urinária;
- seguir o tratamento adequado para condições que podem desencadear a retenção urinária;
- beber bastante água sempre;
- manter uma dieta equilibrada, com muitas fibras e sem exagero no sal;
- fazer exercícios regulares, inclusive para fortalecer os músculos pélvicos.
Embora possa ser devidamente tratada, a retenção urinária merece sempre atenção, também por conta das possíveis complicações associadas. As mais comuns são as infecções urinárias, a incontinência e os danos à bexiga e aos rins (fazendo com que esses órgãos deixem de funcionar adequadamente, por exemplo).
Fontes
[…] múltiplas, que podem estar associados a uso de medicações, infecções, dor, constipação ou retenção da urina, abstinência de álcool ou até medicações como Diazepam ou Zolpidem, alterações em exames de […]