Seu filho precisa usar óculos?
Você sabia que mais de 50 mil estudantes brasileiros apresentam problemas de visão?
Pois é, de acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, 12% das crianças em idade escolar precisam usar óculos, entretanto, 80% nunca fizeram exame.
Conversamos com nossas médicas Natalia Yumi e Juliana Araujo, que nos tiraram algumas dúvidas sobre os problemas de visão em crianças.
Quais são os sinais que uma criança com dificuldades na visão pode apresentar?
Os indícios são vários e podem ser percebidos até com facilidade.
Em casa, por exemplo, quando a criança chega muito próximo à televisão, sente dores de cabeça constantes, comprime os olhos para conseguir ler ou enxergar algo ou esfrega os olhos com frequência.
Na escola, demora para copiar as atividades, falta de atenção ou necessidade de sentar muito perto do quadro-negro, por exemplo.
É importante lembrar que o processo de ensino-aprendizagem depende primordialmente da visão. Com tais deficiências, essas crianças, nos primeiros anos de vida escolar, são impedidas de ter acesso ao conhecimento.
Qual acompanhamento oftalmológico deve ser feito nas crianças?
- O primeiro exame deve ser realizado pelo pediatra, antes da alta da maternidade (teste do olhinho).
- Um exame oftalmológico completo (com dilatação de pupilas) deverá ser realizado a cada 6 meses durante os dois primeiros anos de vida.
- Um exame anual completo deverá ser realizado até o completo desenvolvimento da visão, isto é, até os 10 anos de idade.
Quais são os principais problemas de visão em crianças?
Os principais problemas de visão diagnosticados em crianças com idade escolar são os erros de refração (hipermetropia, astigmatismo e miopia), estrabismo e ambliopia, sendo os erros de refração não corrigidos uma das principais causas de deficiência visual nas crianças no Brasil. A detecção precoce de vícios de refração possibilita sua correção ou minimização, visando o melhor rendimento da criança em idade escolar.
A avaliação e a detecção de possíveis agravos oculares deve ser o mais precoce possível já que, quanto maior o atraso na determinação de problemas visuais, menores serão as chances de recuperação e correção do problema, além de contribuir para o déficit de aproveitamento escolar e de socialização e estar relacionado a alterações nos estados emocional e psicológico das crianças.