Como é o teste de miopia e a importância do diagnóstico precoce

A detecção da condição por meio do teste de miopia permite o início rápido do uso de correções ópticas, como óculos e lentes.
Além disso, é possível monitorar e controlar a sua progressão, já que muitas vezes ela pode aumentar os riscos de outras complicações oculares.
De que maneira funciona o teste de miopia
Realizado com o auxílio de tabelas de acuidade visual, como a de Snellen, o procedimento verifica se existe a dificuldade de enxergar objetos de longe – característica principal do quadro.
Nesse sentido, a pessoa é posicionada a cerca de seis metros de uma tabela na qual constam letras com tamanhos variados para que ela fale ao oftalmologista, que consegue saber até que ponto pode haver algum obstáculo na identificação de cada uma.
Em ambientes escolares ou triagens, é comum a aplicação de outros exames simples, como o chamado de Teste de Hirschberg (que verifica se os olhos estão alinhados corretamente) e a avaliação da distância mínima para leitura com nitidez. Todos são rápidos, indolores e muito úteis para captar alterações ainda na infância.
Grau de miopia
Com a ajuda de equipamentos mais precisos que simulam os efeitos corretivos, o teste de miopia também determina o grau de refração, ou seja, a medida em dioptrias (D) usada para indicar a potência das lentes necessárias. Os níveis são classificados como:
- leve (até –3,00 D);
- moderada (entre –3,00 e –6,00 D);
- alta (acima de –6,00 D, associada a um risco maior de outras enfermidades, como descolamento de retina e glaucoma).
Diante de todas essas confirmações, o oftalmologista poderá prescrever:
- utilização de óculos com os ajustes apropriados e de lentes de contato (para adolescentes e adultos);
- controle da progressão com colírios ou óculos especiais nos quadros mais avançados;
- mudanças de hábito, como reduzir o tempo em frente às telas e aumentar a exposição ao ar livre.

Quando é necessário fazer o exame
De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, a primeira avaliação da saúde ocular deve ser feita até o 1º ano de vida — seguida de revisões até os 4 anos e antes da alfabetização.
Também é importante ficar atento a sinais comportamentais em todas as faixas etárias para buscar assistência, como:
- aproximar-se muito da TV ou de livros;
- queixa-se de dor de cabeça frequente;
- apertar os olhos para enxergar de longe;
- apresentar baixo desempenho escolar sem outra explicação (no caso dos pequenos) ou queda da produtividade no trabalho (em adultos).
O Cartão dr.consulta possibilita o acesso a diferentes exames e especialidades médicas, como o oftalmologista, e ainda inclui o paciente em programas de saúde para suporte multidisciplinar e consultas de enfermagem on-line e gratuitas.

Diagnóstico precoce evita prejuízos na qualidade de vida
Durante a infância, o sistema visual ainda está em formação. Cérebro e olhos trabalham juntos para ajustar o foco e a nitidez das imagens.
Quando esse processo é interrompido por uma alteração não identificada, como a miopia, o desenvolvimento pode ser prejudicado.
Isso pode levar a dificuldades no aprendizado por impedir o reconhecimento de letras na lousa, entendimento de instruções ou motivação para participar de atividades.
Assim, um diagnóstico precoce permite iniciar rapidamente a correção da visão e preserva o desempenho escolar, o convívio social e a autoestima.
Adicionalmente, vale reforçar que, quanto mais cedo ela aparece, maior é o risco de progressão para graus mais elevados e do surgimento de outras patologias no futuro, como catarata ou degeneração macular – que podem gerar danos permanentes e até levar à cegueira.
Crianças nem sempre conseguem reconhecer ou relatar questões que afetem a capacidade de enxergar. Por isso, o exame oftalmológico é a única forma segura de detectá-las logo no início.

Prevenção e controle da progressão
Casos da condição têm aumentado de forma acelerada em todo o mundo, segundo estudo publicado na revista Nature Reviews Disease Primers.
Descrita como uma “epidemia silenciosa”, estima-se que, até 2050, cerca de 50% da população global será míope.
Entre os fatores que mais contribuem para esse crescimento, a predisposição genética, sobretudo quando ambos os pais a apresentam, é o único não evitável. Os demais entram na lista de medidas necessárias para prevenção e manejo:
- controlar o tempo das atividades que exigem a vista de perto, como leitura e uso de telas;
- ampliar à exposição à luz solar natural (40 minutos por dia pode reduzir a incidência em até 20% devido à liberação de dopamina pela retina, que ajuda a regular o crescimento do globo ocular);
- manter um monitoramento periódico e seguir os tratamentos aplicados conforme orientação médica.
Conclui-se, então, que o teste de miopia é uma ferramenta essencial para os cuidados com a saúde a longo prazo e deve fazer parte da rotina desde a infância.
Fontes:
[…] hipermetropia, o astigmatismo e a miopia, quando não corrigidos com óculos ou lentes apropriados, também forçam os músculos da região, […]
[…] miopia ou hipermetropia não corrigidas; […]
[…] miopia é uma alteração refratária do globo ocular no qual a imagem de objetos vistos a distância é […]
[…] Essa alteração visual é muito comum e se caracteriza pela dificuldade de enxergar objetos que estão distantes. […]
[…] miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia, que ocorrem quando os raios de luz não se concentram […]