Desconhecer as causas, riscos e sintomas da febre maculosa pode fazer com que você a trate como algo superficial.
Entretanto, basta a simples picada de um hospedeiro infectado para desencadear diversas alterações no seu corpo e, mesmo não sendo transmitida de uma pessoa para outra, é preciso ficar atento a esses sinais e proteger-se.
O que é a febre maculosa?
Causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, a febre maculosa ou febre do carrapato é uma doença infecciosa de alta letalidade.
O agente transmissor mais popular ao ser humano é o carrapato-estrela, mas a bactéria também pode ser portada por capivaras, cachorros ou bichos de grande porte como bois e cavalos.
Esse tipo de carrapato é facilmente encontrado em regiões de vegetação mais densa ou que tenham a presença de animais silvestres e se prolifera mais rapidamente quando o clima está mais seco (entre junho e novembro).
Transmissão
A transmissão não ocorre imediatamente – o que pode dificultar o diagnóstico. Conforme informações do Ministério da Saúde (MS) isso ocorre quando o carrapato infectado fica em contato com a pele de humanos ou de outros animais, por pelo menos 4 (quatro) horas.
O risco maior é porque os carrapatos menores, também chamados de micuins, são quase imperceptíveis e podem se instalar nas roupas e depois transitar por outras áreas, alcançando qualquer parte do corpo onde ficam grudados.
Já no corpo, a bactéria pode circular livremente pela corrente sanguínea.
É ou não é? Conheça os sintomas da febre maculosa
Os sintomas da febre maculosa são visíveis, manifestam-se entre sete a dez dias (em média) e podem aparecer no corpo todo, incluindo a palma das mãos e a planta dos pés.
Embora cada pessoa possa reagir de uma forma, geralmente as queixas incluem:
- febre alta repentina;
- lesão ou erupção cutânea caracterizada por manchas vermelhas;
- dor de cabeça intensa;
- falta de apetite;
- calafrios;
- diarreia;
- dores musculares;
- mal-estar geral sem motivo aparente;
- náuseas e vômitos.
São menos frequentes:
- conjuntivite (olhos vermelhos e inflamados);
- fotofobia (sensibilidade à luz);
- inchaço nas pálpebras;
- gangrena nos olhos e nas orelhas (morte dos tecidos corporais) e paralisias, nos casos mais graves.
Com exceção das picadas que são bem marcadas por manchas avermelhadas, os demais sintomas são comuns ao de outras infecções, o que costuma confundir bastante.
Normalmente, as suspeitas iniciais podem indicar dengue, leptospirose, hepatite viral, malária ou sarampo.
Não espere para buscar ajuda médica! Você deve procurar um infectologista ou clínico geral assim que identificados os primeiros sinais, só assim terá certeza da suspeita e saberá se são mesmo sintomas da febre maculosa.
O diagnóstico e o tratamento precoces evitam complicações, quadros mais graves e até o óbito.
No Brasil, a Rickettsia rickettsii é a espécie patogênica de maior importância, figurando como o agente etiológico da Febre Maculosa Brasileira (FMB). Essa, que é uma doença febril hemorrágica, de notificação compulsória imediata e endêmica na região Sudeste, com taxas de letalidade acima de 50%, conforme divulgado no estudo da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS).
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Prevenção
Para prevenir a própria infecção e, por consequência, os sintomas da febre do carrapato é preciso impedir o contato com os agentes causadores.
Ao visitar locais com maior exposição ao carrapato-estrela e/ou com histórico de casos adote essas medidas práticas, baseadas nas recomendações do Ministério da Saúde:
- utilize roupas claras. Isso ajuda a identificar qualquer inseto, parasita ou hospedeiros;
- evite andar em locais com vegetação mais alta ou, quando necessário, use calças, botas e blusas com mangas compridas.
- use repelentes. Hoje em dia já existem produtos que oferecem proteção contra carrapatos;
- sempre separe as roupas utilizadas de outras, no momento da lavagem;
- Faça a higiene e o controle antiparasitário nos animais domésticos (principalmente cães e gatos).
O que fazer ao localizar um carrapato no corpo?
- não esmague, esprema ou puxe bruscamente da pele. Além da possibilidade de eliminar as bactérias, você pode criar lesões e gerar contaminações da mesma forma;
- opte por retirar os carrapatos com pinças de sobrancelhas;
- Limpe a área com antisséptico e lave bem as mãos em seguida;
- se possível, mantenha o carrapato em um recipiente com álcool ou água fervente, até ficar completamente imobilizado. Dispense todo conteúdo no vaso sanitário.
Lembre-se: quanto mais rápido retirar os carrapatos do seu corpo ou do animal de estimação, menores as chances de contrair a febre maculosa.
E quanto antes buscar ajuda médica ou veterinária maior a eficácia do tratamento que, normalmente, é feito por antibióticos, mas pode exigir internação. O antibiótico contém substâncias que são capazes de eliminar ou impedir a multiplicação das bactérias.
Ao encontrar o parasita no corpo ou nas roupas, manter uma maior atenção nos próximos dias quanto a identificação de sintomas.
Fontes: