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Entenda como garantir a proteção contra a coqueluche

dr.consulta - homem tossindo, um dos sintomas da coqueluche

A coqueluche, também chamada de pertússis e conhecida popularmente em algumas localidades como “tosse comprida”, é uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis (e em certos casos, pela Bordetella parapertussis).

No passado, a disseminação da coqueluche era uma preocupação significativa de saúde pública. Nos anos 1980, o Brasil chegou a registrar 40 mil casos ao ano da doença.

Com a ampliação da cobertura vacinal, esse número caiu com o passar das décadas. Em 2023, foram notificados 214 episódios da infecção bacteriana, de acordo com dados do Ministério da Saúde. 

Tal redução, no entanto, não significa que é possível ignorar os riscos da enfermidade. Assim sendo, vale sempre entender quais são as melhores estratégias de prevenção, sobretudo entre os grupos mais vulneráveis. 

Como a coqueluche se dissemina

A bactéria que provoca a pertússis se espalha por meio do contato próximo com uma pessoa infectada. Como o microrganismo ocupa o nariz, a boca e a garganta, ao falar e respirar, o indivíduo passa a eliminar gotículas que carregam consigo o agente responsável pela doença. 

Além disso, a infecção também se dispersa por meio do compartilhamento de objetos. Isso se dá por conta das secreções do paciente, que podem se acumular nas superfícies e posteriormente serem tocadas por outras pessoas.

Junto da falta de vacinação, o risco do contágio aumenta diante do contato frequente com as pessoas infectadas, em aglomerações e em ambientes sem a devida ventilação. 

A partir do contato inicial com o microrganismo que causa a doença, o paciente com coqueluche desenvolve um período relativamente longo de transmissão da enfermidade.

Ela pode se dar antes mesmo do aparecimento dos primeiros sintomas e prosseguir por cerca de duas semanas. Com a introdução do tratamento adequado, essa janela pode ser encurtada. 

Conheça a faixa etária mais afetada pela infecção

Embora possa atingir também adultos, a coqueluche é uma preocupação principalmente entre bebês e crianças, em especial antes do primeiro ano de vida. Nesses grupos, a condição pode progredir para quadros graves. 

Em geral, a tosse seca com chiado relativamente característico é o principal sintoma dessa infecção bacteriana. No entanto, a evolução da doença costuma se dar em três fases, nas quais os incômodos vão se tornando mais graves à medida que o tempo passa.

Primeira fase (catarral)

Os sintomas são leves e incluem algum tipo de desconforto respiratório, mal-estar, febre, nariz escorrendo e tosse leve. Se manifestam geralmente entre 7 e 10 dias depois da infecção e podem perdurar por semanas.

É nesse período que a disseminação da bactéria pelo paciente infectado é mais comum. 

Segunda fase (paroxística) 

A tosse seca se torna mais forte, inclusive com acessos contínuos e persistentes. Isso tende a ampliar a sensação de cansaço, provocar vômitos e acentuar a dificuldade para respirar.  Além disso, a tentativa de puxar o ar causa um chiado com ruído específico.

Em casos extremos, o comprometimento da respiração é tão significativo que pode deixar a pele arroxeada (o que recebe o nome de cianose).

Terceira fase (convalescença)

Nesse estágio o paciente começa a se recuperar, mas a tosse permanece ainda por algumas semanas antes de desaparecer por completo.  

Pelo fato de combinar sintomas relativamente comuns a uma série de outras condições respiratórias, identificar a coqueluche nem sempre é simples, em especial nas primeiras semanas de infecção.

Todavia, diante de um quadro de tosse seca que não melhora, o médico pode solicitar exames que confirmem ou não tal diagnóstico. Entre as avaliações normalmente exigidas estão a coleta e análise laboratorial de material biológico do nariz e da garganta, raios-x do tórax e exames de sangue. 

Confirmada a infecção pela bactéria causadora da coqueluche, a principal abordagem de tratamento envolve o uso de antibióticos capazes de eliminar os microrganismos. Tal recurso é mais eficiente nas primeiras semanas após o contágio.

No mais, pacientes críticos podem depender de suporte hospitalar para garantir a recuperação adequada.

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Possíveis complicações da coqueluche

Pessoas adultas com essa infecção bacteriana geralmente se recuperam bem. No entanto, cabe reforçar novamente que ela pode trazer complicações graves, especialmente em crianças. Entre algumas das consequências possíveis estão:

As mortes por coqueluche atingem principalmente bebês nos primeiros meses de vida. Eles estão abaixo da idade mínima necessária para receber as doses das vacinas indicadas para prevenir a infecção, tornando-os mais suscetíveis.

Imagem ilustrativa (GettyImages)

A importância da vacinação contra a coqueluche

Ainda que medidas de higiene (como lavar as mãos e proteger a boca ao tossir e espirrar) sejam importantes na prevenção, a vacinação é a melhor forma de conter a disseminação da coqueluche. 

Tal intervenção protege não apenas quem recebe as doses, como também quem não pode fazer isso (seja pela idade, seja por qualquer outra contraindicação). 

Dessa forma, pode ser importante reforçar a vacinação na gestante (para promover a transmissão de anticorpos ao bebê que vai nascer) e em todos aqueles que irão conviver com o recém-nascido, conforme orientação profissional. 

As vacinas disponíveis

De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), as vacinas que conferem proteção contra a coqueluche são as seguintes:

O regime ideal de vacinação

De modo geral, a vacinação rotineira deve ser feita preferencialmente com a vacina penta ou hexavalente (DTPa-VIP/Hib ou DTPa-VIP-HB/Hib). 

As doses são indicadas a partir dos 2 meses de idade e podem ser aplicadas até os 7 anos. Idealmente, o regime de vacinação deve ser feito:

A vacina pentavalente é contraindicada quando há histórico de reação alérgica grave aos componentes do imunizante, por conta de registro de encefalopatia depois da aplicação de dose anterior ou em maiores de 7 anos.

Além disso, quando não se sabe quais doses a criança ou adulto tenha tomado, ou houver atraso na aplicação das vacinas contra a coqueluche, um profissional capacitado deve avaliar a situação e orientar a melhor forma de garantir a imunização adequada.

Fontes:

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