Vacinação infantil: eficácia, segurança e calendário

Fundamentais para proteger a saúde infantil, os imunizantes auxiliam o sistema imunológico a combater microrganismos como bactérias, vírus, parasitas ou fungos que podem causar patologias graves.
O conteúdo a seguir busca explicar como funciona a vacinação infantil e o calendário para que pais e responsáveis mantenham seus bebês e crianças protegidos.
Por que as vacinas são importantes?
Durante a gestação e a amamentação, alguns anticorpos – proteínas que protegem o corpo contra agentes infecciosos – são transmitidos da mãe para o bebê, ajudando a formar o sistema de defesa do recém-nascido. A vacinação infantil complementa esse processo, treinando o organismo a reagir a ameaças externas.
Entre 2000 e 2018, por exemplo, cerca de 23% dos óbitos causados pelo sarampo foram evitados em todo o mundo graças às vacinas, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Em um contexto mais recente, a baixa adesão à vacina contra a condição está relacionada ao aumento de 43% do número de vidas perdidas pelo sarampo em 2022, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
No Brasil, a condição estava erradicada, mas voltou em 2018 após dois anos sem registros de nenhum caso. O retorno coincide com a redução da imunização – o que reforça a importância do ato pela população.
Como funcionam os imunizantes usados atualmente
A OMS explica que as vacinas utilizadas hoje em dia podem conter partes enfraquecidas ou inativadas de um agente patogênico.
Isso ajuda a desencadear uma resposta imunológica do corpo, tornando o organismo capaz de se proteger de forma eficaz e segura.
Alguns imunizantes necessitam de apenas uma dose, enquanto outros precisam de reforços aplicados em intervalos específicos.
Desse modo, o corpo fica treinado a combater bactérias, vírus, parasitas ou fungos e cria uma memória imunológica para responder prontamente caso tenha uma nova exposição a esses agentes.

Vacinas são seguras?
Sim, elas são. Após a aplicação, é comum surgir desconfortos leves, como febre, cansaço ou dor no corpo, que indicam a resposta imunológica em ação. Isso não significa que os imunizantes são perigosos.
Além disso, antes de serem liberados para uso humano, eles passam por rigorosos testes clínicos e precisam de autorização de agências reguladoras, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no Brasil, e a Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos.
Caso alguma vacina não atenda aos requisitos de segurança e eficácia, ela é descartada. Portanto, todas que estão em uso atualmente são comprovadamente seguras, eficazes e amplamente recomendadas para a proteção de todos.
Com o Cartão dr. consulta é possível agendar a aplicação de vacinas para bebês e crianças, além de consultas com especialistas e exames.
A criança também podem fazer parte do programa Crescendo Saudável, no qual os pais e responsáveis podem tirar dúvidas e receber suporte e orientações sobre hábitos saudáveis via WhatsApp com um time multidisciplinar e consultas on-line de enfermagem.

Calendário de vacinação infantil
Com tudo isso em vista, um dos cuidados mais importantes com o bebê e a criança diz respeito à aplicação de todas as doses recomendadas pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) para 2024/2025 e o Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde.
Abaixo, estão as vacinas, quando elas devem ser tomadas e as respectivas doses e condições que elas protegem:
Do nascimento até os 2 anos
- BCG (dose única): contra formas graves de tuberculose. Aplicado ao nascer;
- HB (3 ou 4 doses, dependendo do imunizante usado): contra hepatite B. Aplicado ao nascer;
- pentavalente (1ª dose): contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B. Aplicado aos 2 meses;
- VIP (1ª dose): contra poliomielite. Aplicado aos 2 meses;
- 10-valente (1ª dose): contra meningite, pneumonia, otite média aguda e outras infecções causadas pelos 10 sorotipos da bactéria Streptococus pneumoniae. Aplicado aos 2 meses;
- VRH (2 ou 3 doses, dependendo da vacina utilizada): contra rotavírus. Aplicado aos 2 meses;
- Meningo B e C (1ª dose): contra a meningite bacteriana. Aplicado aos 3 meses;
- pentavalente (2ª dose): contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B. Aplicado aos 4 meses;
- VIP (2ª dose): contra poliomielite. Aplicado aos 4 meses;
- 10-valente (2ª dose): contra meningite, pneumonia, otite média aguda e outras infecções causadas pelos 10 sorotipos da bactéria Streptococus pneumoniae. Aplicado aos 4 meses;
- VRH (2ª dose): contra gastroenterites causadas pelo rotavírus. Aplicado aos 4 meses;
- meningo B e C (2ª dose): contra meningite bacteriana. Aplicado aos 5 meses;
- pentavalente (3ª dose): contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B. Aplicado aos 6 meses;
- VIP (3ª dose): contra poliomielite. Aplicado aos 6 meses;
- Covid-19 (1ª dose): contra as formas graves e complicações da condição. Aplicado aos 6 meses;
- Influenza: contra a gripe. A vacinação é feita em duas doses, com intervalo de 30 dias, até o 8º ano de idade da criança.
- Covid-19 (2ª dose): contra as formas graves e complicações da condição. Aplicado aos 7 meses. O Ministério da Saúde recomenda intervalo mínimo de quatro semanas entre a primeira e a segunda dose da vacina contra o coronavírus. Caso o bebê não tenha iniciado ou completado a imunização até os sete meses, o ideal é fazê-la até os 4 anos, 11 meses e 29 dias. Pessoas imunocomprometidas devem realizar esquema vacinal de três doses.
- FA (1 dose): contra febre amarela. Aplicado aos 9 meses;
- 10-valente (reforço): contra meningite, pneumonia, otite média aguda e outras infecções causadas pelos 10 sorotipos da bactéria Streptococus pneumoniae. Aplicado aos 12 meses;
- meningo C (reforço): contra meningite bacteriana. Aplicado aos 12 meses;
- tríplice viral (1ª dose): contra sarampo, caxumba e rubéola. Aplicado aos 12 meses;
- DTP (1º reforço): contra difteria, tétano e coqueluche;
- VSR: protege bebês de até 12 meses de infecções graves causadas pelo vírus sincicial respiratório. Pode ser aplicado a qualquer momento;
- VIP (reforço): contra poliomielite. Aplicado aos 15 meses;
- HA (1ª dose): contra hepatite A. Aplicado aos 15 meses;
- tetra viral (1 dose): contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora). Aplicado aos 15 meses.
4 anos
- DTP (2º reforço): contra difteria, tétano e coqueluche;
- FA (reforço): contra febre amarela;
- Varicela (1 dose);
- dengue (2 ou 3 doses, dependendo do tipo de imunizante).
5 anos
- FA (1 dose): caso a criança não tenha recebido a vacina contra a febre amarela antes dos 5 anos;
- pneumo 23 (2 doses): contra infecções invasivas causadas pela bactéria pneumococo, como pneumonias, meningites e outras. A segunda dose deve ser aplicada cinco anos após a primeira.
7 anos
- dT (3 doses): contra difteria e tétano. Reforços devem ser administrados a cada 10 anos e, em caso de ferimento grave, a cada 5.
9 e 10 anos
- HPV4 (dose única): contra o papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18, um dos principais causadores de câncer de colo de útero em mulheres;
- Influenza (dose única): a partir dos 9 anos, a vacina torna-se anual.
Por fim, é importante sempre manter o acompanhamento com o pediatra e demais agentes de saúde para verificar se os cuidados com o bebê e a criança estão adequados a cada fase da vida.
Esses profissionais orientam sobre o calendário vacinal e solucionam dúvidas, contribuindo para uma infância saudável e protegida.
Fontes:
[…] desses procedimentos, a criança também deve receber, logo depois do nascimento, vacinas essenciais para protegê-la de determinadas […]
[…] manter a vacinação infantil em dia; […]
[…] de infecções gastrointestinais era o rotavírus. No entanto, com o avanço das campanhas de vacinação infantil contra esse agente, o norovírus assumiu um papel de destaque nos últimos anos, tornando-se o […]