Saiba o que causa a blefarite, sintomas e formas de prevenção

Embora não comprometa gravemente a visão, a blefarite pode ser bastante incômoda e prejudicar a qualidade de vida, exigindo atenção para diagnóstico e tratamento adequados.

Comum especialmente em pessoas acima dos 50 anos, de acordo com estudo publicado na Revista Brasileira de Oftalmologia, a inflamação se dá nas bordas das pálpebras, podendo afetar a área onde nascem os fios ou as glândulas responsáveis pela lubrificação ocular.

Origens da blefarite são multifatoriais

Não existe uma causa única para a condição. Assim, os fatores que normalmente a desencadeiam são:

• infecções bacterianas (como as provocadas pela Staphylococcus epidermidis);
• enfermidades cutâneas (rosácea e dermatite seborreica, por exemplo);
• disfunção das glândulas meibomianas (o que dificulta a produção de gordura na lágrima, favorecendo a evaporação precoce e a irritação);
• presença de ácaros (Demodex) ou fungos (Pityrosporum ovale).

Aspectos ambientais, má higiene e uso excessivo de maquiagem ou extensões de cílios também podem piorar o quadro.

Principais sintomas da blefarite

Os sinais mais frequentes incluem:

• vermelhidão e inchaço;
• lacrimejamento excessivo;
• crostas ou casquinhas na região, sobretudo ao acordar;
• olhos secos ou sensíveis à luz;
• sensação de areia ou ardência.

Em casos mais avançados, pode haver queda dos fios (madarose) ou alterações em sua direção (triquíase) e até inflamações mais profundas da córnea.

Como é feito o diagnóstico

Geralmente, ele é apenas clínico, ou seja, realizado a partir da avaliação do oftalmologista, que observa as manifestações físicas.

No entanto, quando os sintomas já estão mais críticos, pode ser preciso colher amostras das secreções da pálpebra para uma análise laboratorial (cultura e antibiograma), a fim de identificar os microrganismos envolvidos e a melhor abordagem.

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Tratamentos disponíveis

Apesar de muitas vezes ser desafiador curar a blefarite, que exige cuidados contínuos, entre as opções mais indicadas estão:

Higienização correta das pálpebras

Uma limpeza diária dos olhos e da pele que os reveste é a base do tratamento. As soluções específicas devem ser recomendadas pelo profissional, junto à aplicação de compressas mornas para soltar as crostas e facilitar a drenagem das glândulas.

Uso de remédios

Fármacos como eritromicina, azitromicina ou bacitracina, além de corticosteroides, em forma de pomadas, colírios ou via oral também podem ser necessários. Mas sempre com prescrição, pois a automedicação ou utilização de produtos indevidos pode gerar complicações.

Existem ainda sistemas inovadores que liberam essas substâncias, como hidrogéis ou lentes de contato medicamentosas.

Controle de causas associadas

Se a inflamação estiver ligada a outras condições, como dermatite seborreica ou rosácea, é fundamental que se tenha intervenções adequadas paralelamente.

Como prevenir a blefarite

Nem sempre dá para evitá-la, porém, algumas práticas ajudam a reduzir o risco de desenvolver ou agravar o quadro. Entre elas:

• lavar corretamente o rosto, incluindo os olhos e pálpebras (mesmo sem sintomas);
• remover completamente a maquiagem, sobretudo antes de dormir;
• não usar lentes por períodos longos;
• reduzir a exposição a ambientes poluídos ou com muito pó;
• consultar o oftalmologista periodicamente, principalmente em casos de desconfortos persistentes.

Além disso, pessoas com histórico de enfermidades na pele ou ressecamento ocular devem ser ainda mais rigorosas com a higiene e o acompanhamento médico. Seguir os cuidados diários e as instruções de especialistas é a melhor forma de proteger a saúde visual.

Fontes:

• Revista Brasileira de Oftalmologia;
• Universidade Federal de Santa Catarina.