Dermatite seborreica não é sujeira: saiba como controlar

Caracterizada pela descamação da pele e vermelhidão no rosto, a condição atinge as sobrancelhas, o canto do nariz e as orelhas. Quando ocorre no couro cabeludo, dá origem à conhecida caspa de cabelo.
Estima-se que 40% das pessoas com mais de 30 anos podem desenvolver dermatite seborreica em algum momento da vida, de acordo com artigo publicado na Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação. Embora seja vista com certa ressalva, não é contagiosa e nem se manifesta por falta de higiene.
O que desencadeia a caspa
A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) esclarece que ela ocorre devido a uma inflamação cutânea, sem causa aparente, podendo ter origem genética.
Mas alguns gatilhos e agentes externos podem fazer com que o processo de descamação da pele se inicie. Entre eles, estão:
- estresse emocional;
- baixas temperaturas;
- consumo de bebidas alcoólicas;
- excesso de oleosidade no corpo (especialmente na região onde há lesões);
- reações alérgicas;
- presença do fungo Pityrosporum ovale.
Ingerir alimentos gordurosos, fumar e tomar banhos quentes também podem agravar as manifestações da dermatite seborreica.
Sintomas comuns além da descamação
Ainda segundo o artigo da Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, os sinais podem afetar qualquer região, variando de pessoa para pessoa, mas são mais frequentes na face, na cabeça e no tórax, incluindo:
- oleosidade na pele e no couro cabeludo (caspa);
- formação de escamas amareladas e que ardem;
- coceira (que piora caso o indivíduo tenha o hábito de cutucar);
- leve vermelhidão na área lesionada;
- possível queda de cabelo.
Para concluir o diagnóstico, um dermatologista deve realizar a avaliação clínica do quadro. Em alguns casos, procedimentos complementares podem ser necessários, como biópsia, teste de contato e micológico.
O Cartão dr.consulta facilita o acesso a diferentes especialistas, além de permitir a realização de exames com valores mais vantajosos, que auxiliam no processo de rastreio de condições dermatológicas.
Dermatite seborreica em bebês
A enfermidade pode ocorrer em todas as fases da vida de uma pessoa. Nos recém-nascidos, o quadro é chamado de crosta láctea, sendo marcado pela formação de cascas grossas e amareladas ou marrons no couro cabeludo. Além da cabeça, as escamas também se formam nas pálpebras, nas orelhas, na virilha e ao redor do nariz.
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) explica que, nesses casos, a condição é temporária. Porém, se ela se estender por muito tempo e não mostrar sinais de melhora, é válido buscar orientação com o pediatra ou dermatologista.
Também é fundamental consultar o(a) médico(a) antes de usar qualquer produto no bebê para aliviar os sintomas.

Tratamentos disponíveis
Com períodos de melhora e piora, a dermatite seborreica não representa riscos graves à saúde e pode ser controlada com o uso de shampoos com ácido salicílico, zinco, enxofre, alcatrão, selênio e antifúngicos, especialmente em momentos de crise. Para alguns pacientes, pode ser necessário ainda o uso de medicamentos, como corticoides.
Além disso, a SBD também recomenda algumas práticas que contribuem com a redução dos sintomas, como:
- evitar tomar banhos com a água muito quente;
- enxugar-se bem antes de se vestir;
- remover o shampoo e o condicionador corretamente ao lavar a cabeça;
- não usar roupas que retenham o suor;
- adotar medidas de controle do estresse e da ansiedade;
- evitar usar bonés e chapéus.
Com esses cuidados diários, produtos adequados e acompanhamento dermatológico, o paciente pode conviver com esse tipo de dermatite sem prejudicar a qualidade de vida.
Fontes: