Uso incorreto do colírio pode afetar a saúde ocular

Esses produtos são essenciais no tratamento de diversas condições oftalmológicas e geralmente são classificados como lubrificantes ou medicamentosos.
Os primeiros ajudam a amenizar o ressecamento, enquanto os segundos contêm substâncias ativas que agem contra inflamações, infecções, alergias e patologias mais complexas, como o glaucoma.
Também são utilizados em procedimentos diagnósticos, como a dilatação da pupila para exames de fundo de olho.
Apesar da aparente simplicidade, o uso incorreto do colírio pode acarretar reações adversas, já que cada formulação tem suas indicações próprias, determinadas por um médico.
Riscos do uso sem prescrição
A automedicação, especialmente por quem busca alívio rápido para coceiras, irritações ou ardência ocular, tende a ser uma prática comum, muitas vezes motivada por experiências anteriores ou recomendações informais.
No entanto, esse hábito pode mascarar questões mais graves e comprometer a visão. Por exemplo, as conjuntivites bacterianas exigem intervenções muito específicas. Um remédio inadequado tende a dificultar o diagnóstico e a resposta posterior às abordagens certas.
Outro ponto de atenção é que mesmo os que são vendidos sem receita podem conter vasoconstritores, responsáveis por reduzir a vermelhidão temporariamente, mas que podem piorar o quadro a longo prazo.
Em diversos países, a aplicação de tropicamida (substância presente nesses produtos que relaxa os músculos da região) também tem sido relatada como indevida e abusiva, já que ela produz efeitos psicoativos semelhantes aos de drogas estimulantes, aponta estudo publicado na revista Brazilian Journal of Psychiatry.
Seu consumo excessivo pode causar alucinações, alterações cognitivas, convulsões e até insuficiência hepática.
De forma geral, a utilização crônica e prolongada de todos os fármacos dessa categoria pode provocar um efeito rebote, tornando os sintomas ainda mais intensos, além de levar à dependência psicológica, com o indivíduo recorrendo a ele de forma contínua mesmo sem a necessidade clínica.

Consequências da automedicação
Atualmente, a facilidade no acesso a qualquer tipo de medicamento vem contribuindo para o aumento dos casos de intoxicação medicamentosa, destaca estudo publicado na Revista Referências em Saúde.
Dentro do contexto oftalmológico, isso gera desde alterações nos sinais vitais a comprometimentos neurológicos e visuais, incluindo dilatação anormal da pupila e ressecamento exagerado das mucosas oculares.
Adicionalmente, as reações podem ser agravadas pela associação com outras substâncias, como álcool e remédios sistêmicos, elevando os riscos para o organismo.
Crianças e idosos estão entre os grupos mais vulneráveis. Nos pequenos, a toxicidade pode ocorrer com doses menores, devido ao volume corporal. Já pessoas com idade avançada, frequentemente usuários de múltiplas medicações, podem apresentar interações indesejadas que prejudicam sua segurança física.
É importante ressaltar ainda que o uso incorreto do colírio com corticoide, por exemplo, pode desencadear ou piorar quadros como o glaucoma e a catarata.
Por isso, o acompanhamento médico é crucial para garantir prescrições apropriadas e um tratamento oftalmológico seguro e eficaz, sem danos à visão.
O Cartão dr.consulta é um aliado nesse cuidado, oferecendo atendimentos com especialistas e exames com valores vantajosos. Pacientes também são inseridos em programas de saúde para suporte multidisciplinar e consultas de enfermagem on-line e gratuitas.

Cuidados com a saúde dos olhos
Algumas atitudes simples auxiliam no bem-estar ocular, diminuindo as chances de manifestações físicas e condições comuns:
- evitar coçar ou esfregar os olhos;
- higienizar adequadamente a região (sobretudo indivíduos com blefarite, uma inflamação na borda das pálpebras);
- lavar as mãos antes de aplicar qualquer medicamento;
- não compartilhar colírios com outras pessoas;
- observar a data de validade e o modo de conservação dos frascos;
- utilizar proteção ao estar em contato com luz solar ou produtos químicos;
- ficar em ambientes bem iluminados para atividades que exigem foco visual, como ler ou mexer em dispositivos eletrônicos;
- manter uma alimentação equilibrada, rica em vitaminas A, C e E;
- realizar visitas periódicas a profissionais da área;
- fazer pausas durante a exposição prolongada a telas eletrônicas.
Casos de desconfortos persistentes ou alterações na visão devem contar com ajuda especializada, sem um uso incorreto do colírio. Assim, é possível identificar e tratar as causas, preservando a saúde como um todo.
Fontes: