Existe andropausa? Saiba como ela afeta a saúde masculina

O termo é popularmente usado para descrever alterações que ocorrem na saúde do homem a partir da meia-idade.
Diferentemente da menopausa, a andropausa não representa o fim da fertilidade. Porém, também envolve uma queda hormonal gradual.
Compreender as causas, reconhecer os indícios e entender em que consiste esse processo ajuda a identificar precocemente alterações e buscar acompanhamento médico adequado.
O que é a andropausa
Na medicina, ela é chamada de Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DAEM) e se caracteriza pela redução na produção da testosterona – hormônio fundamental para o bem-estar físico, sexual e emocional. Por isso, em alguns casos, pode trazer impacto significativo na qualidade de vida.
Estima-se que, aos 40 anos, cerca de 10% dos homens apresentem sinais clínicos e, após os 70 anos, o número pode chegar a 50%, de acordo com obra científica publicada pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
Apesar de considerada parte natural do envelhecimento, alguns fatores podem contribuir para o quadro e até agravar os sintomas, como obesidade, sedentarismo, uso de certos medicamentos e patologias crônicas (diabetes tipo 2, hipertensão e enfermidades cardiovasculares, por exemplo).
Sintomas mais comuns
As manifestações podem variar em cada indivíduo, pois estão associadas à sensibilidade do organismo, podendo ser divididas em:
- sexuais: redução da libido (desejo sexual), disfunção erétil, diminuição das ereções noturnas e matinais;
- físicos: perda de massa muscular, fadiga, acúmulo de gordura, osteoporose (enfraquecimento dos ossos), ginecomastia (aumento das mamas);
- psicológicos: irritabilidade, depressão, perda de memória, dificuldade de concentração;
- outros: anemia, queda da densidade mineral óssea e sinais semelhantes a ondas de calor (fogachos).
Dependendo da intensidade, as alterações podem prejudicar a saúde emocional, os relacionamentos, a autoestima e até o desempenho no trabalho.
Além disso, os baixos níveis do hormônio também podem favorecer o desenvolvimento da síndrome metabólica, aumentando os riscos de obesidade, diabetes e condições cardiovasculares, conforme revisão publicada no Brazilian Journal of Health Review.

Formas de diagnosticar a andropausa
Como muitos dos indícios também são comuns em outras enfermidades, não é tão simples confirmar a andropausa. Por isso, é essencial combinar a avaliação clínica com testes laboratoriais.
De acordo com informações do livro da UERJ, com base em orientações da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a junção de queixas persistentes e a taxa de testosterona total abaixo de 300 ng/dl caracterizam a deficiência hormonal (hipogonádicos).
Valores entre 300 e 400 ng/dl exigem investigação mais detalhada, incluindo a análise da chamada testosterona livre.
Questionários de perguntas simples, como o ADAM (Androgen Deficiency in Aging Male), também são usados em consultório para identificar sintomas físicos, psicológicos e sexuais, conforme revisão publicada no Brazilian Journal of Health Review.
O Cartão dr.consulta facilita o acesso a diferentes especialistas, exames, check-up hormonal e tratamentos voltados à saúde masculina.
Pacientes também são incluídos em programas de saúde com consultas de enfermagem (on-line e gratuitas) para o contato contínuo com profissionais capacitados.

Tratamentos disponíveis
O principal objetivo do manejo terapêutico é restaurar a qualidade de vida do homem. Muitas vezes, mudanças no estilo de vida já podem ser eficazes.
Estudos mostram que a prática regular de exercícios físicos, especialmente o treinamento funcional, ajuda a reduzir manifestações como fadiga, dores articulares e desânimo, além de preservar a força muscular, conforme artigo publicado na Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde.
Já em pacientes com sintomas evidentes e exames confirmando a queda hormonal, é frequente a indicação do uso de Terapia de Reposição de Testosterona (TRT), podendo ser feita por:
- via oral, com cápsulas específicas;
- injeções intramusculares, aplicadas periodicamente;
- géis ou soluções transdérmicas, que simulam a produção natural.
Segundo revisão publicada no Brazilian Journal of Health Review, a terapia hormonal pode melhorar a libido, a disfunção erétil, a massa muscular, a densidade óssea e até diminuir a chance de síndrome metabólica.
O periódico também ressalta que, se adequada e monitorada por especialistas, não aumenta o risco de câncer de próstata.
No entanto, existem contraindicações absolutas, como em casos já ativos desse tipo de tumor ou de prolactinoma. Histórico de apneia do sono também pode ser um impedimento.
Assim, qualquer abordagem deve ser sempre supervisionada por especialistas em urologia ou endocrinologia.
Por fim, é importante salientar que o diagnóstico precoce e o acompanhamento médico, bem como a adoção de bons hábitos, são medidas cruciais, pois, mesmo fazendo parte do processo de envelhecimento, a andropausa pode impactar profundamente o bem-estar.
Cuidar da saúde geral e hormonal é uma forma de prevenir patologias associadas e garantir a longevidade saudável.
Fontes: