Um dos principais desafios das entidades de saúde é que a população do mundo todo consiga comer bem. Isso não significa que os esforços devem ser focados apenas na quantidade, mas principalmente na qualidade dos alimentos.
Como destaca a Organização Pan-Americana da Saúde, observa-se, atualmente, um elevado consumo de ultraprocessados, itens ricos em calorias, gorduras, açúcares livres e sal (sódio) – o que é extremamente prejudicial à saúde.
Diante desse cenário, as mudanças desejadas para alcançar a qualidade de vida para a população passam pela compreensão dos reais benefícios da alimentação saudável para o bom funcionamento do corpo e orientações de introdução desse hábito no dia a dia.
Como a alimentação saudável contribui para a saúde
Confira de que maneira uma dieta balanceada pode favorecer a qualidade de vida:
1. Previne de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT)
De acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado em 2022, cerca de 75% das mortes no Brasil aconteceram por DCNTs – sigla que engloba condições graves como hipertensão, câncer, diabetes, obesidade, entre outras. Manter uma alimentação saudável ajuda na prevenção dessas enfermidades.
2. Garante nutrição adequada
Segundo a OMS, uma alimentação diversificada, equilibrada e saudável evita a desnutrição e oferece energia para o funcionamento adequado do organismo.
É de grande relevância manter refeições constantes, respeitando os horários e priorizando itens considerados benéficos.
Receber o apoio de nutricionistas e demais profissionais de saúde é importante para saber como criar uma rotina benéfica para cada modo de vida e necessidades.
Para isso, o Cartão dr.consulta pode ser uma excelente ferramenta de acesso, e garantir ainda vantagens em exames que auxiliam na construção de um plano alimentar adequado.
Somado a isso, é possível ingressar no programa Viva Bem que oferece suporte e orientações sobre controle de condições como a hipertensão, diabetes e colesterol alto (dislipidemia).
3. Melhora a saúde mental e a função cerebral
Segundo a Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (Anad), uma dieta rica em açúcares e de ultraprocessados pode aumentar os sintomas de depressão.
Já uma dieta equilibrada pode auxiliar na prevenção e controle do transtorno. Uma cartilha elaborada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro revela também que uma boa alimentação ajuda preservar a cognição e prevenir de condições neurodegenerativas.
Vale lembrar, porém, que consultas com psicólogos e psiquiatras são essenciais para o tratamento correto para cada caso.
4. Contribui para o envelhecimento saudável
O desenvolvimento das DCNTs está relacionado, em grande parte, ao avançar da idade, segundo a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
Nesse sentido, a prevenção dessas condições é essencial para assegurar o envelhecimento com qualidade. E, como visto, a alimentação tem papel essencial nesse processo.
5. Melhora a qualidade do sono
Um plano alimentar bem estruturado regula os níveis de melatonina e serotonina, hormônios que favorecem o descanso, segundo uma publicação na Revista Foco.
Além disso, saber escolher os horários certos para comer influencia diretamente na distribuição calórica das refeições e na qualidade do sono noturno.
Jantar muito tarde, por exemplo, favorece o diabetes e a obesidade, uma vez que o metabolismo é mais lento durante a noite, aponta o Jornal da USP. A publicação também ressalta que o sono irregular acarreta o desenvolvimento da hipertensão.
Como se alimentar melhor
Um dos principais documentos usados no país sobre o assunto é o Guia Alimentar da População Brasileira.
Elaborado pelo Ministério da Saúde, o manual destaca, entre outros aspectos, que a alimentação saudável vai além da ingestão de nutrientes. Para alcançá-la, é necessário pensar nas interações e no preparo de cada alimento.
Nesse sentido, o Guia recomenda priorizar alimentos in natura ou minimamente processados como a base da dieta. Isso inclui:
- frutas;
- verduras;
- arroz;
- feijão;
- lentilha;
- milho;
- grão-de-bico;
- farinhas;
- carnes magras (frango e peixe);
- castanhas;
- amendoim;
- ovos;
- leite e demais itens.
Ao usar óleos vegetais, gorduras, sal e açúcar para preparar as refeições, optar por pequenas quantidades. A OMS recomenda o consumo de até 5g de sal por dia (5 colheres rasas de café, considerando o sal presente em preparos e alimentos prontos); de 50g de açúcar (cerca de 10 colheres de chá); e até 30% da ingestão calórica diária procedente de gorduras.
Nutrientes como a vitaminas E, ômega-3 e flavonoides (pigmento natural amarelado) têm ação antioxidante e contribuem para a manutenção do bom funcionamento do corpo como um todo (especialmente o cérebro). Somado a eles, as vitaminas C e D fortalecem o sistema imunológico e protegem o organismo.
Para bebês, a amamentação é fundamental e deve ser a única fonte alimentar durante os seis primeiros meses de vida, indica o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef, na sigla em inglês). Após o período, itens sólidos podem ser introduzidos – mas o aleitamento não deve ser desincentivado até os 2 anos.
É válido salientar que a escolha alimentar consciente e orientada ser combinada também com a prática regular de atividades físicas, eliminação de hábitos nocivos (tabagismo e consumo em excesso de bebidas alcoólicas) e acompanhamento médico periódico para identificar possíveis alterações no funcionamento do corpo.
Fontes:
- Alimentação saudável | Organização Pan-Americana da Saúde (Opas);
- Associação Nacional de Atenção ao Diabetes;
- Guia Alimentar para a População Brasileira;
- Jornal da USP – Jantar em horário tardio atrasa processo metabólico e pode gerar problemas à saúde;
- Jornal da USP – Sono irregular pode aumentar riscos de hipertensão arterial;
- Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul;
- Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis; (DCNT) no Brasil do Ministério da Saúde;
- Universidade Federal do Rio de Janeiro.