O que é bichectomia: aprenda sobre a cirurgia na bochecha
A bichectomia é uma das muitas intervenções estéticas que se tornou mundialmente conhecida por influência de celebridades que já realizaram o procedimento.
Uma das indicações da cirurgia é a correção funcional, ou seja, a correção das funções naturais do rosto. Indivíduos com maior concentração de tecido adiposo (gordura), por exemplo, podem morder as bochechas repetidamente, causando lesões que não cicatrizam no tempo correto.
Atualmente, porém, ela tem sido muito procurada por pessoas que não possuem recomendação para essa correção. Esse movimento de banalização tem levantado temores entre os médicos, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
Especialistas indicam que esse é um procedimento mais complexo do que parece, sendo que a realização deve partir da necessidade de atender aspectos estéticos que interferem na autoestima e na qualidade de vida dos pacientes, desde que não cause danos nas funções naturais do rosto ou desarmonia.
Acompanhe o conteúdo e entenda como funciona a bichectomia, quais são os profissionais habilitados para fazê-la, além dos principais cuidados no pré e no pós-operatório.
O que é bichectomia?
A bichectomia, também conhecida como cirurgia na bochecha, é um procedimento cuja função é a redução do tamanho das bochechas. O resultado obtido é popularmente conhecido como “afinar o rosto”.
Na prática, o que a bichectomia faz é ajustar o formato facial por meio da diminuição da projeção das bochechas com a retirada das bolas de Bichat (essas estruturas são bolas de gordura que ficam na região interna da bochecha e que todos nós temos).
Seu tamanho normalmente varia conforme a idade e a tendência é que, com o tempo, vá diminuindo.
Você já deve ter reparado que os bebês aparentam ser mais bochechudos. Isso ocorre porque as crianças têm mais tecido gorduroso nas bolas de Bichat do que os adultos.
Na infância, essas estruturas ajudam o movimento de sucção, ou seja, elas ajudam o bebê no ato de mamar.
Depois das primeiras fases da vida, essa função específica não é mais utilizada. A partir daí elas passam apenas a dar um formato mais arredondado ao rosto, sendo isso exatamente o que a cirurgia busca alterar.
A operação não deixa cicatrizes e seus resultados são aparentes a partir do primeiro mês pós-cirúrgico. No entanto, a remodelação total aparece somente após 3 a 6 meses.
É permanente?
Sim, a bichectomia é permanente. Ou seja, é irreversível já que as bolas de Bichat removidas não ganham gordura naturalmente.
É importante que quem vá realizá-la esteja consciente desse fato, para entender se é isso que realmente deseja. Por isso, procurar orientação com um profissional especializado é fundamental.
Compartilhe sua decisão e ouça o que ele tem a dizer sobre todos os riscos e como se dá o procedimento antes de realizá-lo.
Quem pode fazer?
A cirurgia na bochecha tornou-se popular como cirurgia estética graças a influenciadores e celebridades que a fizeram para afinar o rosto.
Isso fez com que muitas pessoas procurassem a bichectomia sem o real conhecimento das suas implicações. Em razão disso, a preocupação de profissionais quanto à banalização surgiu.
Mas, afinal, para quem é indicado a bichectomia? Esse procedimento vai muito além da estética e tem casos específicos de indicação. São eles:
- pessoas com o formato do rosto excessivamente redondo ou com pouca definição da mandíbula devido ao excesso de gordura na bochecha. Isso faz com que elas não gostem da sua aparência, afetando sua autoestima.
- pacientes com excesso de bolsas gordurosas no rosto que acabam mordendo a boca involuntariamente na parte interna das bochechas. Esses pacientes geralmente sofrem com aftas constantes, machucados e sangramentos.
Um ponto a destacar: para realização da bichectomia o paciente deve ter mais de 18 anos, pois assim já terá seu desenvolvimento facial completo.
Além disso, como toda intervenção cirúrgica, é necessário atentar-se às contraindicações para a realização.
Os pacientes que normalmente não podem realizá-la, são:
- os que realizam tratamentos com radioterapia ou quimioterapia;
- que apresentam dificuldade de coagulação sanguínea;
- portadores de infecções locais ou sistêmicas;
- pessoas com trismo (limitação da abertura bucal);
- pessoas com transtorno dismórfico corporal (TDC);
- pessoas que apresentam qualquer condição que não as deixem saudáveis para o procedimento.
Mesmo para quem tem indicação para a cirurgia, o profissional solicitará exames pré-operatórios como, por exemplo:
- hemograma;
- coagulograma;
- glicemia;
- exames cardiológicos.
Eles são importantes para definir as condições gerais de saúde do paciente e, assim, considerá-lo apto.
Quais profissionais procurar?
A bichectomia é feita por cirurgiões plásticos credenciados na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Esse é o profissional mais capacitado para a realização do procedimento.
Porém, dermatologistas e cirurgiões-dentistas com especialização em cirurgias buco-maxilo-facial também estão aptos.
Assim como em outras intervenções cirúrgicas, a bichectomia apresenta riscos, principalmente se realizada por pessoas não qualificadas. Os principais riscos são:
- lesões no nervo facial;
- ruptura do ducto salivar;
- hemorragia causada pelo rompimento das artérias maxilar e facial;
- aparência envelhecida;
- risco de infecção.
Imprecisões no pré-operatório e durante a operação podem acabar até comprometendo funções essenciais da boca.
Por isso, antes de mais nada, escolha um especialista qualificado para evitar sequelas que possam afetar sua qualidade de vida.
Como é a cirurgia?
A cirurgia é relativamente simples e dura, em média, 1 hora. Pode ser realizada em consultório ou, em casos especiais, em hospitais (para pacientes com necessidades de uma segurança maior, como hipertensos e diabéticos).
Quando realizada em hospitais e sem complicações posteriores, o paciente costuma ter alta no mesmo dia.
A operação começa pela anestesia local que pode ser acompanhada de sedação. Em seguida, um pequeno corte é feito no interior da boca, na altura das bochechas, em ambos os lados, para a retirada das bolas de Bichat.
O volume de gordura que é retirado varia de acordo com a necessidade de cada pessoa e é indicado pelo profissional. Por último, são dados pontos absorvíveis, ou seja, sem necessidade de retirada posterior.
Como se preparar?
Antes da realização da cirurgia o paciente deve, normalmente:
- realizar uma boa higiene bucal;
- estar em jejum completo de 8 horas, inclusive de água;
- usar antissépticos;
- evitar fumar ou ingerir bebidas alcoólicas;
- evitar o uso de certos medicamentos que contenham ácido acetil salicílico por 14 dias antes da cirurgia;
- fazer refeições leves na véspera da cirurgia.
Cuidados no pós-operatório
O restabelecimento é rápido e tranquilo, com o paciente podendo realizar atividades leves após a primeira semana do pós-operatório. A recuperação total, entretanto, pode variar de caso para caso.
Para evitar sangramentos e infecções, recomenda-se:
- repouso de 7 dias;
- dormir com a cabeça elevada;
- evitar prática de atividades físicas pesadas durante, pelo menos, 30 dias;
- fazer higienização bucal para evitar bactérias que comprometam a recuperação;
- uso de antibióticos conforme orientação médica;
- compressas frias no rosto para diminuir o possível inchaço;
- ingestão de alimentos frios;
- evitar alimentos cítricos ou apimentadas;
- evitar falar muito na primeira semana.
Ainda em dúvida sobre esse procedimento cirúrgico? Pretende fazer uma bichectomia? Faça uma avaliação com um dos nossos profissionais especializados, como um cirurgião plástico, por exemplo.
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Fontes:
Gostaria de uma avaliação sobre minhas bochechas
Gostaria de uma avaliação sobre minhas bochechas e valor da cirurgia