Socorro, meu cabelo está caindo: o que causa a calvície?
A calvície pode atingir homens e mulheres, porém, é mais comum no sexo masculino, já que a condição está diretamente ligada à produção de testosterona, hormônio presente em maior quantidade nos homens.
Em relação à idade, segundo a revista Exame em conjunto com o dermatologista Dr. Mário Grinblat, estima-se que 12% dos homens ficarão calvos até os 25 anos e 37% até os 35 anos.
Por isso, é importante ficar atento, pois, além de causar um incômodo estético, em alguns casos, a calvície também pode representar outras doenças que merecem atenção.
Quer entender melhor o que é e quais as causas dessa condição? Então acompanhe o conteúdo e descubra tudo.
Por que meu cabelo está caindo?
As causas da calvície variam, mas os dois principais motivos para a queda permanente dos fios são fatores genéticos (hereditários) e hormonais.
Quando as causas estão relacionadas a fatores genéticos e hormonais, o DHT (Dihidrotestosterona) é o principal hormônio associado.
Essa substância modifica os folículos, promovendo a miniaturização dos fios, ou seja, fazendo com que fiquem cada vez mais finos, curtos e menos pigmentados, levando à perda definitiva.
No entanto, é importante deixar claro que não é a presença do hormônio DHT em si que causa a perda de cabelo, mas sim a maior quantidade de receptores desse hormônio nos folículos, condição bastante comum em casos de alopecia hereditária ou hormonal.
Mas é claro que, além das duas principais causas da calvície, também existem outros fatores que colaboram para a perda capilar, são eles:
- excesso de oleosidade,
- aplicação exagerada de produtos químicos,
- suplementação e reposição hormonal,
- sífilis,
- menstruação irregular,
- distúrbios da tireoide,
- má alimentação,
- carência de vitaminas,
- uso de certos medicamentos e
- problemas emocionais como estresse e ansiedade.
Existe mais de um tipo de calvície?
A perda de cabelo é classificada por diferentes tipos, que variam conforme a causa, região da cabeça e corpo afetados com perda de fios e proporção da doença. Conheça a seguir os principais tipos de alopecia:
1- Alopecia androgenética
Como o próprio nome já demonstra, esse tipo de alopecia decorre de fatores genéticos hereditários.
Este tipo tem relação direta com a produção de testosterona de cada indivíduo e é algo geneticamente determinado.
Como características principais, esse tipo de calvície provoca a queda lenta dos fios, tanto na região das entradas quanto no topo da cabeça.
2- Alopecia areata
Esse tipo é causado por fatores autoimunes ou emocionais, sendo interpretado como um sintoma de outro problema de cunho psicológico.
Nela, há uma intensa queda de cabelo em círculos no couro cabeludo, barba, braços e pernas.
Mesmo que a sua natureza seja transitória, ou seja, os fios voltam a crescer quando o problema principal é resolvido, se não tratada, pode levar à perda total do cabelo.
3- Alopecia difusa ou eflúvio telógeno
A calvície do tipo difusa acontece quando há uma falha no ciclo de vida dos pelos, o que os deixa mais finos e reduz seu ritmo de crescimento.
Pode ser causada pelo desequilíbrio da tireoide, acontecer no parto ou em cirurgias, estresse, doenças crônicas e febris, uso de medicamentos e má alimentação.
Nesse tipo de alopecia, os fios enfraquecem e vão se desprendendo do couro cabeludo de forma aguda ou contínua. Não chega a produzir perda capilar total, mas o cabelo adquire um aspecto fraco, com uma escassez muito grande dos fios.
4- Alopecia cicatricial
Considerada rara, esse tipo de alopecia tem como características inflamações que causam danos permanentes aos folículos capilares, impossibilitando o crescimento de novos fios.
Ela aparece mais frequentemente em casos de cirurgias, queimaduras e radioterapias, porém, também pode ser provocada por doenças autoimunes.
As pessoas com alopecia cicatricial, além da perda de cabelo, podem apresentar lesões vermelhas ou brancas no couro cabeludo, inchaço e coceiras.
5- Alopecia traumática
Esse tipo de calvície trata-se da queda de cabelo devido a lesões. Esses traumas podem ser causados por traumatismos na cabeça, procedimentos químicos, penteados muito presos, queimaduras, acidentes ou, até mesmo, pelo hábito de arrancar os fios.
6- Alopecia total e alopecia universal
Quando há a queda total do cabelo, mas restrito ao couro cabeludo, trata-se de uma alopecia total.
Esse tipo tem relação com doenças autoimunes, influência genética e estresse.
Já na alopecia universal, a queda dos fios e pelos ocorre em todas as regiões do corpo, incluindo sobrancelhas e cílios, e não está restrita apenas ao cabelo.
7- Alopecia seborréica
Este tipo de calvície é causada pela dermatite seborréica, uma inflamação que atinge o couro cabeludo, provocando também o aumento da oleosidade, descamação (a famosa caspa), coceira e vermelhidão.
Quando ela é considerada natural?
É importante saber diferenciar um quadro de calvície, da queda natural dos fios. Isso porque, segundo a Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde, o ciclo de vida de cada fio de cabelo é marcado por 3 fases: crescimento, repouso e queda, o que faz com que a duração média de um fio de cabelo seja de um ano e meio a dois.
Ou seja, depois de um curto período de repouso, em que para de crescer, o fio cai e, no seu lugar, um novo fio entra na fase de crescimento. Por isso, é normal que uma pessoa perca de 50 a 100 fios de cabelo todos os dias, sem risco de desenvolver alopecia.
Em geral, em casos de calvície os sintomas começam a aparecer entre os 17 e 23 anos. Os cabelos não caem de uma vez, no entanto, a queda é contínua e persistente.
No início, aparecem as famosas entradas, ou seja, falhas expressivas perto da testa. Depois, o topo da cabeça é afetado, sobrando apenas alguns fios que se concentram na faixa lateral e traseira da cabeça.
Agora, quando os sinais começam a aparecer mais tarde, a queda geralmente é mais lenta e o quadro como um todo costuma responder melhor ao tratamento.
No entanto, de forma geral, depois dos 50 anos, quase todos os homens de uma família geneticamente predisposta apresentam, em grau menor ou maior, sinais de calvície.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, para quem tem histórico de alopecia na família, é preciso buscar ajuda já no final da puberdade, para que o tratamento se inicie e o processo de perda capilar seja desacelerado.
Para casos em que a hereditariedade não se aplica, homens e mulheres devem buscar ajuda médica quando:
- Há um aumento do padrão de queda e o afinamento do cabelo;
- Os cabelos estão caindo mais depressa e em maior quantidade;
- O couro cabeludo está vermelho, coça muito ou arde;
- A produção de oleosidade está muito acima do normal;
- Há sinais de caspa nas roupas e nos fios.
Na consulta médica, o dermatologista fará algumas perguntas sobre o seu histórico familiar, de saúde e poderá realizar exames de dermatoscopia ou tricoscopia, além de outros complementares como hemograma, dosagens de ferro, ferritina, hormônio da tireoide e vitaminas em busca de alterações que justifiquem a queda de cabelo.
Calvície feminina e masculina são iguais?
Existem algumas diferenças entre a calvície feminina e a masculina. A primeira é em relação à evolução.
Nos homens, a alopécia evolui de forma rápida e acentuada, resultando na perda total dos cabelos e outras regiões, como a barba.
Já nas mulheres, além dos casos serem menos comuns, a perda capilar é difusa, ou seja, o cabelo se torna menos denso e volumoso, mas não chega a um quadro de perda total dos fios.
Outra diferença são os sintomas. Para as mulheres, diferente do que acontece com os homens, os cabelos da parte da frente da cabeça permanecem, porém, os fios ficam finos e rarefeitos. A parte mais afetada é o topo da cabeça, que pode chegar a ficar visível em casos avançados da doença.
Além disso, geralmente é mais difícil identificar a causa do problema nas mulheres. Ainda não há estudos que comprovem a influência da genética no aparecimento da calvície feminina.
No entanto, sabe-se que doenças relacionadas ao excesso de hormônios masculinos, como a testosterona, ovário policístico e irregularidades na menstruação podem ter influência no aparecimento da doença.
Como lidar com a calvície?
Com exceção dos casos em que a queda de cabelos acontece de forma hereditária, a calvície pode ser evitada, ou retardada, se forem afastados os fatores de risco e adotado o tratamento correto.
Porém, há casos em que apenas o implante capilar pode resolver. Nesse procedimento, os bulbos capilares existentes atrás e nas laterais da cabeça são implantados nas regiões afetadas e o cabelo volta a crescer normalmente.
Mitos e verdades sobre a calvície
Alguns mitos são bastante comuns quando o assunto é a alopécia. Por exemplo, muitas pessoas acreditam que a caspa causa a calvície. No entanto, isso é um mito já que a caspa é só mais um dos sintomas de alguma doença que está levando a um quadro de perda de cabelo.
Outro erro: a maioria dos homens acredita que o tratamento hormonal para alopecia causa disfunção erétil. Segundo especialistas, esse é um efeito colateral considerado pouco comum.
Por fim, é comum ver pessoas achando que só porque o cabelo está caindo, está ficando calvo. No entanto, muitas vezes, a queda de cabelo pode representar apenas um problema transitório.
Na dúvida, agende uma consulta com um dermatologista aqui no dr.consulta e peça por uma avaliação de um profissional preparado para identificar a calvície. Para agendar é fácil, basta entrar no site ou app, disponível para Android e iOS.