6 causas de catarro nas fezes

Observar os sinais que o corpo dá é essencial para manter o bem-estar em dia. Alterações em circunstâncias corriqueiras, como a presença de catarro nas fezes, precisam de atenção, principalmente quando ocorrem de forma repentina ou associadas a outros sintomas. 

Embora seja uma substância natural do sistema digestivo, é importante entender o que pode estar por trás de sua aparição visível.

O que é o catarro nas fezes

Essa substância gelatinosa, chamada de muco, costuma aparecer como um resíduo transparente ou esbranquiçado na evacuação.

Em pequenas quantidades, tem a função de lubrificar e proteger o intestino, sendo considerado normal. No entanto, quando se torna abundante, amarelado ou com vestígios de sangue, pode indicar inflamações ou irritações na mucosa intestinal, segundo a Revista Brasileira de Análises Clínicas.

Um fluido sanguíneo também pode estar relacionado a condições como hemorroidas ou fissuras anais, exigindo investigação médica de um especialista da área de Gastroenterologia ou de Coloproctologia.

Principais condições que provocam catarro nas fezes

Diferentes enfermidades gastrointestinais podem afetar a quantidade ou a cor dessa substância, sendo as mais comuns:

1. síndrome do intestino irritável (SII);
2. doença de Crohn;
3. proctite;
4. colite ulcerativa;
5. infecções gastrointestinais;
6. câncer colorretal.

1. Síndrome do intestino irritável (SII) 

Caracterizada por alterações no ritmo intestinal e desconforto abdominal, costuma se manifestar por episódios alternados de constipação e diarreia, que podem ou não conter catarro nas fezes. 

É mais prevalente em mulheres, sendo considerada um distúrbio multifatorial, conforme aponta a Sociedade Brasileira para Estudo da Dor. As causas não são completamente determinadas, mas acredita-se ter relação com modificações na interação entre cérebro e intestino. 

A ingestão de certos alimentos e fatores emocionais, como o estresse, tendem a agravar os sintomas. Mudanças na dieta fazem parte do tratamento.

2. Doença de Crohn

Descrita pelo Ministério da Saúde como uma inflamação crônica do trato gastrointestinal que atinge principalmente o intestino delgado e o cólon, embora possa afetar qualquer segmento do tubo digestivo.

Pode causar disenteria persistente, cólicas, sangramentos retais, perda de peso e lesões na região anal e, por isso, favorece a presença de tal manifestação.

Muitas vezes o quadro se intensifica após as refeições e gera até mesmo dores articulares e questões na pele. Não tem cura, mas é controlada com medicamentos.

3. Proctite

Inflamação na mucosa do reto (parte final do intestino grosso), geralmente ocasionada por infecções ou pelas chamadas doenças inflamatórias intestinais, como a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn, segundo o Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais do Reino Unido.

Muco e sangue no material fecal são muito evidentes, junto de vontade frequente de evacuar e dores na região. Pode ser diagnosticada por meio de testes laboratoriais e de endoscopia.

Com o Cartão dr.consulta, é possível ter acesso facilitado a consultas, exames e tratamentos com preços mais acessíveis. A adesão oferece diversas vantagens para um monitoramento detalhado e cuidados com o bem-estar.

4. Colite ulcerativa

Condição crônica que pode se manifestar em qualquer faixa etária, porém, é mais comum em pessoas de 15 a 30 anos.

Ocorre quando o sistema imunológico ataca o revestimento interno do intestino grosso, provocando ulcerações e inflamação contínua. 

Entre os sinais mais comuns estão diarreia com sangue, cólicas e catarro nas fezes. Suas origens não são totalmente conhecidas, mas fatores genéticos, imunológicos, ambientais e o microbioma intestinal podem estar envolvidos no processo.

5. Infecções gastrointestinais

Determinados agentes infecciosos também podem desencadear essas alterações. Casos de gastroenterite bacteriana são bastante frequentes e podem provocar diarreia, desconforto no abdômen e muco ou fluido sanguíneo nas evacuações, segundo a publicação Molecular Pathology in Clinical Practice.

Patógenos como Salmonella, Shigella, Campylobacter e Escherichia coli são causas frequentes dessas infecções e ingeridos em alimentos contaminados.

6. Câncer colorretal

Tumor que tem origem no intestino grosso ou no reto e representa uma das formas mais comuns de neoplasia em todo o mundo, conforme destaca capítulo do livro Gastrointestinal Cancers.

Nos estágios iniciais, costuma evoluir sem manifestações evidentes, o que dificulta o diagnóstico precoce. Com o tempo, podem surgir sintomas como mudanças do hábito intestinal, presença de substâncias escuras no material fecal, perda de peso inexplicada e dores abdominais persistentes. 

Procurar ajuda médica é fundamental

Ficar atento a esse ou qualquer um dos sinais físicos citados, sobretudo quando são persistentes, e buscar orientação profissional imediata são atitudes cruciais. Dessa forma, é possível confirmar os quadros originários e iniciar manejos terapêuticos adequados, bem como evitar complicações. 

Check-ups e o acompanhamento periódico com um gastroenterologista também ampliam as chances de que a saúde intestinal esteja sempre em dia, promovendo mais segurança e qualidade de vida.

Fontes:

• Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais (Reino Unido);
• Gastrointestinal Cancers;
• Ministério da Saúde;
• Molecular Pathology in Clinical Practice;
• Revista Brasileira de Análises Clínicas;
• Sociedade Brasileira para Estudo da Dor.