Não é difícil encontrar quem tenha tido pelo menos uma vez na vida um episódio de sangramento no nariz, por menor que ele tenha sido.
E, embora o ar seco comum em parte do ano seja uma causa bastante frequente do sangue eliminado pelas narinas, é preciso ficar atento a outras explicações para essa alteração, além de saber o que fazer para contornar essa situação, inclusive nos casos em que ela pode representar algo mais sério.
Por que o nariz sangra?
As narinas são revestidas com uma camada fina chamada de mucosa. Ela tem como função umidificar, aquecer e reter as impurezas do ar respirado antes que ele prossiga para o caminho que o leva até os pulmões.
Além de ser bastante sensível, esse tecido é irrigado com vários vasos sanguíneos. Assim sendo, uma série de alterações podem romper uma dessas veias bem pequenas e provocar o sangramento nasal.
Chamado de epistaxe pelos médicos, a eliminação de sangue proveniente da mucosa nasal é algo bastante comum.
De acordo com uma publicação na Revista da Associação Médica Brasileira, estima-se que pelo menos 60% das pessoas terão um episódio do tipo ao longo da vida. Entre os públicos mais atingidos estão as crianças e os idosos.
Em geral, o sangramento do nariz tem origem na parte anterior (ou seja, na frente das narinas). Essas situações respondem por 90% dos casos e são menos graves. Na maioria das vezes, eles ocorrem nos períodos mais frios e secos do ano.
Com a falta de umidade no ar, a parte coberta com a mucosa nasal vai ficando ressecada e perdendo elasticidade, até que um dos vasos que irrigam a região se rompa e derrame o sangue. Além disso, outras explicações para a epistaxe podem envolver:
- traumas no nariz;
- corpos estranhos nas narinas;
- alergias e contatos com substâncias irritantes;
- efeitos colaterais de determinados medicamentos;
- alterações metabólicas e fisiológicas (como aumento da pressão arterial);
- condições que possam afetar a coagulação sanguínea;
- inflamações e infecções na narina ou em outra parte do trato respiratório (como a garganta ou os seios da face);
- causas congênitas (como desvios do septo muito acentuados).
Também não é improvável que o sangramento aconteça e seja impossível determinar o que o causou.
Epistaxe e rinorragia
Embora ambas as condições envolvem a liberação de sangue pelo nariz, nem todo sangramento nasal é classificado como epistaxe.
Nas situações em que o sangue que sai através das narinas é proveniente de outras partes do corpo, ele é chamado de rinorragia ou ainda de hemorragia nasal. Desse modo, pode ser que o fluxo sanguíneo seja mais intenso e esteja associado a condições clínicas mais graves, que devem ser investigadas.
Como prevenir o sangramento no nariz
A partir do momento em que o ar frio e, sobretudo, seco é a principal causa por trás dos sangramentos nasais, reforçar alguns cuidados para facilitar a respiração ajuda na prevenção dessa queixa. Entre as ações básicas para isso estão:
- umidificar os ambientes, com aparelhos específicos ou mesmo toalhas úmidas;
- beber bastante água;
- limpar e hidratar as narinas com soro fisiológico;
- ter cuidado na hora de fazer a faxina em casa, principalmente por conta da poeira que pode ser levantada;
- trocar roupas de cama e tapetes com frequência.
Como regra, índices de umidade relativa do ar abaixo de 30% já são considerados perigosos para a saúde humana. Por isso, fique atento à previsão do tempo e aos alertas das autoridades da sua região.
Em dias de ar muito seco, o ideal é também evitar ambientes ao ar livre (sobretudo para a prática de atividades esportivas) nas horas mais quentes, o que costuma incluir a faixa que vai das 10h até às 16h.
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O que fazer nessas situações
Se mesmo com as devidas precauções o sangramento nasal aparecer, a principal recomendação inicial é manter a calma. Quase sempre esse contratempo tende a se resolver por conta própria. Além disso, ao notar o líquido vermelho escorrendo:
- mantenha a cabeça voltada para frente;
- deixe o sangue sair do nariz;
- aperte a narina contra o septo nasal (estrutura de osso e cartilagem que divide ambos os lados do nariz) por alguns instantes;
- nunca incline o pescoço para trás, já que isso pode fazer o sangue voltar pela boca e pela garganta;
- após esperar por ao menos 10 minutos, solte o dedo que estava comprimindo a narina e confira se o sangramento parou;
- caso ele persista, tente tapar o nariz com o pedacinho de algodão e repita os passos anteriores.
É provável que, com o tempo, o sangue tenha o fluxo interrompido, inclusive por conta da coagulação natural promovida pelo organismo. Depois disso, evite movimentos mais intensos com a cabeça (inclusive espirros) por dois ou três dias.
No entanto, quando ele não para de sair (em um período superior a 20 ou 30 minutos) pode ser sinal de que é preciso intervenção médica para lidar com o sangramento.
Quando a ajuda médica pode ser necessária
Menos de 10% dos casos de epistaxe evoluem para quadros graves, que precisam ser avaliados por um médico. Essa condição muitas vezes representa uma emergência hospitalar.
Além das situações que o sangue não para espontaneamente, pode ser fundamental buscar ajuda quando o sangramento:
- surge como resultado de traumas graves (como um acidente de trânsito, por exemplo);
- tem um fluxo muito intenso;
- está acompanhando de outros sintomas, como dor de cabeça, dificuldade para respirar e batimento cardíaco acelerado.
Dentro do consultório, o médico pode avaliar o que está por trás do sangramento no nariz e, se for preciso, adotar as medidas para interrompê-lo. Entre os recursos utilizados para esse fim estão a cauterização, o tamponamento e, eventualmente, alguns procedimentos cirúrgicos.
Fontes: