Descubra o que o chá de hibisco pode fazer pela sua saúde
Não é difícil encontrar o chá de hibisco na lista de bebidas que prometem uma série de benefícios ao corpo, sobretudo se consumidas regularmente.
Mas o que é verdade sobre o uso dessa planta? E qual a forma segura de consumir a infusão? Confira essas e outras respostas ao longo do conteúdo.
O que é e onde encontrar?
Existem várias espécies dessa planta que, embora tenha surgido na Índia, se tornou bastante popular no Brasil e em alguns lugares do País também recebe o nome de azedinha, vinagreira e caruru-azedo.
No entanto, muitos dos tipos de hibisco disponíveis na natureza não podem ser consumidos. Assim sendo, o que é usado normalmente para fazer chás recebe o nome científico de Hibiscus sabdariffa.
A flor é facilmente encontrada nas versões secas em supermercados e lojas de produtos naturais. Em sua alternativa in natura, ela tem aparência de uma flor de tons avermelhados.
Além de permitir a feitura do chá, o hibisco pode ainda ser comercializado na forma de extratos. Dessa forma, ele aparece também na composição de fórmulas fitoterápicas.
Conheça as principais propriedades do chá de hibisco
Com o tempo, foi se descobrindo que a bebida feita à base dessa planta pode contribuir com diversos aspectos da saúde. É claro que muito ainda precisa ser compreendido, mas já é possível ter alguns indicativos sobre como é possível aproveitar tais benefícios.
Tem potencial para contribuir na perda de peso
Determinados estudos feitos com o extrato do hibisco (que, em tese, é mais concentrado que apenas o chá) indicam que ele é capaz de auxiliar na redução da massa corporal.
Exemplo disso é uma pesquisa de 2014, feita com uma pequena amostra que reuniu 36 pessoas, acompanhadas por 12 semanas. Todas elas tinham um Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 27, o que já sugere um quadro de sobrepeso.
A partir disso, os indivíduos foram divididos em dois grupos. Um deles tinha 17 pessoas e utilizou cápsulas de hibisco por 3 vezes ao dia ao longo do período de acompanhamento. O segundo grupo, com 19 elementos, não recebeu a substância.
Após as 12 semanas de estudo, as pessoas que utilizaram as cápsulas da planta apresentaram alguma redução na massa corporal, na gordura acumulada no fígado e no sangue.
Benefícios similares já haviam sido identificados em ratos. Os animais também registraram redução no acúmulo de gordura corporal ao consumirem o extrato do hibisco ao longo de oito semanas.
A grande questão em ambos os casos é que o material utilizado para alcançar tais resultados foi uma versão concentrada. Desse modo, pode ser difícil estender tais benefícios apenas ao consumo regular do chá. Para isso, mais estudos são necessários.
Porém, em nenhuma hipótese, uma bebida por si é capaz de garantir a redução do peso corporal.
Até o momento, a melhor tática para perda de peso depende de uma combinação entre a diminuição do consumo de calorias e a prática regular de exercícios físicos. Logo, o acompanhamento de um profissional de nutrição pode ser essencial, sobretudo para orientar a dieta ideal para cada perfil.
Dispõe de vários antioxidantes
Quando se diz que uma substância é antioxidante, na prática, está se fazendo referência ao fato de que ela é capaz de combater os chamados radicais livres.
Essas são substâncias que se formam naturalmente no organismo humano com o passar do tempo. Elas podem ainda aparecer como resultado da exposição a produtos tóxicos, poluição ou mesmo a radiação solar.
Em geral, os radicais livres estão envolvidos no processo de envelhecimento e em uma série de doenças, incluindo várias alterações crônicas e alguns tipos de câncer.
Embora a proliferação deles seja algo impossível de eliminar por completo, os antioxidantes podem “neutralizar” sua ação sobre as células de diferentes partes do corpo.
Para garantir isso, é preciso ingerir alimentos que contenham tais compostos. Assim sendo, vegetais, frutas e cereais ricos em vitaminas e minerais costumam ser os principais aliados nessa tarefa.
No caso do hibisco, estudos já demonstram que substâncias presentes na planta têm potencial antioxidante. Nesse contexto, indivíduos com determinadas condições podem se beneficiar da redução do estresse oxidativo (resultado do desequilíbrio radicais livres e antioxidantes) com o seu consumo regular.
Pode ajudar no controle do colesterol
O desequilíbrio na quantidade de gorduras (sobretudo na forma de colesterol) boas e ruins é reconhecidamente um fator de risco para complicações cardiovasculares ao longo da vida, entre outras condições.
Com isso, o chá também parece contribuir em alguma medida para regular os níveis de colesterol do organismo, principalmente se acompanhadas de outras intervenções (como uma dieta saudável e a redução do sedentarismo).
Nesse sentido, um estudo de 2022 trouxe evidências de que o chá de hibisco pode oferecer mais benefícios no controle do colesterol ruim (o LDL) do que se comparado a outros tipos de chá.
Anteriormente, uma pesquisa de 2009 já havia comparado os benefícios do hibisco com o chá preto. Para isso, foram reunidos 60 indivíduos com diabetes. Ao longo de um mês, metade deles consumiria a bebida com o hibisco e os demais beberam o chá preto (feito a partir da planta Camellia sinensis).
Após esse período, foi possível concluir que aqueles no grupo que haviam bebido o chá de hibisco tinham melhores níveis de colesterol bom (o HDL) e notaram uma redução nas gorduras ruins (colesterol LDL e triglicérides).
Ajuda a reduzir a pressão arterial
Por fim, o chá de hibisco parece também auxiliar no controle de outra condição que pode provocar disfunções cardiovasculares e em outros órgãos, principalmente no longo prazo: a hipertensão arterial.
Uma revisão sobre o tema, que reúne as evidências disponíveis a respeito do assunto, mostrou que o uso da planta tem o potencial de reduzir tanto a pressão sistólica quanto a diastólica. Em resumo, a primeira diz respeito ao número mais alto de uma medição, enquanto o segundo representa o valor mais baixo.
Em um exemplo simples, no caso de uma pessoa com pressão 14 por 9, o 14 é a pressão sistólica e o 9 é a pressão diastólica. Essa oscilação se dá por conta do movimento do coração e das veias durante o esforço necessário para bombear o sangue.
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Dicas para consumir o hibisco sem riscos
Em geral, o chá da planta é uma bebida segura. No entanto, quem consome algum medicamento (principalmente de forma regular) deve consultar o profissional responsável pela prescrição antes de incluir na rotina qualquer produto, ainda que seja natural.
Tal cuidado evita que haja interações que possam cortar ou potencializar o efeito dos remédios. Além disso, é preciso investir na procedência da planta. Isso garante que aquilo que está sendo consumido é efetivamente o hibisco.
Como preparar o chá
De forma geral, não existe muito segredo:
- pegue a planta e coloque-a na água quente, dentro da proporção desejada;
- uma colher para 200 ml de água costuma ser o suficiente;
- em seguida, basta esperar alguns minutos e ingerir a bebida, de preferência sem adoçar;
- é possível beber o preparado também frio ou gelado, e ainda misturado com limão ou gengibre.
Essa versatilidade faz do chá de hibisco um possível complemento ao consumo de água, colaborando na hidratação no cotidiano. Ele não deve substituí-la por completo, mas pode ajudar a bater a meta de ingestão de líquidos, principalmente por conta do seu sabor agradável.
Fontes:
- Biomedicine & Pharmacoterapy;
- Drug and Chemical Toxicology;
- Drugs and Lactation Database;
- Food & Function;
- Journal of Food Science and Technology;
- Journal of Hypertension;
- Mediators of Inflammation;
- Nutrition Reviews;
- Saúde em foco;
- Sociedade Brasileira de Plantas Medicinas;
- The Journal of Alternative and Complementary Medicine.