Quando se preocupar com o cisto no peito?

Normalmente, essas formações são comuns em mulheres na idade reprodutiva, especialmente entre os 35 e 50 anos. 

Porém, o cisto no peito pode despertar preocupação, principalmente quando aparece repentinamente ou gera incômodos.

Assim, é fundamental compreender como se manifesta e quando procurar um especialista para avaliação clínica e acompanhamento. 

O que é o cisto mamário

Consiste em uma bolsa cheia de líquido que se desenvolve no tecido da mama, geralmente com contornos regulares, textura fibroelástica e móvel ao toque. 

Pode surgir de forma súbita e ter tamanho variável, muitas vezes, inclusive, regredindo espontaneamente. Em alguns casos, ele dói ao apertar, o que costuma estar associado ao ciclo menstrual.

Ocorre principalmente durante a fase de involução dos lóbulos mamários — uma etapa natural do envelhecimento da estrutura, segundo artigo publicado no livro “Saúde da Mulher: Epidemiologia, Intervenções, Casos Clínicos e Políticas de Saúde”.

E a maioria se relaciona com alterações hormonais, como oscilações dos níveis de estrogênio e progesterona.

Cisto no peito pode virar câncer?

Apesar do desconforto emocional, quase todos são de caráter simples e benignos, não oferecendo risco à vida.

A revisão publicada no Journal Archives of Health mostra que mais de 80% dos nódulos mamários identificados em exames não são cancerígenos, incluindo os classificados como cistos.

Ainda assim, existem os chamados de cistos complexos, que apresentam características semelhantes aos malignos, como componentes sólidos ou sangue. 

Por isso, a principal recomendação é não ignorar o sinal, sobretudo se houver dor persistente. A assistência médica é fundamental para distinguir as diferentes condições, determinar o tipo e definir a conduta mais adequada para cada caso.

Como é feito o diagnóstico

A investigação segue o chamado “tripé diagnóstico”:

• anamnese e avaliação clínica: checam sintomas, mobilidade, relação com o ciclo menstrual e histórico familiar;
• exames de imagem: como a ultrassonografia, que permite observar o que há no interior da formação. Em mulheres com mais de 40 anos ou com histórico familiar de câncer de mama, a mamografia também pode ser solicitada, embora tenha menor sensibilidade em mamas densas (comum nas mais jovens);
• punção aspirativa (PAAF): retira parte do conteúdo para análise. Se o líquido for amarelado ou esverdeado e não restar massa após o esvaziamento, a chance de malignidade é muito baixa.

Já quando o fluido é sanguinolento ou o cisto no peito ainda permanece (de forma palpável), pode ser necessário realizar biópsia por agulha grossa para eliminar outras hipóteses.

Quando procurar um especialista

Embora o mastologista seja o profissional mais indicado, ginecologistas e clínicos gerais também podem averiguar o quadro. É recomendável procurar atendimento sempre que houver:

• nódulo que dói ao apertar e perdura por vários dias;
• aumento súbito de volume em uma área do seio;
• secreção anormal pelo mamilo, especialmente com sangue;
• alterações na pele da região, como retrações ou aspecto de casca de laranja;
• histórico familiar de câncer de mama em parentes de primeiro grau.

Porém, de forma geral, é sempre importante buscar suporte ao detectar um cisto para que suas características sejam compreendidas e possíveis complicações evitadas.

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Cisto benigno precisa ser retirado?

Após a confirmação de sua natureza, os simples e assintomáticos costumam ser apenas monitorados. A intervenção cirúrgica só é considerada quando há dores persistentes, crescimento rápido, dúvidas diagnósticas diante dos testes feitos, incômodo funcional ou interferência na estética.

Outras alterações benignas que podem surgir na mama

Existem diferentes apresentações clínicas dos chamados nódulos benignos da mama, como aponta a revisão do Journal Archives of Health, e várias podem ser confundidas com cistos, como:

• fibroadenoma: sólido, móvel, bem delimitado e geralmente indolor. É mais frequente entre os 20 e 30 anos;
• hamartoma: formação composta por tecidos variados, podendo ser detectado por mamografia;
• lipoma: tumores de gordura de crescimento lento e consistência macia;
• papiloma intraductal: pode causar secreção pelo mamilo, especialmente sanguinolenta;
• pseudonódulo pré-menstrual: sensação de caroço que desaparece após o período menstrual.

Todos esses quadros devem ser investigados com base nos sintomas, histórico clínico e procedimentos complementares. O acompanhamento médico é fundamental para garantir o diagnóstico correto e a tranquilidade da paciente.

Fontes:

• Journal Archives of Health;
• Saúde da Mulher: Epidemiologia, Intervenções, Casos Clínicos e Políticas de Saúde.